Publicado em 18/09/2019, às 16h09 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h33 por Nathalia Lopes, Filha de Márcia e Toninho
Rede de apoio é tudo. Saber que você tem com quem contar quando tudo fica mais difícil é uma das coisas que acabam trazendo um pouco mais de conforto. E apesar da dor que foi perder a noiva minutos antes do casamento, e precisar lidar com o nascimento da filha prematura, o Tenente Gonçalves tem uma corporação inteira lutando por ele.
Bem família e dedicado, o policial militar conquistou grandes amigos de farda e esses não o abandonaram em nenhum momento. Esse é o caso da tenente Laura — ela estudou com o “Gonça”, como é conhecido, por três anos na academia do Barro Branco da Polícia Militar de São Paulo e contou um pouco mais sobre como foi viver tudo isso ao lado do amigo.
Laura estava na igreja quando tudo aconteceu, em entrevista exclusiva à Pais&Filhos. Ela começa dizendo que estavam do lado de fora para receber a noiva com aquela famosa cena de arcos de espada. “Estava esperando ela sair da limusine pra entrarmos na igreja, éramos sua guarda de honra, cerca de 16 oficiais da turma do 1º Ten PM Gonçalves, e ela não saía”, começa.
Depois, ela viu a correria das primas de Jéssica, que perceberam que algo não estava certo e foram até chamar o noivo. “Vi uma de suas primas subir aparentando desespero e ir até o noivo. Aí ele passou apressado por nós e eu o segui”.
Foi Laura quem chamou o resgate quando percebeu que Jéssica realmente não estava bem. “Fiz a ligação pro SAMU quando a vi passando mal. O Resgate do Corpo de Bombeiros chegou primeiro juntamente de uma USA, que é uma viatura composta por um médico”.
A tenente formada junto com o noivo explicou que foram eles quem fizeram o primeiro atendimento e que até então, tudo parecia apenas uma crise de estresse e ansiedade. “Até então achávamos que ela havia passado mal pela emoção e pelo estresse. Jamais imaginávamos o que iria acontecer”.
Por mais que o tenente possa estar cansado e emocionado por conta de toda essa história, Laura nos garantiu que o amigo e Sophia estão bem. “Ele tem uma força sobrenatural e a Sophia é a sustentação dele. Ela está estável e se recuperará perfeitamente”, encerra.
Entenda o caso
O sonho de construir uma famíliaainda é almejado por grande parte das pessoas e a chegada de um filho quase sempre é momento de muita alegria. Mas infelizmente o Tenente Gonçalves está precisando lidar com o misto de sentimento que é segurar um bebêcom a dor de perder a companheira.
O PM de São Paulo estava esperando para se encontrar com noiva no altar quando ela sofreu um AVC dentro da limusine, a caminho da igreja. Jéssica Victor Guedes estava grávidade seis meses. A enfermeira foi levada para uma maternidade no centro da cidade, passou por uma cesárea de emergência, mas não resistiu.
Aos 30 anos, Jéssica teve morte cerebral. Os médicos fizeram o possível para que pelo menos a bebê sobrevivesse. Sophia foi bem forte e, mesmo pesando cerca de 1 quilo, está lutando pela vida na UTI neonatal. A Pais&Filhos conversou com o capitão do tenente, que falou mais sobre o estado de saúde da bebê.
“Ontem, 14 de setembro, estávamos reunidos para celebrar o casamento do Tenente Gonçalves do 46º BPM/M e sua noiva, Jessica que estava grávida de 6 meses. No caminho para a cerimônia a noiva do Gonçalves passou mal, foi socorrida para a Maternidade Pro Matre onde foi feita uma cesária de emergência. A bebê Sophia de 6 meses está bem, apesar de ter apenas 1kg, está bem amparada na melhor maternidade de São Paulo, e ficará bem!”.
Mas infelizmente, o PM está com problemas para manter a menina no hospital. “Devido ao casamento (que acabou não ocorrendo, igreja, festa, etc. Estava tudo pronto) o Tenente não tem recursos, porque gastaram todo o dinheiro no casamento”, conta o capitão que preferiu não se identificar.
Os amigos da corporação criaram uma Vakinhaonline para ajudar o colega de trabalho e também explicam a situação do tenente. “Nosso irmão Tenente Gonçalves e nossa princesinha Sophia precisam de nossa ajuda é solidariedade!! Juntos somos fortes! Sophia terá que ficar ao menos 2 meses no hospital e a diária é de 6 mil reais!”.
Segundo o policial, quando a ambulância chegou ao local, Jéssica estava em coma leve e depois do parto emergencial, sofreu um AVC hemorrágico por volta de uma hora da madrugada e a morte cerebral foi confirmada às 4 da manhã.
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