Publicado em 11/12/2020, às 08h14 por Ana Cardoso e Marcos Piangers
Uma das coisas que talvez alguns pais tenham aprendido durante a quarentena é a valorizar a escola e o professor. Lembro de um amigo, ingênuo, que me dizia ano passado que seu sonho era aplicar o homeschooling. “O dia que eu tiver a chance de educar minha filha em casa vou extrair dela todos os seus potenciais”, dizia ele, crente que a filha era um gênio incompreendido pelo sistema educacional opressor.
Pois bem, quando os deuses querem nos castigar atendem às nossas preces. Os últimos seis meses foram de homeschooling forçado. Tudo o que eu posso dizer é que ele está arrependido e não vê a hora das aulas presenciais voltarem. Recebi alguns vídeos durante a pandemia, você também deve ter recebido. Desde vídeos cômicos, como aquele do pai dizendo que não aguenta mais ajudar o filho na lição, até aqueles tocantes, como a professora que chora ao ouvir a criança dizer que sente saudades, que a mãe não sabe ensinar como ela.
O que alguns pais perceberam, nos últimos meses, é que a escola é mais do que uma empresa que contratamos para ensinar nossos filhos a ler, escrever e fazer contas. Percebemos que a escola é uma parte da nossa família. A escola é o grupo de pessoas que escolhemos para acolherem nossos filhos, para cuidá-los fora das nossas casas.
O professor é a pessoa que escolhemos para amar nossos filhos, quando não estamos por perto. Ainda no ano passado, quando perguntei pra minha filha mais nova quem ela mais admirava, além do papai e da mamãe, ela disse: “Acho que é a profe Camile, pai. A profe Camile sabe de todas as coisas. Tem paciência pra ensinar todo mundo, trata todo mundo bem. Acho que eu quero ser professora quando crescer”.
Um professor inspirador abre mentes, toca corações, muda histórias. Professores têm método, pedagogia e preparo técnico para ensinar nossos filhos da melhor maneira. Mas, para além do profissionalismo, professores têm o carinho e paciência que falta a tantos pais. Se nós, pais de uma ou duas crianças, não conseguimos educar nossos filhos, imaginem o esforço de um profissional que ensina vinte, trinta crianças ao mesmo tempo.
O professor é nosso aliado, um cuidador da terra fértil que é o coração dos nossos filhos. Cada semente de afeto que plantamos em conjunto é a esperança de um mundo melhor. Que bom não estarmos sozinhos.
Ontem uma amiga me contou que sua cunhada tem trauma até hoje dos tempos que estudava com a mãe, sogra da minha amiga. A mãe falava, juntando os punhos fechados, “esse é dez, esse é dez, quanto é dez mais dez?”. A filha respondia 18. “Não.”. “Dezenove, talvez?”. Ao que a mãe, procuradora de justiça, separada e com 3 rebentos pra ajudar na lição de casa sozinha, respondia: “Nãaaaao, é 20, é 20, é 20”, num misto de raiva e desespero.
Se você riu ao ler este primeiro parágrafo, não se sinta mal, estamos juntas! Sempre me achei a mãe que entendia de assuntos da escola, mas percebi que estou muito defasada nessa pandemia. Não à toa, eu estudei jornalismo e sociologia e nunca, nunquinha na vida, dei aula pra criança. É difícil, requer método e conhecimento específico. Boa vontade e um colinho no meio da tarefa não bastam.
Boa parte das minhas amigas mães até se empolgou e esforçou-se no começo. Acompanhavam as aulas, recortavam junto, que lindo tudo isso. Os meses foram passando e não foi uma, nem duas, que passou a receber email com puxão de orelha da escola dizendo que o filho não atingiu os objetivos em alguma matéria. Pudera, a gente não sabe ensinar e nem pra reforço escolar levamos jeito.
Estamos cansadas de ver nossos filhos o dia todo na frente de telas, de passarmos também tantas horas no computador ou celular, de ouvir que o áudio tá ruim ou da conexão cair. Eles nas aulas, nós nas reuniões e nas lives; as angústias são as mesmas. Quando isso acaba? Não quero mais brincar de vintevinte.
Participei hoje de uma reunião da escola no Zoom sobre a volta presencial de algumas atividades. Foi me dando uma vontade de chorar. Desliguei meu microfone e tive que me esforçar demais para as lágrimas não rolarem. Não sei se fiquei emocionada porque gosto muito da escola ou se estava desesperada porque sinto medo e pânico. Possivelmente foi a soma desses e de muitos outros sentimentos.
A única certeza que eu tenho é que os professores foram muito além do seu papel este ano; além de ensinar e brincar, trouxeram estabilidade e alegria pra dentro de nossas casas!
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