Publicado em 12/07/2020, às 15h15 - Atualizado às 15h19 por Redação Pais&Filhos
“Doutor, o que fazer quando ele tiver cólica?”. Essa pergunta é muito frequente na primeira consulta, mesmo que os bebês ainda não tenham apresentado nenhum sintoma. Explico para os pais que cerca de 50% dos bebês têm cólicas e que elas começam por volta de duas semanas depois do nascimento e duram até cerca de 3 meses de vida. Trata-se de um processo fisiológico, portanto é considerado normal. No quadro mais clássico, os bebês choram uma ou duas vezes ao dia, preferencialmente à noite, com duração de até 3 horas. Alguns pais conseguem até acertar a hora do relógio pelo instante em que a cólica aparece.
Acontece mais ou menos assim: a dor surge, dura alguns minutos e desaparece. Vem e vai, repetitivamente. E depois, os bebês voltam a ficar calmos, como se nada tivesse acontecido. Esse padrão de dor ajuda os pais a diferenciar a cólica de outras dores relacionadas a algo mais sério, como quando a dor persiste e dura por várias horas. Nesses casos, é importante que os pais consultem o pediatra. Apesar de todos os avanços da medicina, pouco se sabe sobre a verdadeira causa das cólicas. Mas acreditamos que elas devem ter o seu papel no desenvolvimento. Afinal, no nosso organismo nada vem por acaso.
Meu filho tem 47 dias e percebi que as dores sempre vêm em horários específicos. Por que isso acontece?
Valeria Melo, mãe de Davi.
R: Na maioria das vezes, as cólicas costumam acontecer no mesmo horário, isso é normal. Não há uma explicação científica para a causa delas. E olha que curioso: os momentos mais comuns do aparecimento são de noite, por volta das 19h ou mais tarde, de madrugada. Em caso de dores de forte intensidade, com frequência maior que 3 vezes ao dia, os pais devem consultar o pediatra para que sejam afastadas outras causas de dor e/ou de choro, como fome, esofagite por refluxo, entre outras.
Os derivados de queijo podem provocar as cólicas no bebê?
Adriana Pansieri, mãe do Vicenzo, Gianluca e Massimo.
R: Não há estudo científico que comprove que a dieta da mãe esteja relacionada ao aparecimento ou piora dos incômodos no bebê. No entanto, há mulheres que relatam uma diminuição dos sintomas quando restringem alguns alimentos como leite e derivados, frutas cítricas,embutidos, peixes e frutos do mar e nozes e castanhas. Mas isso deve ser visto com muita cautela, pois a nutrição materna adequada é fundamental para o aleitamento. Não deixe de consultar um especialista antes de qualquer coisa
Por que os bebês têm isso? O uso de medicamentos pode ser uma alternativa?
Simone Gazzana, mãe de Gabriel.
R: Sabemos que os bebês ingerem muito ar na mamada, têm muitos gases e o intestino ainda é imaturo. Mas nada de concreto foi descoberto ainda sobre a causa das cólicas. Portanto, o melhor remédio é o tempo. Os pais devem ter em mente que isso não é uma doença, apenas uma fase normal do desenvolvimento. Com relação ao uso de medicamentos, alopáticos ou homeopáticos, não há evidências científicas sobre os reais benefícios. Recomendo falar com o seu pediatra, já que uso de medicamentos em bebês pequenos deve ser bem cauteloso.
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