Publicado em 24/03/2020, às 16h40 por Bianca Sollero
Ficar em casa, com as crianças, reorganizando um ritmo de trabalho que INCLUA a maternidade e a paternidade ativamente, não é mesmo uma tarefa fácil. Estamos encarando o quanto a nossa ausência nos distanciou afetivamente de nossos filhos. Seja pelo nosso trabalho ou por qualquer outro compromisso externo que acostumamos a ocupar nossas agendas, o fato é que há tempos não priorizamos a família como lugar de atenção e cuidado.
Eis, então, que chega uma pandemia obrigando-nos (a todos) a funcionar de um modo inovador, criativo, diferente deste habitual. Então, nos coloca a ficar dentro de casa. Nos impõe o tédio ou exercícios constantes de criatividade para driblá-lo. Nos escancara o incômodo que é olhar para nossos filhos sem pressa. Olhar para nossos companheiros (ou companheiras), sem pressa. Olhar para nós mesmos, sem pressa.
Cuidado! Não é hora de sobrecarregar de atividades virtuais. Nem, tampouco, de superocupar nossas crianças com tarefinhas pré-estabelecidas.
O convite é para a simplicidade.
Viver o tédio, o ócio.
Voltar a pular no sofá e fazer a mesa da sala de cabaninha.
O convite é para deixar as crianças brincarem como querem (ainda que com limites universais bem estabelecidos). Elas, sim, se adaptarão mais fácil que nós. Portanto, o convite é para ouvirmos mais os nossos filhos. Deixar que falem e que escolham o que querem fazer, dadas as atuais condições.
O convite é para retomarmos o diálogo autêntico e sincero. Aquele em que temos permissão para confessar que para nós, adultos, está mesmo tenso, denso, pesado, chato e difícil.
O convite é para ocupar as crianças, e todos os demais integrantes da casa, com tarefas caseiras. Lavar a louça, arrumar a cama. Uma casa tem mais atividades do que qualquer e-book sobre “como entreter as crianças na quarentena“.
Na simplicidade do cozinhar juntos, ou mesmo de ver um filminho JUNTOS, está a essência das nossas relações familiares. Estas que o COVID-19 nos pede atenção e cuidado.
Não é sobre viver a perfeição da maternidade ou da paternidade nem, sequer, sobre competir com o vizinho que criança chora menos ou quem faz menos barulho, quem é mais comportada.
É sobre nos debruçarmos, talvez como nunca antes, sobre as nossas imperfeições. É sobre encararmos nossa vulnerabilidade como o fato mais explícito deste momento. É sobre assumir nosso total descontrole sobre a vida e a natureza. Enfim, é sobre nos comprometermos como a única coisa que sempre nos foi exigida: fazer, com responsabilidade, a parte que nos cabe.
Parece-me que, quanto antes entendermos este chamado, mais cedo sairemos dessa.
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