Publicado em 22/03/2019, às 08h01 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
Ao longo dos nove meses que você passa carregando seu filho no ventre, seu corpo passa por várias transformações – e algumas dessas mudanças nunca mais voltarão a ser como antes. E isso é um rito de passagem para muitas mulheres.
Além de tudo isso, surgem várias dúvidas sobre o tipo de parto, se as marcas vão ficar para sempre e, é claro, como os seus seios ficarão depois de passar por tantas modificações acontecendo no seu corpo – afinal, cada etapa traz uma novidade e é normal não saber a resposta para cada uma dela.
Mas calma, nós temos as respostas para as duas maiores dúvidas sobre como manter seus seios saudáveis. Assim, você fica tranquila e aproveita cada estágio dessa nova fase.
Sensibilidade a mil
Formigamento e seios doloridos são sinais de que você está grávida. Isso acontece porque as glândulas mamárias estão se desenvolvendo e o estrogênio estimula o crescimento dos dutos de leite. Algumas pessoas comparam essa sensação à da TPM. A pele do seio, que está esticando, também pode causar certo incômodo.
Esses sintomas diminuem no segundo trimestre, mas enquanto isso você pode aliviá-los. Cinthia Calsinski, mãe de Matheus, Bianca e Carolina, enfermeira obstetra e especialista em amamentação, sugere usar sutiã com boa sustentação, de preferência de algodão, com alças largas e específico para gestação ou pós-parto.
Tomar anticoncepcional também pode aumentar a sensibilidade e o tamanho dos seios, já o estrogênio e a progesterona, que a pílula contém, estimulam o tecido mamário, deixando-o mais sensível. Se você continuar sentindo dores nos meses seguintes, converse com seu médico sobre a possibilidade de mudar para outra marca de contraceptivo.
Tamanho não é documento
A maioria das mulheres aumenta um ou dois números de sutiã durante a gravidez (como se fosse uma resposta da glândula mamária ao estímulo hormonal). Mas isso não acontece com todo mundo – e tudo bem! “Seios pequenos também produzem leite”, afirma Emily Silver, ginecologista obstetra e especialista em lactação em Massachusetts. E, se esse é o seu caso, aí vai uma boa notícia: às vezes o seio menor pode até facilitar a pega correta do bebê durante a amamentação.
Marca permanente (ou não)
As tão temidas estrias aparecem quando uma parte do corpo cresce rápido em pouco tempo, o que é bem comum na gravidez. Segundo Sandy Johnson, dermatologista e porta-voz da Academia Americana de Dermatologia, você está mais propensa a ter esse tipo de cicatriz se teve também durante a puberdade.
Para proteger a pele, basta mantê-la bem hidratada. Caso elas insistam em aparecer e te incomodem, pesquisem outros procedimentos para escondê-las. Mas se você não liga tanto assim, assuma as suas estrias! Afinal, elas mostram a sua história e não há nada de errado ou feio nisso.
(Im)perfeição simétrica
A maioria das mulheres tem seios assimétricos antes mesmo da gravidez. Isso acontece porque, se um tem mais glândulas mamárias do que o outro, a diferença de tamanho pode ficar mais perceptível. Além disso, é normal o bebê preferir mamar em um seio do que no outro.
Oferecer o peito menor primeiro faz com que a demanda de leite aumente, o que deixará o tamanho mais equilibrado. Então, não se preocupe com a diferença – “Com o passar do tempo e o fim da lactação, seus seios voltarão ao tamanho normal”, explica Cinthia.
Puxa e estica
“Durante a gravidez, os peitos ficam mais pesados e isso estica a pele”, explica o cirurgião plástico Brian Rinker, professor da Universidade de Medicina de Kentucky, em Lexington. Ou seja, não, a amamentação não aumenta a flacidez. De acordo com Cinthia, uma maneira de driblar isso é fazendo exercícios peitorais – ou optar por algum procedimento cirúrgico, caso seja a sua vontade.
Fora do padrão
Ao contrário do que muita gente pensa, mamilos invertidos não impedem a amamentação. “Bebês de mães com essa condição podem demorar um pouco mais para aprender a pega corretamente”, explica Cinthia, mas não se desespere: com a sua ajuda, ele vai conseguir se alimentar perfeitamente.
Agora, se seus mamilos eram normais a vida inteira e de repente mudaram e ficaram invertidos, pode ser um sinal de câncer de mama. Procure um médico e faça os exames corretamente.
VOCÊ SABIA?
O leite materno vale ouro para a mãe também. Para cada ano de amamentação, a chance de ter câncer de mama diminui 4%.
DURANTE A GRAVIDEZ
Suas aréolas ficarão maiores e mais escuras. Cada um dos seus seios deverá pesar 600 gramas a mais do que o normal. Ou seja, você terá de 30 a 50% a mais de sangue correndo pelas suas veias. E isso significa que elas estarão cada vez mais visíveis.
Manchas no sutiã
Se deparar com uma mancha no sutiã é normal durante a gravidez, e nem sempre ela será esbranquiçada. O colostro, por exemplo, é rico em estimuladores da imunidade, auxiliares digestivos e outras coisas que seu recém-nascido precisa, e tem cor amarelada.
Como seu corpo começa a produção a partir da 16ª semana de gestação, não se assuste se o respingo for um pouco amarelado. Agora, se você não estiver grávida ou amamentando, o ideal é consultar seu ginecologista para conferir se está tudo bem com a sua saúde.
Fique de olho
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, representando 29% dos casos da doença. Mas calma, não pira. O primeiro passo para se proteger dessa doença é ter conhecimento sobre o seu histórico familiar, já que pode ser hereditário.
O autoexame da mama, bem como outros exames indicados para cada faixa etária (ultrassom, mamografia e ressonâncias) são maneiras de evitar ser pega desprevenida por essa doença – quanto antes o câncer for descoberto, menos agressivo será o tratamento e maiores serão as chances de ficar bem.
Dentre os sintomas que você deve ficar de olho estão a presença de caroço (nódulo) nos seios, axilas ou pescoço; pele avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; e alterações no bico do peito. Caso desconfie de algo de incomum, vá ao médico, ele é a melhor pessoa para te orientar.
Além disso, fica a dica: a amamentação é um fator que reduz as chances de ter câncer de mama. E isso porque amamentar retarda a ovulação e também diminui os níveis hormonais no organismo. Isso também vale para câncer de ovário.
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