Publicado em 13/08/2022, às 10h49 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
Você com certeza já ouviu “Hear me now”, “Alive” e “Don’t say goodbye”, mas está na hora de conhecer a outra faceta do DJ Alok. O pai de Ravi e Raika abriu o coração sobre as transformações pessoais e profissionais com a chegada dos filhos e como enxerga a paternidade hoje. Ao lado de Romana Novais, ele reforçou a importância da família e deu alguns detalhes sobre a rotina, conciliando shows, turnês e casa.
ALOK: A paternidade chegaria para mim inevitavelmente em algum momento. Mais do que um plano, era um desejo de ser pai. Acredito que a vida escolhe e nos prepara para as ocasiões. Estava em uma fase complicada, cheia de questionamentos sobre o sentido da vida e naquele instante quando soube que seria pai, renasci! Enquanto Ravi e Raika crescem, eu também amadureço com eles.
A: É engraçado porque quando eu era criança meus colegas me perguntavam: “O que os seus pais fazem?”, enquanto os deles eram médicos, advogados ou qualquer profissão mais “tradicional”, eu respondia que os meus eram DJs. Ninguém entendia. Para mim era normal ter pais DJs, assim como levar uma vida itinerante como quando morei na Holanda em uma ocupação. Lá era uma verdadeira comunidade, tudo era compartilhado e todos eram responsáveis pelo bem comum. Foi ali que compreendi os sensos de coletividade, solidariedade e fraternidade. Essa infância “alternativa” moldou o que sou hoje, a forma que penso e o mundo que pretendo que meus filhos vivam. Foi uma infância cheia de questionamentos, incertezas e também de muito amor, união e crescimento. Estar em contato com culturas diferentes, idiomas diferentes, pessoas com vivências diversas ampliou meu mundo, minhas fronteiras.
A: Quando o Ravi nasceu, eu senti que voltei a me reconectar com o meu pai. Não que tivesse um rompimento entre a gente, mas ao me tornar pai também minha relação com ele se transformou. Entendi muitas coisas. Não é fácil criar e educar os filhos, é necessário dedicação, paciência, uma entrega quase que integral. Eu fui pai pela primeira vez aos 29 anos de idade com condições financeiras e experiência de vida que o meu pai não teve à época. Dentro das possibilidades dele, ele foi o melhor. Meu pai sempre me incentivou, sempre me amou na sua pura essência, sem julgamentos, nem cobranças. Não à toa segui a mesma profissão que ele.
A: Desde que soube da gravidez. Senti um amor gigante dentro de mim que só cresce. Nem sabia que seria possível tal sentimento. É engraçado porque eu me descubro pai todos os dias, a cada novo movimento que a Raika faz, a cada descoberta do Ravi, na minha troca de olhares com eles. Eu me vejo neles, me idêntico neles. A gente ri junto, chora junto. Ser pai é uma explosão de sensações, é um exercício de autoconhecimento também, sem dúvidas.
A: Não tem sentimento de culpa. Eu tenho responsabilidades profissionais e familiares. Meus filhos nasceram durante a pandemia, o que me deu oportunidade de estar em casa e acompanhar os primeiros desenvolvimentos deles. Quando os shows presenciais deram sinais de que voltariam, eu falei para a minha equipe que não queria mais aquela rotina de 25 shows por mês. Quero vivenciar cada descoberta do Ravi e da Raika. A paternidade despertou o meu melhor lado. A responsabilidade de ter alguém que depende de você, do seu amor, afeto, cuidado e atenção. A paternidade me fez refletir sobre nossa responsabilidade no mundo, como cidadão.
A: Ser pai é a melhor sensação do mundo. Me questiono: “Como vivi todo esse tempo sem Raika e Ravi?”. Eles me dão sentido à vida. É incrível ver, a cada dia que passa, o crescimento deles. Eu me vejo neles. O Ravi e a Raika crescem e parece que estou crescendo novamente. É muito louco! O maior desafio é aprender a ser pai, é um ensinamento diário que recebo deles.
A: Tenho algumas pessoas que nos dão assistência, mas a criação é responsabilidade minha e da Romana.
A: É um esforço de equipe fazer com que eu não fique muito tempo longe da família. Eu optei por muitas vezes fazer shows e voltar a São Paulo para dormir em casa e acordar ao lado deles. Estar presente é uma das prioridades na minha vida. Então, às vezes, é uma loucura fazer essa logística funcionar.
A: Levo eles comigo, quando possível. Agora estou em turnê pela Europa, fico aqui durante todo o verão. Romana, Ravi e Raika virão. Não teria como passar três meses longe deles. Além de estarmos juntos, é uma maneira de proporcionar uma experiência diferente a eles, de conhecer um novo lugar.
A: Eu quero educar os meus filhos para serem cidadãos conscientes. As oportunidades que eu posso proporcionar a eles têm de que alguma forma reverter em aprendizado e experiência de vida. Acredito que a educação que Romana e eu vamos dar aos nossos filhos seja baseada no diálogo e confiança. Conversar é a melhor solução.
A: Claro! É fundamental termos o nosso momento de casal. Somos admiradores um do outro, nos respeitamos enquanto casal e enquanto indivíduos. Somos apaixonados e nossos filhos coroam esse amor.
A: Reservo um tempo comigo mesmo para fazer os meus exercícios mentais, as produções musicais e meus esportes. Durante as viagens de avião, nos quartos de hotéis, esses momentos que estou mais sozinho é quando consigo traçar novos objetivos. Às vezes, o cotidiano acaba nos engolindo e a gente vive no automático, essas pausas me servem para ter um olhar mais carinhoso comigo mesmo, dizer para mim que tudo bem eu me sentir cansado e querer dar uma pausa (mesmo que rápida). Volto sempre com o fôlego renovado, criativo e cheio de ideias.
A: Geralmente temos a narrativa de ‘o que vamos deixar para nossos filhos?’, mas prefiro a perspectiva ‘que tipo de filhos vamos deixar para o futuro?’. A partir daí consigo imaginar o futuro, porque as pessoas que vão fazer acontecer são nossos filhos, as próximas gerações. Então, qual é o futuro que estamos construindo no presente? Quero que meus filhos sejam pessoas melhores, para que o futuro também seja. O futuro é ancestral.
ALOK: Família é tudo, nossa base, nossas tradições, nosso DNA, nossa essência.
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