Publicado em 20/03/2021, às 12h58 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo
A Meghan Markle e o Príncipe Harry participaram recentemente de uma entrevista com a Oprah que deu o que falar. Na conversa, eles abriram o jogo sobre algumas coisas que passaram enquanto estavam na Família Real e fizeram, inclusive, algumas acusações a respeito de comentários racistas que a família fez sobre a pele do filho. Eles disseram que alguns membros da Família Real se preocuparam a respeito do “quão escura poderia ser a pele de Archie”.
Além dessa, a entrevista foi repleta de polêmicas. As palavras do casal, no entanto, lançaram luz e abriram o palco para uma conversa muito necessária sobre um assunto que até o momento não havia sido amplamente debatido: o racismo dentro da própria família no que diz respeito à cor da pele das crianças.
Os comentários do casal ressoaram nas redes sociais e geraram identificação com vários internautas, que contaram terem vivenciado coisas parecidas. Logo após a entrevista, as redes sociais se alastraram de pais inspirados a contar a verdade a respeito do que já passaram, compartilhando as próprias histórias que vivenciaram, com amigos, parentes ou mesmo conhecidos fazendo comentários rudes sobre o tom da pele dos filhos. Os exemplos mostraram como o colorismo – discriminação pela qual aqueles com pele mais clara são tratados de maneira diferente do que aqueles com pele mais escura – é muito presente até mesmo dentro da própria família e círculo social.
A revista Parents entrou em contato com vários pais (cujos nomes foram alterados para proteger a privacidade) que já ouviram coisas absurdas dos membros da família. Os relatos variam desde uma observação casual a uma difamação racial aberta. Afinal, seja o ato algo grande ou pequeno, a dor causada pode ser igualmente prejudicial.
As microagressões (declaração, ação ou incidente considerado com uma instância de discriminação indireta, sutil ou não intencional contra membros de um grupo marginalizado) podem ser tão prejudicial quando as grandes, por passarem de forma quase despercebidas.
Holly, mãe de dois filhos, diz que a sogra frequentemente faz comentários que a irritam, mas são sutis o suficiente para que ela escape impune. “Meus genes são muito fortes, então aposto que seus filhos vão se parecer conosco”, dizia ela, esperançosa, quando Holly estava grávida. Agora que os filhos de Holly nasceram e parecem mais europeus do que latinos, a sogra costuma falar animadamente sobre como eles se parecem com o lado dela da família. A implicação é que ela está feliz e aliviada por eles parecerem brancos e não negros, como Holly.
Outra coisa que Holly presencia com frequência são comentários de estranhos, que tentam adivinhar a raça da criança ou alegremente alegam que a criança em questão não se encaixa em nenhuma raça em particular, já que a pele dela não é “nem tão negra, nem tão branca”.
Apesar dessas situações um tanto quanto chatas, Holly explica que uma coisa é ouvir perguntas ignorantes de um completo estranho, mas outra bem diferente é ser ferido pelas palavras de um membro da família. Para ela, a pior parte é ouvir palavras cruéis de alguém que você ama e respeita, sendo um golpe mais prejudicial do que se viesse de um estranho. “É difícil conciliar como alguém que supostamente ama você e seu filho incondicionalmente faria comentários depreciativos sobre algo tão sensível e inocente quanto a cor da pele de uma criança”, diz ela.
Isso pode ser especialmente doloroso se eles mencionarem isso diretamente na frente da criança. As crianças não têm controle sobre a cor da pele e ouvir essas palavras vindas de um ente querido pode causar danos irreparáveis à autoestima dele e aos sentimentos sobre a própria família e herança cultural.
Muitas vezes, o comentário ofensivo pode vir de alguém que nem mesmo sabe que os comentários foram considerados rudes ou racistas. Quando Kumbirai, uma mãe de três filhos, deu à luz o primeiro filho – um menino que é metade afro-americano e metade italiano – um membro da família fez o que ele pensou ser uma “piada” alegre e bem-humorada que ficará para sempre marcado na memória dela: “Você deu à luz uma zebra”.
Alguns relatam que sentiram raiva no início, mas depois sentiram algo semelhante a pena da pessoa. Kumbirai diz que depois que a fúria inicial acalmou, ela percebeu que realmente se sentia triste por esse membro da família e a visão de mundo minúscula dele. “Eu acho que eles realmente não sabem que essas palavras machucam, fazem na inocência. Percebi que a falta de compreensão é muito comum para pessoas que não têm contato com pessoas de fora da própria bolha ou cultura“, diz ela.
Muitos pais relataram que a reação dos cônjuges ao ouvir os comentários vindos das próprias famílias afetou a maneira como se sentiam a respeito deles. Se o parceiro ignorou os comentários e tentou minimizar a situação, eles se sentiram traídos. Holly afirma que inicialmente ficou irritada com o marido por não ter corrido para defendê-la quando a mãe dele fez comentários. “Ele é branco, então o que ele ouviu não o aborreceu até eu explicar a ele minha visão das coisas. Ele está muito mais acordado agora e ciente de que, como um homem branco, ele não consegue ter uma opinião sobre por que raças marginalizadas ficariam ofendidos”, conta.
Muitos pais contaram, também, que ficaram chocados ou se sentiram traídos ao ouvirem comentários desagradáveis, mas não souberam muito bem como expressar essa dor. Kumbirai diz que ficou furiosa e não conseguia acreditar na ignorância do familiar ao ouvir a brincadeira sem graça, mas não sabia o que fazer a respeito no momento, então ela só fez uma cara de paisagem.
Se um membro da família disser algo ofensivo, é fundamental enfrentar o problema de frente e não permitir que o ressentimento silencioso ferva. Ao entender que o comentário que fez de fato te prejudicou, a pessoa pode ficar horrorizada com as próprias palavras e aprender com isso. De acordo com a Psychology Today, uma organização de mídia americana focada em psicologia, iniciar um diálogo honesto é um passo crucial para resolver o conflito familiar e avançar em direção à compreensão e aceitação mútua.
Esses comentários machucam profundamente e podem deixar cicatrizes emocionais que podem durar a vida toda se não forem tratados de maneira adequada. Para alguns, o racismo e a intolerância estão tão enraizados na família que o melhor a fazer é distanciar-se dela. Às vezes, como no caso de Harry e Meghan, a coisa mais saudável que você pode fazer por você e sua família é abandonar um relacionamento tóxico.
À medida que as pessoas continuarem a ter essas conversas difíceis com entes queridos, colegas de trabalho e amigos, esses tópicos se tornarão menos tabu e as mudanças começarão de fato a acontecer. O racismo nem sempre parece ou soa como pensamos que será. Às vezes, ele chega até na forma de um comentário questionável de alguém que você ama profundamente e é preciso conversar sobre isso também.
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