Publicado em 10/10/2023, às 11h59 - Atualizado às 12h08 por Mayara Neudl, Estagiária | Filha de Lidia e Rogerio
Na terça-feira, 10 de outubro, Ana Altschuller, mãe de Rafael Zimerman, jovem brasileiro que estava no Universo Paralello Israel, festival de música eletrônica que aconteceu próximo à Faixa de Gaza, e sobreviveu aos ataques, conversou com Ana Maria Braga, no Mais Você.
Rafael era o amigo que estava com Ranani Nidejelski Glazer, jovem que faleceu, e a namorada do amigo, Rafaela Treistman. Eles encontraram um bunker em um ponto de ônibus, onde se abrigaram, mas com o tumulto e a lotação do local, bombas de gás atingiram o abrigo.
A mãe de Rafael relatou que ela e a família do jovem estão processando o ocorrido. “Estamos ainda absorvendo o que aconteceu. Foi tudo muito inesperado, muito triste. O Rafael está bem, vivo, com alguns ferimentos, mas eu fico imaginando a dor dos pais, dos familiares que estão esperando retorno dos seus filhos, ou que tiveram uma notícia como essa do Ranani. Eu não consigo imaginar a dor dessa mãe, eu não consigo imaginar a dor da perda de todas essas pessoas”, disse.
Ana contou como ficou sabendo. “Quando eu acordei, tinha uma ligação de um celular desconhecido, mas eu vi que era o prefixo de Israel, duas chamadas de vídeo e uma mensagem do meu filho dizendo: ‘Vãe, to bem’. Meu filho me chama de ‘vavãe’. E, na sequência, minha filha me ligou, e falou: ‘Mãe, o Rafa tá vivo e tá inteiro. Está acontecendo um ataque em Israel’. Eu falei: ‘Mas como que ele tá, o que aconteceu?’, e ela contou rapidamente”, lembrou.
A mãe desabafou sobre a situação. “Nesse momento eu caí num choro, num desespero, não conseguia mais ouvir o que ela falava, e eu disse: ‘Eu vou ligar pra ele, eu tenho que falar com ele’, e ela falava: ‘Não, você tem que se acalmar, porque ele precisa ter força, ele precisa de você forte pra conseguir aguentar tudo isso’. Logo depois, eu respirei fundo, pedindo sempre força pra Deus e liguei pra ele. Na hora que ele ouviu a minha voz, ele já falou ‘vãe’, e começou a chorar, e eu: ‘Calma, Rafa, você tá bem, você tá vivo’, e ele: ‘Você não sabe o que aconteceu, ‘vãe’, eu fiquei preso 5 horas, eu vi a morte, eu pedi pra morrer’. Na verdade, o Rafa não pediu pra morrer, ele ama a vida, é um menino de muita luz, especial, amoroso, ele só pedia pra que aquilo acabasse. Na sequência, acabou a bateria e nós não nos falamos por algum tempo. Neste meio tempo, um amigo do Rafa, que é um amigo irmão, Felipe Jurek, entrou em contato comigo e ele disse: ‘Ana, eu vou até o Rafa. Eu estou no Norte, eu vou pro Sul e eu vou encontrar com ele’, e eu falei: ‘Felipe, você não vai conseguir, as estradas parecem que estão interditadas, bloqueadas, e você vai se colocar em risco’, aí ele falou: ‘Não, Ana, eu vou. Eu preciso ajudar, o Rafa é meu irmão. Eu vou levar o carregador e ele vai falar com você’. E aí, na sequência, não sei precisar o tempo porque logo meus irmãos também me ligaram, vieram em casa, todos os familiares estavam em casa aguardando notícias e aí, foi quando o Felipe conseguiu carregar o celular do Rafa, e nós fizemos a primeira ligação de vídeo, ele deitado no hospital, arrasado com tudo”, contou.
Ana também atualizou o estado do filho. “Ele está numa cidade próxima à Tel Aviv, na casa de amigos que existe um quarto que é um bunker, como na grande maioria das casas, e ele está dormindo dentro deste bunker, que é onde ele se sente mais protegido. Ele tem o apoio de todos os amigos dentro dessa casa, fora que são muitas mensagens, ligações. Ele teve apoio psicológico também do Governo desde que ele chegou no hospital. Essa nossa primeira ligação foi quando ele estava em um hospital em Berseba, estava muito lotado, com muitos feridos de guerra. Ele foi transferido pra Haifa de helicóptero, eu fiquei um tempo sem conseguir contato com ele porque ele não havia levado o celular, e novamente esse amigo, o Felipe, quando chegou me mandou uma foto e falou: ‘Está aqui o seu lindão'”, falou.
A mãe de Rafael ainda falou sobre o filho ainda estar em Israel. “Como mãe, eu só quero abraçar, beijar, sentir meu filho nos meus braços, e ele também: ‘Mãe, eu queria muito te abraçar’, mas eu entendo a posição dele em permanecer lá, pelo menos nesse primeiro tempo. Eu acho que tá tudo muito confuso na cabeça dele. Por um lado, ele entende que não quer abandonar o nosso povo, ser uma pessoa que saiu do país em busca de abrigo e deixou essa situação acontecer. Por outro lado, eu sinto que ele precisa do nosso apoio, o apoio da família, dos amigos, aqui também do Brasil, que é um país onde ele saiu por não se sentir tão seguro e teve que se deparar com essa situação em Israel. Mas aqui ele vai ter todo o nosso carinho, todo o nosso aconchego, meu, do pai, da irmã, que inclusive tá aqui comigo, a Bia”, declarou.
Por fim, Ana desabafou como está se sentindo sobre a situação como um todo. “Eu estou tranquila, acho que é essa a palavra, eu não posso dizer que eu estou feliz com tudo o que está acontecendo e, infelizmente, possa vir a acontecer. Desejamos paz pra todos”, finalizou.
Criança
Dia da Mochila Maluca: 10 ideias divertidas e criativas para a Semana da Criança
Notícias
Luciana Gimenez fala sobre gravidez de terceiro filho aos 54 anos: "Sonhos e desejos"
Criança
Dia do Cabelo Maluco: 12 ideias fáceis para fazer na Semana da Criança
Notícias
Atriz de Floribella fala pela 1ª vez após morte do filho de 6 anos em incêndio
Top dos Tops
Ofertas do dia: Galaxy S23 Ultra da Samsung com descontos de até 53%
Notícias
Príncipe George pode ser separado dos irmãos por regra real, após completar 12 anos
Família
Tom Brady fala da importância do fracasso para vida dos filhos: veja o motivo
Criança
Dia da Mochila Maluca: 8 ideias super diferentes para o seu filho arrasar na escola!