Publicado em 30/12/2020, às 12h15 - Atualizado em 03/05/2021, às 14h37 por Yulia Serra, Filha de Suzimar e Leopoldo
Luis Felipe Weberling, o pai, e Lucas, o filho iniciaram a faculdade e terminaram ela juntos. Tudo começou quando o menino fez um curso em 2016 na faculdade de Direito, no Espírito Santo. Para apoiar a decisão, o pai resolveu ingressar também.
Em dezembro de 2020, os dois finalizaram a graduação e se formaram. A colação de grau acontecerá em fevereiro do próximo ano.
À Gazeta, o pai relembrou o início: “No primeiro dia de aula, eu estava tremendo. Estava muito ansioso para saber como seriam as coisas, como lidar com isso. Era tudo muito novo para todo mundo. Foi muito difícil”.
Lucas, que apresenta síndrome de Asperger, ou seja, autismo em um grau leve, considera o incentivo dos pais fundamental para acreditar que poderia concluir o curso e completou: “Não existe uma barreira que ele [o autista] não pode alcançar. Se ajudarem e tiverem alguém para acreditar nele, ele pode mudar o mundo. Sinceramente, eu acho que é isso que o mundo está precisando: de mais pessoas como nós. De pessoas que acreditam nas pessoas, que fazem acreditar que o mundo”.
O menino, de 23 anos, e o pai, de 46 anos, foram suporte mútuo um para o outro. Lucas é o mais velho dos três filhos de Luis e teve o diagnóstico de autismo aos 12 anos. Em tratamento e após mais essa conquista, afirmou: “A gente evolui como pessoa e como sociedade através da convivência e inclusão”.
Segundo a mãe do jovem, Viviane Weberling, de 46 anos, o menino, que sempre foi muito inteligente, passou por tempos difíceis no ensino médio, sempre com ajuda da matriarca. Assim que receberam o diagnóstico de Lucas tardiamente, quando ele tinha 12 anos, já souberam que o matriculariam em um Colégio Católico, por entender que ali trabalhavam melhor a inclusão.
A mãe ainda disse como se sentiu ao descobrir que Lucas tinha Asperger: “Foi um grande susto, mas também um alívio. O meu filho sofria muito por não preencher os “padrões normais” das crianças da idade dele. O sofrimento dele também era meu, porque eu me sentia impotente por não saber como agir, devido à falta de conhecimento do diagnóstico”, começou.
Até receberem o diagnóstico de autimo a família precisou ouvir muitas coisas indesejadas: “Ouvimos de médicos que o Lucas não tinha nada, que era mimado, que era preguiçoso, que era TDAH do pior grau, (desatento, impulsivo e agressivo) – diagnóstico refutado inclusive pelos professores que lidavam diretamente com ele em sala de aula”.
“Foram anos de sofrimento, incertezas, impotência, pois o autismo ainda não era conhecido, nem pela própria área médica. Não existiam profissionais capacitados para diagnosticar e tratar naquela época. Ainda hoje, que já está bem discutido, é difícil encontrar profissionais… Então, saber o que ele finalmente tinha, ou era, me deu direção para guiar os passos dele de uma maneira menos traumática para todos nós, e mais próxima ao normal pra ele, que no fundo sabia ser diferente”, concluiu Viviane.
Logo após descobrir o diagnóstico a mãe o matriculou em um Colégio Católico. “Mas num primeiro momento, quando levamos o laudo, fomos ‘sutilmente’ aconselhados a levar o Lucas para uma escola ‘própria’ ou ‘menor’ que pudessem dar mais atenção para ele. Bati o pé para que ele fosse aceito, falei que a escola não podia recusar, que era ilegal, cheguei a criar uma apostila para os professores dele explicando o que era o autismo e como lidar com o meu filho”.
“O problema maior do era que ele tinha dificuldades com a escrita. Então era avaliado oralmente e sempre tirava notas boas, acima da média. Era elogiado pelos professores. Mas depois do diagnóstico, ele passou a ser mais um aluno de inclusão, então a escola não extraia dele todo o conhecimento que ele tinha. Parou de ter prova oral, porque não era adepto da nova escola, e passou a ser um aluno de ‘média para passar'”, disse a mãe sobre os problemas de acolhimento da escola.
“Como eu não deixava que ele se acomodasse, prometia castigo se ele não estudasse ou ficasse de recuperação. E assim seguiamos. Muito difícil essa época, ensino médio, mudança de professores, horário puxado, das 7h às 12h40, depois das 14h às 17h nos dias de provas. Eu procurava tratar ele de forma normal, sem fazer diferenças, mas ele nunca soube muito bem atravessar a rua e outras coisas, e isso me deixava aflita”.
Tirando ótima nota em simulado, Lucas passou com louvor para Faculdade de Direito filiada ao colégio qual ele estudava. “Eu sempre acreditei na capacidade do Lucas”, disse Viviane. “Sempre incentivei muito ao Lucas mesmo para ele acreditar que ele era capaz. Então eu fiquei muito feliz e orgulhosa”.
A mulher ainda mostra o quão importante foi esse marco em um país tão preconceituoso com as diferenças. Durante o estudo remoto, Lucas teve a oportunidade de se aproximar do pai, já que o ex-marido de Viviane estava trabalhando por home-office, tendo mais tempo de estudar com o jovem. E a mãe, como sempre, continuava ajudando o filho com muita consciência.
“Por mais que o pai estudasse com ele, muitas vezes ele tinha que viajar a trabalho e não conseguia ficar 100% do tempo com Lucas”, conta a mãe, que foi a maior rede de apoio do menino durante a vida toda.
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