Publicado em 08/03/2018, às 13h42 - Atualizado às 15h35 por Redação Pais&Filhos
A nossa embaixadora do Rio de Janeiro Mariana Reade, mãe de Maria e Carolina, trabalha na TV Globo e é roteirista de vários programas, como Esquenta e Sangue Bom. Ou seja, escreve super bem e o texto que elas nos enviou hoje vale a pena ler e refletir.
“Parabéns pelo Dia das Mulheres?
Não seria SINTO MUITO?
Sinto muito por todas as mulheres que morreram vítimas de seus parceiros no ano de 2018.
Sinto muito por todos os estupros que aconteceram no mundo em 2018.
Sinto muito pelos incontáveis assédios sexuais acontecidos em ambientes de trabalho.
Sinto muito pela diferença salarial entre homens e mulheres.
Sinto muito pela diferença gritante de horas – dependendo de países e lares – trabalhadas em casa.
Sinto muito por todas as meninas impedidas de frequentar escolas.
Sinto muito pelos maridos que AJUDAM a cuidar dos filhos, como se a responsabilidade não fosse igualmente dos dois.
Na mesma semana tive a oportunidade de ouvir dois amigos queridos e próximos. Um dizia ter certo preconceito pelas mulheres que não trabalham, por diversos motivos. O outro dizia ter certo preconceito pelas mulheres que trabalham, sendo o motivo principal passar menos horas com seus filhos. Fiquei triste ao ouvir ambos. Não vou entrar no mérito dos argumentos de cada um deles. Costumo conviver, dialogar e amar pessoas que pensam muito diferente de mim.
As duas conversas me fizeram refletir sobre o que considero a questão principal: o poder de decisão. Que a mulher trabalhe, se assim desejar. Tantas horas ou mais que seu companheiro que certamente tem as mesmas condições de cuidar de seus filhos após a amamentação. Que a mulher não trabalhe, se assim desejar (e sua situação financeira permitir), e que não seja por isso menos valorada pela sociedade.
Não somos nós, mulheres e homens, uma mistura daquilo que desejamos ser, podemos ser, escolhemos ser? Eu sinto muito, muito mesmo, pela diferença tão gritante nas possibilidades de escolhas entre homens e mulheres.
Que nós, mulheres e homens, possamos ter liberdade em nossas escolhas. Que possamos – em um futuro próximo – parar de sentir muito pelas mulheres que todos os dias nesse planeta morrem assassinadas por seus “parceiros”, são brutalmente estupradas, assediadas e impedidas de estudar, trabalhar, casar, divorciar e tomar suas próprias decisões.
Que possamos, mulheres e homens, um dia parar de dizer que fulana é “rodada”, “galinha”, maluquinha, livre demais, ou qualquer coisa nesse sentido.
Que todas nós, mulheres, saibamos dentro do nosso coração que podemos transar com TODAS as pessoas que quisermos, e não transar com TODAS as pessoas que não quisermos. Sem que nos importe o que qualquer outro ser humano pense sobre nossa vida sexual.
Que todas nós, mulheres e homens, tenhamos a força de dizer NÃO a qualquer momento do sexo, do casamento, da vida, da carreira. Que possamos mudar de ideia e fazer nossas escolhas a partir de nossa consciência, nosso coração e nossa alma.
Por enquanto, eu só sinto muito…
Mas acredito em um futuro melhor. Sempre acredito. É minha forma de buscar a paz.
E assim espero, com todo o coração, que quando minhas filhas forem mulheres adultas elas possam dar parabéns para suas amigas no dia 08 de março, comemorando as maravilhosas mudanças que terão acontecido até lá.”
*Por Mariana Reade, mãe de Maria e Carolina
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