Publicado em 21/12/2020, às 06h34 - Atualizado às 06h43 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
O nascimento de um filho é um momento muito marcante. Entre todos os sinais que mostram que aquele novo ser chegou ao mundo com saúde, um dos mais esperados é o primeiro choro do bebê. Mas, quando Luana Tintiliana da Silva, de 21 anos, deu à luz Ana Julia e Ana Sofia, as coisas que aconteceram foram muito diferentes do que o esperado por ela e por toda a equipe médica.
Em 13 de maio de 2019, as gêmeas de Luana nasceram completamente em silêncio. Conforme os dias iam passando, os médicos começaram a perceber que as duas meninas estavam em coma desde o nascimento: não abriam os olhos, não se mexiam, não pareciam responder a nenhum estímulo – mesmo dor. Vários exames foram feitos mas nenhum diagnóstico foi encontrado.
Em entrevista à UOL, Luana contou que Ana Julia teve complicações em janeiro e faleceu, enquanto Ana Sofia permanece internada na UTI. A mãe das meninas engravidou aos 20 anos, em 2018, e desde o anúncio da gestação ela não tem contato com o pai das crianças. “Aos 3 meses de gravidez, senti pontadas fortes na barriga. Fiz exames e descobriram que eu tinha alguns miomas, mas isso não era o motivo da minha dor”, contou. Foi necessário abrir a barriga de Luana durante uma cirurgia para descobrir e operar uma apendicite.
Em maio, Ana Julia e Ana Sofia nasceram prematuras, aos 8 meses. “Depois do parto, eu apaguei e acordei com muita dor de cabeça. As meninas estavam em um berço mas logo depois começaram a ficar roxinhas e precisaram de oxigênio”. Após alguns dias sob observação no hospital, Ana Julia saiu da UTI neonatal e o médico liberou as irmãs para irem para casa, sob a condição de que se algo acontecesse de novo, era o momento de voltar a procurar médicos.
Durante um mês, Luana deu banho, amamentou e cuidou das meninas em casa – tudo isso enquanto elas dormiam. “Eu conversava bastante com elas. Pedia: ‘Abre o olho para mim, quero ouvir o choro de vocês’, mas nada acontecia”. O primeiro sinal de que elas estavam reagindo, na verdade, eram sinais de convulsões e as gêmeas foram internadas novamente.
Com o tempo, a situação das meninas ficou mais grave e o quadro de infecções e convulsões de Ana Julia piorou, até que ela faleceu em janeiro de 2020. “Enterrei minha filha, uma parte de mim foi com ela. Todos os dias penso nela e sinto uma dor forte no coração”.
Ana Sofia ainda está sedada na UTI, respirando com ajuda de aparelhos e com uma situação muito delicada. “Meu sonho é ela ser curada, quero que ela acorde desse sono, quero ver os olhinhos dela, quero ouvir o choro e levar ela para casa”, Luana desabafou.
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