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Casamento não é família

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Publicado em 20/08/2019, às 08h36 por Bianca Sollero


A família é o primeiro grupo social da criança e, certamente, o que mais influencia seu pleno desenvolvimento (Foto: iStock)

Casamento pode ser a base de uma família, mas não necessariamente, principalmente neste século XXI, em que estamos descobrindo novas configurações familiares.

A família é o primeiro grupo social da criança e, certamente, o que mais influencia seu pleno desenvolvimento. Já escrevi aqui sobre a importância deste grupo para a criança e sobre como a qualidade das relações e dos vínculos intrafamiliares agem diretamente na construção e formação de uma criança saudável, segura, ativa e produtiva.

Mas é preciso dizer que família é uma coisa e casamento é outra. Isto porque, sob a hipótese de que “uma criança precisa de pais juntos, unidos” tenho visto muitas famílias sustentarem casamentos pouco (ou nada) saudáveis com a “desculpa” de que estão fazendo isso pelas crianças, pelos filhos. E, assim, tenho visto crianças terem seu desenvolvimento prejudicado e sua infância roubada pelo que oneram as relações desequilibradas.

“Metade do potencial de inteligência de uma pessoa é desenvolvida por volta dos 4 anos de idade” é o que diz um dos principais estudos no mundo sobre a primeira infância (período que vai de zero a seis anos de idade) promovido pela UNICEF (fonte). O desenvolvimento dessa inteligência está, portanto, diretamente relacionado às condições socioemocionais às quais a criança é submetida. E, neste sentido, o cuidado, o carinho e o afeto que recebe de seus pais e/ou principais cuidadores, a alimentação adequada, o brincar livre e seguro e a estabilidade emocional do lar/ambiente em que vive são os principais fatores que atrofiam ou potencializam este processo.

Crianças não precisam de pais juntos. Precisam de pais saudáveis. Amorosos. Pacientes. Que saibam discernir entre certo e errado e mostrar isso a elas. Casamentos que são mantidos simplesmente pela ideia de que “isso é o melhor para criança” estão, paradoxalmente, promovendo algo bem ruim para ela.

Quando uma criança chega ao lar de um casal casado sim, há uma desestabilização. Há um período (que para uns é mais longo do que para outros) de aprendizado sobre um novo modus operandi (jeito de funcionar) que agora contém um terceiro indivíduo. Este período, independente do quanto dura, não é fácil mesmo. Mas é preciso que adultos saibam discernir entre o que é um período de adaptação e o que é um sintoma de uma relação que não funciona há algum tempo.

Recomeçar é uma ótima opção, desde que seja real. Para isso sera preciso muita humildade. Sair da zono de conforte e, muitas vezes, procurar ajuda profissional. Nada diferente vai acontecer se nada diferente for feito. Por isso, vejo casais sustentando relações doentias por trás de tentativas falsas de recomeço. Isto é irresponsabilidade. Para com o (a) parceiro (a) mas (talvez com efeitos ainda piores) para com as crianças.

O compromisso que adultos devem ter com seus filhos é o de oportunizá-los condições adequadas o suficiente para o seu desenvolvimento (Foto: iStock)

Eu acredito na união familiar e estimulo o entendimento entre casais para que a criança possa viver equilibradamente num lar cujos seus cuidadores desejam dividir a vida a dois. Mas é preciso separar o compromisso que eles estabeleceram um com o outro daquele que estabelecem com a criança.

O compromisso que adultos devem ter com seus filhos é o de oportunizá-los condições adequadas o suficiente para o seu desenvolvimento pleno e integral. E isto não necessariamente pressupõe cônjuges morando sobre o mesmo teto.

Eu acredito na força e no maravilhoso exemplo que é disponibilizado às crianças o casal que supera barreiras e desafios, que cai, levanta, aprende e cresce juntos. Que se ama e co-constrói uma vida juntos. Mas quando isso não é realidade então é justamente porque o real significado do casamento não existe mais.

E, portanto, é importante que haja coragem o suficiente (o que propicia outro tipo de exemplo, tão engrandecedor quanto o último que citei) para entender, concretizar e oficializar este fim ou um recomeço (desde que seja novo mesmo!). Isso sim, pelo bem da criança.

Crianças precisam de ambientes saudáveis. De cuidadores físico e emocionalmente saudáveis. É maravilhoso quando isso TAMBÉM inclui um casal unido. Mas tudo bem se não incluir. Uma família não é família só por estar debaixo do mesmo teto. São laços e vínculos fortes e verdadeiros que definem uma família. Não seu local de convívio. O fim de um casal é chato. É triste e é difícil. Mas não é (ou não deveria ser) o fim de uma família. Crianças precisam de famílias, saudáveis e bem estruturadas, não de casamentos.

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