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Mãe luta para sepultar corpo da filha que desapareceu há 9 anos: “Não sei explicar o que sinto”

Sogra e amigo do namorado da vítima foram acusados - Shutterstock
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Publicado em 02/08/2021, às 09h07 por Luiza Fernandes, filha de Neila e Mauro


Uma mãe em Maceió está vivendo uma verdadeira angústia há 9 anos com a filha. Isso porque, durante todo esse tempo, Mônica Dias tenta velar o corpo de Roberta Dias – sequestrada em 2012, quando tinha 18 anos. À UOL, a mãe desabafou sobre a angústia de não poder sepultar o corpo da filha, mesmo com o fim das investigações: “Nunca deixei de lutar por ela, por justiça”.

Na época do crime, a vítima estava grávidado namorado, e a investigação das autoridades concluiu que o sequestro foi arquitetado pela sogra de Roberta e por um amigo de seu namorado. A motivação teria sido o fato de Roberta ter se recusado a abortar a criança que esperava do companheiro.

O caso segue na 4ª Vara Criminal de Penedo, sem previsão de conclusão. O namorado de Roberta não foi indiciado, porém, os dois suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado, aborto provocado por terceiro e ocultação de cadáver.

Sogra e amigo do namorado da vítima foram acusados (Foto: Shutterstock)

“Minha filha fazia [o curso de] meio ambiente no Ifal e o futuro dela foi cortado por uma gravidez. Como você vai tirar a vida de uma pessoa, culpando um ser inocente que não chegou nem a vir ao mundo?”, desabafou Mônica sobre a motivação do sequestro. Nove anos após o crime, a polícia encontrou um crânio na área de Piaçabu, município vizinho a Penebo, local onde moravam mãe e filha.

“Quando acharam esse crânio, lembro bem, era um domingo. Na segunda-feira cedo eu liguei para o IML [Instituto Médico Legal] e perguntei se o crânio era feminino ou masculino. A moça falou que era feminino, aí eu expliquei que eu tinha uma filha desaparecida com indicativo de estar naquela região. Fui lá na terça-feira e perguntei: vocês acharam mais ossos ou só o crânio? A moça falou que, quando [o IML] é acionado, só pega o que está em cima da terra, não tem direito de escavação”, relembrou Mônica.

A mãe de Roberta ainda conta que suspeitava que a filha havia sido enterrada ali – por causa de áudio encontrado na investigação, que revelava o local onde os acusados pretendiam enterrar o corpo. “Eu ia sempre à praia e ficava imaginando onde é que ela poderia estar enterrada. Passavam navios, eu ficava lá olhando”, comentou.

“A gente ia contratar uma retroescavadeira, mas a prefeitura cedeu uma. Na quarta-feira, a gente começou a escavar às 6h da manhã. Daí começaram a aparecer os ossinhos do braço. Quando eu vi a alça do sutiã — que eu reconheci —, eu cai em prantos”, declarou Mônica. “Eu sabia que ela estava morta, mas acho que não tinha caído a ficha. Uma coisa é você saber, outra é você ver. Mas depois respirei fundo e consegui até a última escavação ficar sem chorar porque eu sabia que eu ia dar um enterro digno à minha filha”.

Monica está na luta para ter acesso ao corpo da filha (Foto: Arquivo Pessoal/ Reprodução/ UOL)

Contudo – e desde então – Mônica vive uma verdadeira batalha para poder sepultar o corpo da filha. Mesmo com o inquérito dado em 2018, ela ainda não teve acesso ao corpo de Roberta e, por causa disso, não pode velar a morte da moça.

“Não sei nem explicar o que sinto. Uma coisa que eu digo é que isso é uma pressão psicológica muito grande. Meu psicológico não está mais aguentando. Estou tomando remédio de depressãoporque a ansiedadeestá demais. Já aguentei nove anos de impunidade sem achar os mortais da minha filha porque vivo. Eu sabia que ela não estava viva. E quando eu consegui achar ainda ter que aguentar essa tortura. Eu espero que essa tortura seja de vitória”, desabafou.

A mãe luta para poder sepultar a filha (Foto: Getty Images)

Também à UOL, o MP-AL esclareceu o posicionamento da investigação da morte de Roberta. Segundo o órgão, a demora da liberação do corpo da vítima vem justamente da conclusão do inquérito – feito em 2018. Além disso, em agosto do ano passado 16 testemunhas foram convocadas pelo juiz para a investigação do caso.

Com a pandemia, eles também afirmam que algumas audiências tiveram de ser suspensas – pelo menos até a criação de audiências online. O processo está perto do fim: os acusados devem ser ouvidos em breve, e o juiz responsável deve dar o veredito após ouvidoria dos acusados e, mais uma vez, de suas respectivas defesas e acusações.


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