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Viciados em tela?!

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Publicado em 13/12/2017, às 15h20 por Lô Carvalho


Nesta semana a Revista Veja publicou uma matéria sobre o uso excessivo de smartphones e as alterações químicas que dele decorrem, causando dependência similar ao uso de drogas. Acompanho de perto toda notícia sobre esse assunto, pois tenho que confessar: tenho um filho dependente!

No começo era fofo. O Fê, com seus 8-9 anos, dominava o tablet e conhecia um monte de aplicativos divertido. Alguns até eram úteis. Naquela ocasião chegou a me presentar com um app com receitas para o dia a dia. Sabia que eu queria aprender a cozinhar e localizou sozinho o tal app, gratuito é claro. Não era demais? Tão sabido!

Aí ele ganhou um celular. A gente falava sobre um assunto qualquer e ele era ainda mais fofo: deslizava os dedinhos daquela mão que ainda era gorducha pela telinha e zás, tinha mais informações do que todos os adultos juntos sobre o tema da conversa. Tão sabido!

Sua fama logo se espalhou. Pergunta para o Fê que ele conhece esse assunto. Ah, quer instalar um programa?! O Fê programa, o Fê instala, o Fê… Então, Fernando, por favor, larga logo esse celular… Xiiii, o Fê grudou e não solta mais!!!

Pois é, passados pouco mais de 3 anos, chego a conclusão de que não tem mais graça. É bacana ver como ele é sabido, mas não tem graça alguma saber que ele realmente não larga do celular, não desgruda do computador. Chega a ser desagradável: atualmente meu filho não fica mais de 10 minutos sem voltar sua atenção para uma telinha… Onde foi que eu errei?!

Quando ele era pequeno, todo acesso à tecnologia era controlado. Já comentei sobre isso em colunas anteriores. A programação da TV era controlada, o uso de games era controlado. Ou não podia ou só podia por períodos muito curtos de tempo. Mexer no celualar do papai? Não podia mesmo. Sou do tempo em que celular derrubava avião! Achei que esse controle todo seria suficiente. Mas não foi. E sabe por quê? Por que não adianta controlar, tem que ensinar.

Vejo certa semelhança com a alimentação. Não adianta nada controlar o consumo de doces e refrigerantes durante a primeira infância e depois liberar. É preciso algo mais para convencer o filho da gente quando chega à pré-adolescência a não se entregar de vez a uma alimentação trash.

Com relação à comida, é fácil ensinar. Basta oferecer mais frutas e verduras durante as refeições, conversar sobre saúde, cozinhar junto, conversar mais, fazer experimentar novos sabores e texturas, conversar mais ainda…

Mas, e em relação ao vício às telinhas?!

Bom, aqui faço um convite para uma reflexão importantíssima. Talvez você concorde comigo. Acompanhe meu raciocínio.

Em todos os artigos e reportagens que li, nenhum deles trazia um descritivo do que exatamente as pessoas pesquisadas ou até mesmo em tratamento estavam acessando nas chamadas “telinhas”. Fala-se sempre de forma genérica e isto está errado. Por que nenhuma telinha vicia, cá entre nós. Eu mesma passo de 8 a 11 horas por dia na frente de uma telona e não sou viciada. Escrevo, planilho, pesquiso, leio, desenho, trato na tela do computador, na tela do tablet e inclusive na tela do meu celular. Fico cansada, às vezes a vista dói, o pescoço enrijece. Mas quando desligo, desligo.

Por outro lado, quando embarco nas redes sociais parece que meus neurônios são sequestrados. Quando dou por mim, passou uma hora e eu lá só no facebook. Pior ainda quando os grupos do whatsapp não param de enviar mensagens. Tenho uma missão a cumprir clicando oks, emojis e kkkks, não posso simplesmente parar.

O que estou tentando chamar a atenção é que parece que o vício nas telinhas decorre muito mais dos softwares que promovem interações do que propriamente das telinhas em si. Um game tem interação, as redes sociais têm interação e até o tal reddit que o Fê tanto gosta – e que não tem conteúdo algum – promove a interação através de uma resposta positiva ou negativa dos usuários. Essa atenção constante que damos e esperamos em resposta gera uma tensão permanente: não estamos mais no comando, temos que esperar que o outro – real ou simplesmente programado – nos diga algo em troca. Para mim, é nessa tensão que o vício começa…

O que proponho, portanto, é que comecemos a ensinar nossos filhos a usarem as tais telinhas de forma mais ativa – ou talvez passiva, depende do ponto de vista. Como?

Ora, se ensino meus filhos a usar o smartphone como um instrumento de organização e armazenagem, mostro a ele que sou eu quem estou no comando. Minhas músicas estão ali. Meus livros estão ali. Minhas fotografias estão ali. Os apps que me ajudam no dia a dia estão ali. Ou seja, a minha telinha não serve apenas para dar likes e dislikes. Não espero um retorno de ninguém, não preciso ter expectativa alguma. Sou eu com eu mesma – como era antigamente, eu com minhas fitas k7, eu com meus discos…

Não é a telinha que vicia, mas o entretenimento produzido para gerar expectativa e nos manter em constante tensão. Controle o tempo de uso, mas não deixe de ensinar seus filhos a estar no comando dos seus aparelhos eletrônicos e a utilizarem como mera ferramenta.

Entre evitar que uma criança de 5 anos leia um livro eletrônico ou ouça uma música na internet sem precisar nenhuma resposta em troca, prefiro proibir que um jovem de 13 anos como meu filho acesse às redes sociais responsivas.

Pense nisso. E por favor, não precisa dar likes nem dislikes neste post. Não vou checar mesmo…

P.S. Convoco também os pais a pedirem para que as escolas não permitam mais o uso do celular. Não tem o menor sentido! Lugar de celular é em casa. Se a criança precisar entrar em contato com os pais, a coordenação pode ajudar. Se precisar fazer uma pesquisa, a bibliotecária pode ajudar. É que nem refrigerante, tem certeza que precisa vender na cantina da escola?!

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