Publicado em 19/03/2022, às 12h44 - Atualizado às 14h32 por Cecilia Malavolta
A febre reumática é uma doença autoimune que pode afetar as articulações, o coração, o sistema nervoso e a pele. Ela acontece como uma resposta tardia a uma uma infecção de garganta provocada pela bactéria streptococcus que não foi diagnosticada ou tratada corretamente.
Essa reação faz o sistema imunológico produzir anticorpos que agem contra as proteínas do próprio organismo após a infecção na garganta. Ainda que não haja uma maneira de prognosticar quais crianças que apresentam quadros de amigdalite podem ter febre reumática, existem alguns fatores que podem influenciar no desenvolvimento da doença:
Quando há acometimento cardíaco, outros sintomas que podem aparecer são:
A cardite é uma inflamação que acomete as três camadas do coração: a membrana que reveste o órgão, os músculos e as válvulas cardíacas (principalmente a mitral e a aórtica). Quando há comprometimento destas últimas, é possível que haja sequelas e limitações na vida do paciente. Outros sintomas de febre reumática menos comuns são:
A febre reumática pode acometer crianças a partir de 3 anos – casos em que bebês que ainda não completaram essa idade são mais raros. Contudo, ela é mais comum nas que possuem 5 anos e pode se estender ao público de 18 anos, o que equivale a cerca de 80% das ocorrências.
A boa notícia é que é possível evitar a doença, e a melhor maneira de fazer isso é consultar um especialista quando houver suspeita de que a inflamação foi causada pela bactéria streptococcus – ou seja, quando a dor da criança vier acompanhada de febre. Assim, é possível seguir com o tratamento adequado para o quadro.
Outro modo de evitar a infecção de garganta pelo streptococcus – bem como a febre reumática – é ter cuidados com a higiene das mãos e evitar contato com pessoas que estejam contaminadas pela bactéria, o que evita a disseminação da doença (muito comum em ambientes com aglomeração como escolas e creches).
O principal risco da febre reumática para crianças é quando há comprometimento cardíaco, já que dependendo do caso elas podem ter a qualidade de vida limitada a curto ou longo prazo. Esse tipo de cardiopatia é uma das mais comuns entre crianças que estão se desenvolvendo e, na vida adulta, são um número alto de motivos para cirurgias no coração.
Consultoria: dra. Daniela Gerent Petry Piotto, reumatologista pediatra, coordenadora da comissão de Reumatologia Pediátrica da Sociedade Paulista de Reumatologia e mãe de Julia e Laura.
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