Publicado em 27/05/2022, às 10h07 por Redação Pais&Filhos
Salvador Ramos, de 18 anos, matou 19 crianças em um tiroteio em uma escola no Texas, na última terça-feira. O pai do jovem, que também se chama Salvador Ramos, disse que o filho nunca foi um monstro e que ele deveria ter matado ele e não as vítimas.
“Eu não quero que as pessoas o chamem de monstro. Elas não sabem de nada”, apelou o pai. Em entrevista ao site de notícias local The Daily Beast, Salvador afirmou que nunca imaginou que o filho fosse capaz de fazer algo assim. “Eu só quero que as pessoas saibam que sinto muito pelo o que meu filho fez”, disse. “Ele deveria ter me matado ao invés de fazer algo assim com outras pessoas”, continuou.
No dia do massacre, na última terça-feira (24), o jovem atirou no rosto da avó e dirigiu com o carro dela até a Robb Elementary School, onde atirou em uma sala com alunos da quarta série. O adolescente, que tirou a vida de ao menos 19 crianças e duas professoras, foi morto no local. De acordo com o site de notícias, esse foi o tiroteio mais letal em escolas nos EUA da última década.
Salvador disse que estava trabalhando naquele dia e só soube do acontecido após sua mãe ligar para contar. Desesperado, ele ligou para o presídio local, com esperança de que o filho estivesse lá. Pouco tempo depois, ele ficou sabendo que o jovem havia sido morto. “Eles mataram meu bebê”, lamentou o pai. “Eu nunca vou ver meu filho novamente, assim como eles não vão mais ver os deles. E isso me machuca”, continuou.
Apesar da gravidade e brutalidade do ataque, Salvador insistiu que o filho era uma “boa pessoa” e alegou que não entende porque o adolescente se tornou tão violento ou porque decidiu atacar a escola. No entanto, o pai disse que notou uma mudança de comportamento do jovem nos últimos meses: ele começou a se tornar mais agressivo depois que iniciou no boxe. “Comecei a perceber mudanças nele depois disso”, avaliou.
O pai contou, ainda, que o filho tinha uma relação ruim com a mãe e que ele abandonou o ensino médio antes de se formar. Salvador admitiu que não estava passando muito tempo com o jovem porque trabalhava em outra cidade e isso deixou o filho frustrado. “Minha mãe me disse que ele provavelmente teria atirado em mim também, porque ele sempre dizia que eu não o amava”, disse.
O homem acredita que parte do motivo pelo qual o filho se tornou tão violento foi a mãe dele, que não lhe comprava roupas e material escolar. De acordo com ele, o adolescente sofreu bullying na escola por usar a mesma calça jeans todos os dias e esse foi o motivo pelo qual ele acabou largando os estudos.
Por fim, Salvador comentou que o filho tinha uma namorada, mas não quis dar mais detalhes sobre a vida social do garoto. Ele acrescentou que está se manifestando porque quer contar a sua versão da história do filho. “Eu não quero que as pessoas o chamem de monstro. Elas não sabem de nada. Ninguém entende pelo o que meu filho estava passando”, concluiu o pai.
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