Publicado em 22/07/2019, às 11h24 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h27 por Yulia Serra, Filha de Suzimar e Leopoldo
Lilian Caires identificou, durante os anos de experiência como RH, uma necessidade muito grande das mulheres empresárias. Para ajudar elas a resolverem essas questões, decidiu mudar de carreira e empreender:
“Sou mãe, esposa, filha, irmã, cunhada e todos os outros títulos familiares, graças a Deus. Gente a quem eu quero muito bem e é bem próxima a mim.
Por mais de 15 anos, fui executiva de Recursos Humanos, com responsabilidades na liderança do departamento para empresas multinacionais, no Brasil e nos EUA, atendendo nacionalmente e para a América Latina.
Durante o meu último trabalho CLT, eu engravidei, e meu esposo e eu demos as boas vindas ao Nicholas, hoje com quase 3 anos. Até o nascimento dele, tudo parecia em ordem e previsível. Foi só eu sair de licença-maternidade que duas novidades aconteceram.
A empresa em que eu trabalhava passou por uma reestruturação mundial que, indireta mas praticamente, me convenceu de que eu não teria lugar ao voltar da licença. A outra é que eu me apaixonei pelo meu filho e pela maternidade e me vi, após poucos dias de dar à luz, sem vontade alguma de voltar a trabalhar das 9 às 18hrs.
Cada dia que eu passava com o meu filho, ora era de alegria e amor, ora era de angústia por estar sempre mais perto da minha volta ao trabalho. Voltei e o que eu já suspeitava desde a licença se tornou realidade. Fui desligada.
Por 2 horas, apesar da compreensão da situação da empresa e desligamento respeitoso, me senti um lixo. Por muitos anos, havia estado do outro lado da mesa (desligando pessoas), e agora, pela primeira vez, sentia na pele o peso de ser desligada.
Particularmente, mais difícil, talvez, pelo estado hormonal e agora, pela responsabilidade de uma vida que também dependia do meu salário. Após horas pensando, chorando e refletindo, voltei para casa, abracei o meu filho e o meu esposo e agradeci a Deus pela nova oportunidade.
‘Vou conseguir criar o meu filho de perto’, pensei. E para mim, não havia benção melhor. Aproveitei o final do ano, retomei a minha rotina e, em fevereiro, após conversar com um amigo, resolvi que deveria tirar um sonho da gaveta e me especializar em algo que, na prática, já fazia há muito tempo em RH, me tornar coach.
Não queria me tornar uma coach qualquer, mas uma coach para executivas e empreendedoras. Um nicho, que até então, ao meu ver, não usufruía desta oportunidade que poderia preparar e orientar a tantas. Não só as que passam e passaram por situações parecidas à minha.
Durante os meus anos como RH, percebi que a mais despreparada para assumir lideranças, enfrentar desafios com gestão de agenda, feedback, entre outras competências eram as que mais me procuravam para chorar escondido na minha sala com suas frustrações.
Acreditem, mulheres são extremamente competentes e talentosas. Resolvi, portanto, me dedicar a orientar mulheres para que, por meio do coaching, possam encontrar caminhos que as fortaleçam, empoderem, indiquem alternativas para viverem as lideranças desejadas, e que sejam felizes.
Desde então, esse tem sido o meu propósito profissional e de vida. Não tem sido fácil empreender. São muitos os desafios: encarar uma nova rotina, sem salário fixo, sem benefícios, sem clientes fixos, promovendo o meu trabalho nas redes sociais, por meio do meu site e pelo meu canal do YouTube, entre outras mil coisas a fazer.
São vários dias pensando como você vai trazer dinheiro para contribuir em casa (coisa que, como empregada, nunca me passava pela cabeça), e o pouco cuidado que acabo tendo comigo por trabalhar muito mais.
Como vale a pena criar o meu filho de perto, estar mais com o meu esposo e como é gratificante ver o fruto do meu trabalho no sorriso e no sucesso das executivas e empreendedoras que confiaram e confiam em mim para ajudá-las em seus próximos passos profissionais.
São executivas de grandes empresas, que estão começando, que acabam de ficar desempregadas ou que pretendem empreender. É incrível o que o processo de coaching pode fazer por qualquer pessoa. Mas meu coração bate mais ao saber que este grupo sai mais forte e rumo às lideranças femininas que tanto precisamos.”
Lilian percebeu uma ausência no mercado e aproveitou a oportunidade para criar um negócio próprio. Se assim como a empreendedora, você também segui esse caminho, conte sua história para nós e participe do projeto Nascer de Novo.
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