Publicado em 19/01/2018, às 09h06 por Adriana Cury, Diretora Geral | Mãe de Alice
Estamos amando conhecer tantas famílias no projeto “Lá em Casa é Assim”, parceria da Pais&Filhos com Natura Mamãe e Bebê. É um verdadeiro aprendizado conhecer tanta gente diferente, com rotinas e maneiras de criar os filhos tão distintas. E não tem fórmula: é cada um do seu jeito!
A Paola Dale contou pra gente como a ajuda de toda a família foi, e ainda é, fundamental para a criação de seus três filhos: João Marcello, Sophia e Anna Beatriz. Vem entender como tudo isso funciona.
“Dizem que amor de verão não sobe a serra, e o nosso não foi exceção. Conheci o Marcello nas férias quando tinha 15 anos. Se naquela época alguém me dissesse que este seria o pai dos meus filhos, eu jamais acreditaria.
Mas o tempo passou, e 10 anos depois nos encontramos de novo. Uma coisa levou à outra e logo no final daquele ano já estávamos morando juntos! Daí para casar foi um pulo.
A primeira gravidez veio fácil. Foi só começar a tentar, que pronto, já tínhamos um menino a caminho. E eu sabia antes do exame de sangue e do ultrassom que o meu primeiro filho seria um menino. E João Marcello veio lindo, calmo, tranquilo, pensativo e com os olhinhos atentos a tudo.
Marcello encarou a paternidade de frente, dando banhos, trocando fraldas, colocando para arrotar e participando sempre que podia, mesmo que muitas vezes ficasse um pouco perdido, se sentindo um peixe fora d’água em meio a tantas mulheres ao redor.
Tenho duas irmãs mais velhas, Sylvia e Monica, e que quando meu 1º filho chegou, elas já tinham os seus e muitos conselhos e palpites para dar! Também tenho na família segundos casamentos, tanto do lado dos meus pais como do lado dos meus sogros, e com isso meus filhos tem a benção de ter 4 avôs e 3 avós. É, literalmente, muito amor!
O João foi primeiro neto, e homem ainda por cima, da família do meu marido, e sempre teve todos os paparicos que primeiro neto sempre tem. Mas, lidava com isso com muita naturalidade. Como minha mãe, Cecilia, costuma contar, já chegava na casa dela gritando “cheguei!”, esbanjando autoconfiança. Costumava passar muitas tardes também com a avó Vera, minha sogra, que morava bem pertinho da escolinha dele e o acolhia para uma soneca ou um lanche à tarde.
Quando ele fez 2 anos começamos a planejar o segundo. E aí vem a expectativa, menino ou menina? Pensava se ia conseguir uma menininha para poder “brincar de boneca”, trocar confidências e talvez poder dar um pouco do meu ponto de vista sobre a vida. Enfim, dessa vez eu não fiz exame de sangue. Acho que não queria saber tão depressa, mas no dia do exame morfológico, nada poderia conter minha alegria. Me senti ganhando na loteria! A minha menininha, do quarto cor de rosa, iria chegar.
E ela chegou, cheia de personalidade. Muito fofa e charmosa, mas também muito sapeca. Minha Sophia chegou para ocupar o quartinho dela, para encantar a todos com sua esperteza e sua doçura. João ficou um pouco ressentido no início, afinal, perder seu lugar de único neto e não ser mais o bebê da casa foi um golpe duro, mas ser o irmão vai velho tinha suas vantagens, e por aí ele foi encontrando sua autonomia e também aprendendo a se divertir com aquela “espoleta” que tinha nascido.
Uma coisa curiosa é que bem nesta época, Bethânia, uma babá que trabalhou muitos anos comigo e me ajudou na chegada da Sophia, comentou: “Engraçado, Paola, sempre que as pessoas perguntam ao João sobre a nova irmãzinha, ele diz que ela está bem, mas que ele vai ter ainda outra irmã, depois da Sophia, e que vai se chamar Aninha”.
A gente nunca sabe de onde as crianças tiram essas histórias e, na época, não dei muita atenção. Até que, quatro anos depois a “Aninha” apareceu!
Foi o Marcello que percebeu. Dizem que a gente fica diferente mesmo, mas ele me olhou um dia e perguntou. Mas não devia ser nada de mais, eu já estava com 37 anos. Para acabar com a cisma, usei um teste de farmácia e veio um ENORME positivo! Mas como assim? O plano era 2 filhos e 1 cachorro, já estávamos com 2 cachorros e um coelho a mais, e agora… mais um filho? A notícia veio como um furacão! Não sabia nem o que sentir. Vou começar tudo de novo? Como vou fazer caber mais um bebê na família?
Mas aí é que vem o amor. É algo impressionante, ele estica, ele cresce e ele envolve a todos nós. Vamos encarar mais essa juntos! Os olhos do Marcello brilhavam: “Vamos ter mais um!”.
Uma semana depois, recebo um telefonema que ninguém nunca está preparado para receber. Meu marido estava a caminho do hospital depois de um grave acidente de moto. Graças a Deus nenhum órgão vital nem nenhuma lesão na coluna, mas o susto foi enorme. Enfrentamos mais esta juntos e com o apoio de todos na nossa família. Avós, tios e tias ajudaram muito. Mas a recuperação veio e tão bem que 6 meses depois, eu com 8 meses de gravidez, dançávamos juntos numa festa de casamento.
Anna Beatriz, a “Anninha” do João, chegou dia 10 de agosto de 2012, cheia de vida, de saúde e de força! Nossa raspa do tacho é um azougue! Hoje com 5 anos, não dá sossego para ninguém lá em casa. Anna Bia, como a gente gosta de chama-la também chegou chegando, desde lá do céu, acabando de vez com a paz da casa!
Mas terceiro filho tem muitas vantagens. Você já não tem tanto medo, nem tem tanta ansiedade, os pais já foram amaciados e conseguem rir bem mais das situações.
Nos tornamos pais de três, alias, acredite em mim, o mundo moderno não foi feito para três filhos. De quartos de hotel a cadeirinhas de carro, nada foi feito para três filhos. Quando as pessoas descobrem que temos 3, a palavra que vem depois é “Nossa, que coragem”. Se ganhasse um real cada vez que ouvi esta frase, não precisava ter feito chá de bebê! Mas a gente vai levando e a vida é muito mais divertida.
Enfim, o coração, como qualquer outro músculo, quando exercitado aumenta de tamanho, e foi o que aconteceu com a gente e o resultado é ainda mais amor!”
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