Publicado em 04/11/2013, às 16h03 - Atualizado em 30/01/2020, às 19h31 por Redação Pais&Filhos
Não é só no dicionário que família vem na frente de trabalho. Segundo pesquisa do Datafolha, para os brasileiros, a família é o mais importante para 75% dos entrevistados. O trabalho vem em segundo plano. Outra pesquisa, da consultoria Robert Half, mostra que em 85% das empresas pesquisadas, menos da metade das mulheres volta ao trabalho após o período de licença-maternidade, por falta de creche e horários flexíveis. Para fazer a conta fechar, as mães estão aderindo ao home office.
Foi o que aconteceu com Julliane Marques, mãe de Elisa e Breno, quando teve que deixar a filha mais velha pela primeira vez no berçário. O lugar era ideal e ela sabia disso, mas não conseguiu segurar o choro no primeiro dia: nem ela e nem a filha. Julliane queria ser uma boa mãe e esposa. Mas também quis construir uma carreira – e foi o que fez. Sua empresa, a Carlson Wagonlit Travel, que faz gerenciamento de viagens, aderiu ao home office. Por isso, Julliane consegue trabalhar em casa cerca de quatro dias por semana, economizando em média 3 horas diárias que seriam desperdiçadas no trânsito de São Paulo. Isso fez com que ganhasse mais tempo com a família para atividades simples, como tomar café da manhã e levar os filhos ao colégio, por exemplo. “Qualidade de vida, para mim, é ter tempo e condições para ser uma boa mãe, boa esposa e boa profissional. Ser feliz, me alimentar bem, sem estresse, ter tempo dedicado a minha casa, aos meus filhos”, conta.
O desafio
Principalmente quando ainda é bebê, você quer ficar perto do seu filho o tempo inteiro. Mas, ao trabalhar em casa, precisa estabelecer metas para que não pare de trabalhar.
Procure ter alguém para te ajudar, pelo menos até que a criança complete um ano de idade.
Tenha disciplina. Estabeleça o seu horário para saber o momento que pode parar de trabalhar e quando pode dar uma pausa para ficar com o seu filho.
Após esse período de amadurecimento, deixe-o durante meio período na escola. Isso faz com que ele possa interagir com outras crianças e você ainda adianta o trabalho.
Quando você trabalha em casa, a rotina muda. Avise os vizinhos, amigos e familiares que não está disponível em certos horários e não pode conversar a todo momento.
Defina o seu expediente: saiba a hora de começar e a hora de parar de trabalhar. Tenha foco e saiba quanto tempo você precisa para realizar uma tarefa.
Não fique procrastinando. Seja proativo e organizado. Em casa, ninguém vai te dizer quando deve fazer alguma coisa.
Quando tiver alguma ocasião especial, como jogo de futebol do filho ou consulta médica, organize a sua rotina para saber o horário que voltará ao trabalho.
39% já aderiram
Em pesquisa realizada no Facebook da Revista Pais & Filhos, constatamos que pelo menos 39% das mães já aderiram ao home office pelo menos uma vez por semana. “É um caminho sem volta. Depois de trabalhar com essa flexibilidade e autonomia, a pessoa não se vê mais trabalhando em um escritório tradicional”, explica Marina Sell Brik, filha de Luiz Carlos e Zélia e coautora do livro Trabalho Portátil – Produtividade, economia e qualidade de vida no home office das empresas. O importante é que a empresa e o funcionário estejam de acordo com essa decisão.
“Percebemos que muitas mães pedem as contas após a licença. Com o home office, as mulheres não precisam escolher entre carreira e maternidade. Podem fazer as duas coisas”, diz André Brik, filho de Maurício e Clarissa e coautor do livro Trabalho Portátil.
Como convencer o chefe
Se a sua empresa ainda não aderiu ao programa, vale sugerir ao seu gestor que isso aconteça pelo menos uma vez por semana. A própria empresa lucra com isso. Além de atrair funcionários que se interessam por qualidade de vida, pode diminuir os custos fixos.
A Ticket, empresa que adotou o home office há sete anos, beneficiando 150 funcionários, racionalizou recursos, tempo de dedicação aos clientes, produtividade e economizou de 3,5 milhões de reais em custos fixos. Isso tudo resultou em um crescimento de 40% no volume de vendas. “Cada colaborador gastava, em média, 30% de seu tempo para resolver questões administrativas e apenas 5% para tornar o cliente mais rentável. Hoje, esses números variaram para 15% e 35%, respectivamente”, explica Eloa Ciraulo, gerente de desenvolvimento, comunicação interna e responsabilidade social da Ticket.
Os funcionários, por sua vez, estão mais motivados por terem mais flexibilidade de horário e conseguirem passar mais tempo com a família. Tania Benevente, que é gerente de negócios da Ticket, é mãe de Arthur e Isadora. Ela trabalhou na empresa por 13 anos e saiu para se dedicar aos filhos nos primeiros anos. Só voltou por causa do home office. “Hoje, eu monto a minha agenda de acordo com os meus compromissos. Quando estou em casa, estou concentrada nas minhas atividades e paro para um intervalo que é combinado com os meus filhos”, conta. Isso faz com que ela esteja por perto nas emergências e possa participar de eventos como reuniões ou levar os filhos à escola. “Trabalhar com home office traz um prazer maior”, complementa. Além disso, essa atividade em casa poupa gastos com transportes, alimentação e até mesmo o vestuário.
O que melhora
A qualidade de vida é um dos grandes atrativos do home office, principalmente para as mães, porque você dá continuidade ao trabalho sem a culpa de não conseguir passar um tempo com o filho. Além disso, é importante que tenha um tempo para si mesma: vá ao salão de beleza e pratique algum esporte, pelo menos de vez em quando.
Uma das vantagens é não estar no escritório quando alguma emergência acontece. “Muitas vezes, a criança está com algum problema e a cabeça da mãe não está no trabalho. É melhor ter flexibilidade para poder levar o filho ao médico do que não produzir o que precisa”, pondera André Brik, coautor do livro Trabalho Portátil.
Não misture os papéis
É importante conversar com os filhos para que saibam que não podem exigir a sua atenção o tempo todo e tenham o entendimento de que está ocupada. Por isso, se ele for muito novo, é importante ter uma pessoa que te auxilie nesse tempo, seja ela da família ou alguém contratada para isso. “Não se podem misturar os papeis. A criança não entende que você não pode atender naquele momento e acha que a mãe não quer ficar junto”, explica a psicóloga e colunista da Pais & Filhos, Betty Monteiro. Por isso, prefira horários em que os filhos estejam na escola e divida as tarefas para que esteja disponível quando eles estiverem por perto. “Os filhos precisam de mães descansadas e não exaustas”, completa.
Consultoria
Marina Sell Brik, filha de Luiz Carlos e Zélia, é coautora do livro Trabalho Portátil – Produtividade, Economia e Qualidade de Vida no Home Office das empresas, www.gohome.com.br; André Brik, filho de Maurício e Clarissa, é coautor do livro Trabalho Portátil – Produtividade, economia e qualidade de vida no home office das empresas, http://www.gohome.com.br; Elizabeth Monteiro, mãe de Gabriela, Samuel, Tarsila e Francisco, é psicóloga e escritora, autora do livro Criando Adolescentes em Tempos Difíceis e A Culpa é da Mãe, www.elizabethmonteiro.com.br; Eloa Ciraulo, gerente de desenvolvimento, comunicação interna e responsabilidade social da Ticket www.ticket.com.br.
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