Família

Mãe dá à luz no mesmo hospital em que foi separada da irmã siamesa há 21 anos

Charity deu à luz Alora - Reprodução/ Today
Reprodução/ Today

Publicado em 17/08/2021, às 08h25 - Atualizado em 19/08/2021, às 08h38 por Luiza Fernandes, filha de Neila e Mauro


Charity Lincoln Gutierre-Vasquez não imaginava que o retorno ao hospital que nasceu, 21 anos depois, seria tão especial. Não só porque estava dando à luz primeira filha, mas também porque foi naquele mesmo lugar que ela foi “separada” da irmã siamesa Kathleen. As duas tinha uma perna fundida e partilhavam alguns orgãos internos.

A cirurgia de separação das meninas foi realizada por 30 médicos quando elas tinham 7 meses – e foi um sucesso. Anos depois, Charity se emociona com a chegada de Alora, a partir do mesmo hospital que ela e a irmã foram separadas.

“Parece um círculo completo, já que minha mãe nos teve aqui e tudo mais”, comentou Charity, ao portal Today. Os médios responsáveis pela cirurgia das irmãs no passado até apareceram em jornais e revistas para falar do procedimento. “Isso é provavelmente tão complexo e difícil quanto qualquer coisa que fazemos ou fizemos”, comentou na época o Dr. John Waldhausen.

O cirurgião é, inclusive, amigo da família – e Charity disse que ele foi um dos primeiros a saber da novidade. “Ele tem estado comigo por muito tempo”, declarou. Para John, a notícia da chegada de um bebêfoi ainda mais especial, “Quando você está envolvido em uma operação como essa, você realmente espera poder criar uma vida inteira para alguém”, disse ele. “E então ver isso acontecendo, o círculo realmente se fecha. Este é um grande dia para todos nós”, desabafou.

Kathleen e Charity tinham a perna fundida (Foto: Reprodução/ Daily Mail)

O nascimento de Alora por meio de um parto cesárea foi um sucesso, e a menina veio ao mundo saudável. Contudo, os médicos que acompanharam o pré-natal da família afirmaram que não sabiam se, devido à condição de Charity no passado, a criança nasceria bem. A gravidez foi considerada de alto risco. “Eu não sabia se o útero dela permitiria que ela carregasse um filho. Eu não sabia se a reconstrução da parede abdominal dela permitiria que o abdômen se expandisse de tal forma que um bebê pudesse crescer”, contou a médica e amiga da família Edith Cheng. A doutora ainda afirmou que tinha medo de Charity tivesse um parto prematuro e até mesmo um aborto espontâneo.

Kathleen, por enquanto, conseguiu conhecer a sobrinha apenas por chamada de vídeo. “Deus realmente me abençoou. Acho importante que as pessoas vejam que ainda estamos bem e que vivemos o melhor que podemos”, declarou enfim Charity.


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