Família

Relato de padastro: “Minha experiência como pai postiço não poderia ter sido mais enriquecedora”

Arquivo Pessoal

Publicado em 07/10/2018, às 16h51 por Nathália Martins


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Renato Zurlini foi padrastro de três crianças durante mais de 10 anos de casamento e, ao longo desse tempo, descobriu qual é o papel do pai postiço – posto que ocupa até hoje. Conheça a história dele:

“Vamos abrir uma conta e guardar dinheiro para uma surftrip de pai e filha!”. Foi com esse convite que terminou o jantar com a minha filha Isabella, de 25 anos. Ela tem um irmão gêmeo, Renato, e a Bianca, com 27 anos. Os três são filhos da minha ex-mulher, com quem fui casado por 10 anos.

Em 1998, decidimos morar juntos. As crianças, que tinham entre 5 e 7 anos aceitaram bem a decisão de um “estranho” morar na sua casa e eu, aos 28, assumi o papel da figura masculina em uma casa que já estava estabelecida e funcionando.

Ainda existiam conflitos da separação entre o pai e a mãe e as crianças estavam sempre no meio dos debates. Eu tentava trazer um pouco de equilíbrio para a atmosfera e minimizar as tristezas dos pequenos. Logo de cara tentei conquistar a confiança sendo sempre verdadeiro e acolhedor. Procurei trazer meus valores na educação, mostrando como construí minhas conquistas e expondo minhas vulnerabilidades. Dei limites e fui duro quando o momento exigiu. Propus castigos com o coração partido e nos divertimos várias vezes como se não houvesse amanhã.

Acredito que o amor paterno seja esse exercício de atenção plena, pois é assim que se cria estruturas emocionais e se constrói alicerces para uma vida adulta equilibrada. É uma enorme responsabilidade. Ainda mais quando falamos dos filhos de outras pessoas.

Para quem está na posição de marido e “pai postiço”, ter essa atenção e equilíbrio nas atitudes são os grandes diferenciais no momento de educar. É inevitável. Você tem que se envolver. Começa com ensinar a comer com a boca fechada, até ir buscar nas baladas às 5 da manhã, já adolescentes.

Aliás, ouvi deles anos depois que ir buscá-los nas festas demonstrava o profundo amor que eu sentia por eles. Nada mais gratificante. E, claro, não podemos nos esquecer da relação. O que pode ser mais importante para uma mãe do que os filhos? Temos que cuidar de quem nossa esposa mais ama!

Com relação ao pai, ao longo do tempo os ânimos serenaram e pudemos ter uma boa convivência. Nunca tentei substituí-lo e sempre respeitei as decisões finais mesmo que não concordasse. Mas também sempre tive espaço para debater e somar ideias, dividindo preocupações e combinando atitudes, visando o melhor para a educação dos três.

Minha experiência como pai postiço não poderia ter sido mais enriquecedora. Ganhei uma história de vida incrível e três seres maravilhosos, únicos e independentes. Procuro nutrir nossa relação, mesmo uma década depois. E o resultado é uma trip de surfe para o Peru, planejada a dois. Só nós dois.

Eu estou torcendo para ter onda na viagem! E sim, ela é surfista. E eu também”.

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Palavras-chave
Comportamento Família Criança

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