Publicado em 02/09/2021, às 15h00 - Atualizado às 15h11 por Cinthia Jardim
Na infância, muita coisa muda e com os dentes não poderia ser diferente. Desde o nascimento dos dentes de leite até que, de fato, eles se tornem permanentes, existe uma história que merece ser respeitada, pois traz memórias afetivas em uma fase tão importante e especial.
Desde cedo, o cuidado com a saúde bucal é fundamental e deve ser incentivado pela família, sempre de maneira natural. Em uma conversa com a odontopediatra Thelma Parada, embaixadora da Pais&Filhos e mãe de Guilhermina, falamos sobre como você pode ajudar o seu filho com todas essas mudanças e estar presente (de verdade!) no desenvolvimento e crescimento dos dentes.
Segundo a especialista, não existe nenhum problema dos pais arrancarem um dente que está mole, ou da própria criança participar do processo. O mais importante, neste caso, é permitir que as coisas aconteçam de maneira espontânea. “Sou a favor de não roubarmos a infância da criança. Se a mãe quer arrancar e contar uma história para o filho, ou a criança quer comer uma maçã ou tomar um sorvete para que o dente caia, deixe a natureza agir. A infância faz parte de termos memórias afetivas”, explica.
Agora, se a situação está trazendo algum tipo de incômodo ou sofrimento para a criança, Thelma comenta que um odontopediatra deve ser consultado. Então, caso você perceba que seu filho reclama de dor, não quer mais comer ou escovar os dentes, a situação merece um olhar do especialista. “Nesses casos, eu não gosto de deixar a natureza agir, porque está trazendo um transtorno para aquela família”.
Apesar de não parecer, a situação é bastante comum, segundo a odontopediatra. Em casos como esse, o primeiro passo é avisar o dentista do seu filho e, em seguida, esperar alguns meses dependendo do caso. “Se o dente permanente nasceu e o de leite não ficou mole, eu conto 3 meses para cair, senão, a gente tira. A minha opinião é: sempre esperar o dente cair sozinho”, orienta Thelma.
Antes mesmo dos dentes começarem a nascer, o aleitamento materno tem um papel primordial no fortalecimento e crescimento deles. Thelma explica que o processo funciona como o primeiro aparelho da criança, pois atua no desenvolvimento ósseo do maxila, osso que segura os dentes superiores. Além disso, ele também ajuda na mandíbula, que fixa os dentes inferiores.
“Por isso, nós batemos na tecla que é importante amamentar exclusivamente até os seis meses e estender até os dois anos com a amamentação não sendo exclusiva. Fora os demais benefícios, como a prevenção do câncer de mama, o de útero, além de ser um alimento saudável para o bebê e melhorar imunidade das crianças”, reforça.
Apesar de acharmos que os dentes da criança podem ser mais frágeis, Thelma explica que isso só acontece quando possuem algum tipo de problema. Mas vale lembrar que outras partes do corpo também irão indicar que algo está errado, como as unhas e cabelos, por isso, é superimportante estar de olho na saúde do seu filho! “Geralmente, quando o dente está ‘fraco’, é cárie. Porém, hoje em dia é muito comum as crianças apresentarem uma hipomineralização, uma hipocalcificação, que são defeitos do dente, não significando que eles são fracos, mas sim que precisam de outros cuidados”.
Quanto a fragilidade, é importante reforçar que os dentes da criança não quebram com facilidade, pois foram feitos para a força mastigatória. “Eu falo que o dente de leite é o rascunho do dente permanente. Mas, se a criança não cair e bater a boca, esse dente não tem por que quebrar”, explica. “Quando o pai fala que o dente do filho quebrou e não foi por acidente, pode ter certeza que tinha uma cárie, ou as vezes uma hipomineralização. Mas é muito raro acontecer sem motivos”.
Mito! Nem sempre as manchas no dente são cáries, mas a possibilidade não deve ser descartada. A odontopediatra comenta que problemas como hipomineralização, fluorose ou manchas por ferro também podem acontecer. “Podem ser vários diagnósticos, mas só o dentista pode orientar. Na medida do possível, caso você veja uma mancha no dente do seu filho, procure um especialista para ver o que é”, recomenda. “Enquanto a consulta não sair, é superimportante caprichar muito na escovação”.
Depende da idade. A especialista comenta que existe tratamento para tudo, mas é preciso investigar se cuidar das manchas nos dentes é por estética ou saúde. “Se for por estética, nós precisamos pensar se é a preocupação é da criança ou dos pais. Por isso, é interessante não submeter à tratamentos estéticos se a vontade for do adulto e não da criança”.
Durante a infância, é muito importante usar pastas de dente com flúor e, infelizmente, ainda não é possível encontrar a matéria-prima do mineral na natureza. “É preciso sempre uma formulação química industrial”, comenta a odontopediatra. Por isso, ela reforça que o maior problema de fazer a substância de limpeza de forma caseira é o de não oferecer para a criança a quantidade necessária de flúor para a saúde dela.
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