Publicado em 14/12/2021, às 07h28 por Claudia Werneck
O mundo adulto tem dificuldade de perceber o óbvio: que os seres humanos nascem na Terra de modo embaralhado, sem qualquer ordem ou lógica, e são infinitamente diferentes entre si. Qualquer tentativa de organizar a diversidade humana jamais dará certo. Além de não ter nada a ver com inclusão.
Por isso, defendo que crianças e adolescentes são parte indispensável de qualquer processo que busque soluções de inclusão e acessibilidade, principalmente nas escolas. Devem sair do lugar de beneficiárias das soluções para se tornarem, também, idealizadoras e construtoras delas. Uma diferença e tanto. No meu livro “Você é gente? O direito de nunca ter questionado o seu valor humano” (2002,WVA), proponho, por exemplo, a criação de comitês intergeracionais e intersetoriais de acessibilidade e inclusão em cada escola.
Pessoas adultas podem se apropriar do conceito de acessibilidade, é claro. Mas isso não significa praticá-lo. Sofisticamos tanto o nosso modo de refletir sobre a diversidade humana que não conseguimos mais captar a simplicidade do conceito, nem vivê-lo cotidianamente no nosso comportamento. Para preencher esta lacuna, este vazio, quase uma impossibilidade de lidar com a diversidade humana em sua falta de limites, passamos a fazer lives, eventos, pesquisas, conversas e competir sem parar. É muito esforço.
Na infância, acontece o oposto. As crianças ficam perplexas e se deliciam diante do que o mundo vai lhes mostrando. Tudo é novo. E este novo é recebido com leveza, sem julgamentos, apenas uma curiosidade que deve ser satisfeita. A acessibilidade floresce aí, na imaturidade humana. A maturidade embrutece. Como, então, criar e executar soluções acessíveis e inovadoras?
Caso voltássemos a ser crianças, observaríamos as demais crianças e seus corpos interagindo livremente com quaisquer diferenças, sem interferência nem a mediação de pessoas adultas tentando elucidar e moldar nossa percepção. Imagino que descobriríamos interessantes formas de nos aproximarmos, nos agregarmos e nos protegermos. O nome disso é acessibilidade.
A acessibilidade é ao mesmo tempo um desejo, uma força, um conceito, um direito e uma solução para que a vida aconteça plenamente, sem restrições. Quanto mais alguém deseja completude e pertencimento para si e para as demais pessoas, mais irá se mobilizar para oferecer ampla e múltipla oferta de acessibilidade por onde for. Caso contrário, Libras, closed caption, linguagem simples, audiodescrição, pistas visuais, livros em braile e tudo o mais soarão sempre como um procedimento estéril, cansativo, adiável, problemático… E caro. O mesmo vale para as rampas, as cadeiras preferenciais, e todo tipo de acessibilidade física.
Praticar acessibilidade é um caminho instigante, sem volta e sem fim. Todo mundo que lê agora este artigo desfrutou de infinitas doses de acessibilidade para chegar até aqui, desde criança. Mas raramente sabe e dá valor a isso.
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