Publicado em 06/04/2020, às 12h17 - Atualizado em 12/04/2023, às 14h13 por Yulia Serra
Com a pandemia, várias perguntas surgiram. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), bebês até seis meses de vida devem ser alimentados exclusivamente pelo leite materno e devem continuar recebendo até os dois anos de vida, com o acréscimo de outros alimentos. Mas como fica isso em tempos de coronavírus? Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a FEBRASGO, a amamentação continua e deve ser realizada normalmente, mesmo nos casos em que as mulheres apresentam suspeita ou confirmação da doença.
“Tanto órgãos nacionais quanto internacionais incentivam que a mãe suspeita e a mãe confirmada para o Covid-19, desde que esteja em boas condições de saúde e for o desejo dela, deve amamentar”, pontua Cinthia Calsinski, mãe de Matheus, Bianca e Carolina, enfermeira obstetra, consultora de aleitamento, colunista da Pais&Filhos. A SBP justificou o posicionamento dizendo que ainda não há nenhum estudo que aponte a transmissão vertical do vírus, ou seja, da mãe para o filho, através do leite.
O isolamento social continua sendo válido para todos, inclusive mulheres que acabaram de dar à luz, mas há tem uma notícia boa: estar na fase de amamentação é a melhor coisa para os recém-nascidos, uma vez que o leite materno tem, naturalmente, uma função protetora e imunomoduladora, ou seja, que altera o sistema imunológico de acordo com a necessidade do organismo. “Diariamente ele modifica sua composição para proporcionar nutrientes e componentes específicos adequados a cada idade e situação”, explica a especialista.
Cinthia enfatiza que o leite materno possui todos os nutrientes essenciais, fatores bioativos, componentes anti-inflamatórios e outros que contribuem para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Por isso, considerando a pandemia que enfrentamos no momento, manter o bebê em aleitamento é a melhor prevenção que ele poderia ter. Fórmulas infantis, compradas prontas ou feitas em casa, não oferecem a mesma proteção, uma vez que não estimulam a imunidade da criança (não só enquanto mama mas também por algum tempo após o desmame.
A consultora relembra que, se a mãe tiver, por exemplo, um resfriado ou uma gripe enquanto amamenta, as chances desse vírus serem transmitidos para o bebê através da amamentação existem, mas o mesmo acontece com os anticorpos desenvolvidos pela mulher para combater essa doença, o que não só estimula, como garante que o bebê desenvolva imunidade à doenças semelhantes.
Caso você esteja com suspeita ou contaminada com coronavírus, precisa seguir algumas recomendações extras:
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