Fábio Porchat fala sobre a decisão de não querer ser pai: “Filho é irreversível”

Em entrevista ao veículo O Globo, o apresentador Fábio Porchat falou sobre a decisão de não querer ser pai e como a notícia repercutiu entre todos ao seu redor.

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Ao ser perguntado como foi o processo de entender, dentro dele, que não queria mesmo ter filho, o artista afirma que foi uma situação difícil. “Fiquei oito anos com Nataly (Mega, produtora). Desde o início, ela falou: “Se não quiser ter filho, fale agora que a gente não fica mais junto”. Eu falava “vamos ter, vamos ter”. Até que a coisa começou a afunilar, ela fez 35 anos… Não posso ter filho por vias naturais (por causa da baixa contagem de esperma). Congelamos um embrião e, quando foi ficando perto de acontecer, eu só pensava: “Rapaz, não sei se quero isso na minha vida”, pontua.

Porchatacrescenta dizendo que era algo irreversível e que não está preparado para tal responsabilidade: “Filho é irreversível, é uma coisa muito séria. Conversando com um amigo eu disse: “Vou ter filho”. Ele respondeu: “Mas você não quer…”. E eu: Mas vou ter que ter”: E ele: Como vai ter que ter? Se não quer, não tenha”. Fiquei com isso martelando na minha cabeça sem falar com Nataly. Entendo que foi um pouco injusto, mas eu precisava entender isso na minha cabeça primeiro”, conta.

Ele conta que a ex-esposa, Nataly Mega, queria muito ter filhos, enquanto ele não compartilhava da mesma vontade: “Gostando da pessoa é ainda esquisito. Mas eu pensava que, se não queria ter filhos, precisava fazer isso rápido porque… Ela mesma falou: “Até eu encontrar alguém de quem eu goste…”. Eu poderia ter pedido a Nataly mais dois anos, mas pensava: “E se no final desses dois anos eu continuasse não querendo? Terei tirado dois anos preciosos de uma mulher que eu amo”, afirma.

Em relação aos mais íntimos, o apresentador fala que muitos lamentaram a notícia sob o velho argumento “mas daria um ótimo pai”, mas ele não voltou atrás com o pensamento. “Todo mundo sempre cobra, porque é meio a ordem natural da coisas. Muita gente disse: “Mas você seria um pai ótimo”. Não tenho dúvida, mas não tenho interesse. E aí, falavam: “Você diz isso agora, já já vai querer”. Eu respondia: “Vocês não estão entendendo: eu não quero”, conta.

Ao dizer ao pais que não queria ter filhos, principalmente sua mãe ficou muito chateada: “Minha mãe ficou sentidíssima, disse: “Será que não fui uma boa mãe para você?”, ela questionou. Eu disse: “Mas já tem dois netos, se não tivesse, até entenderia”.

Para finalizar, Porchat faz um reflexão e diz que muitas pessoas acabam tendo filhos porque é assim está posto na sociedade. “Por incrível que pareça, muita gente me falou: “Para o homem é mais tranquilo, é um problema mais da mulher, quem vai cuidar é ela, e você vai ter babá”. É que se eu fosse pai, ia querer estar muito junto. Vejo as pessoas tento cada vez menos filho e mais tarde. Filho muda a vida, a relação. Não quero minha vida mudando. Tem muita coisa egoísta nessa decisão de não querer dividir meu tempo, a responsabilidade de ter outra vida mais importante que a minha. Mas o ponto crucial é eu chegar em casa e pensar: ainda bem que não tenho filho”, conclui.

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