Renato e Aline Openkoski foram presos no dia 22 de maio, em Joinville, Santa Catarina, depois de uma série de acusações, que os definiram como culpados por usar o dinheiro do tratamento do filho portador de AME (Artofia Muscular Espinhal) para bens próprios. Juntos, arrecadaram cerca de R$ 3 milhões em campanhas para o tratamento desde 2017. Ambos estavam foragidos desde 2022, ano que foram condenados por estelionato e apropriação de bens, somando 70 anos de prisão em regime fechado.
Os dois criaram juntos, em 2017 a campanha “AME Jonatas” que tinha como objetivo ajudar e arrecadar dinheiro para o tratamento de Jonatas, que sofria com AME, o menino, que era portador do tipo 01 da doença, faleceu em 2022.
A investigação começou em 2018, depois de observarem uma mudança drástica no estilo de vida dos pais, principalmente após postagens feitas no ano novo de 2017, quando o casal fez uma viagem à Fernando de Noronha.

Na época, eles alegavam que comprariam o mediamento Spinraza, geralmente utilizado para o tratamento da AME, que custa em torno de R$367 mil. Hoje em dia o remédio já é fornecido pelo sus. Quando o caso veio à tona, Jonatas já tinha tomado as primeiras doses e iniciado o tratamento. Fazendo com que mais tarde, Renato e Aline negassem todas as acusações.
No começo de 2018, A Justiça bloqueou os valores que tinham sido arrecadados por meio da campanha, e apreenderam um veículo avaliado em aproximadamente R$140 mil : “Eles aproveitavam os valores destinados à criança para sua própria subsistência. Não apenas para gastos básicos, mas também para coisas supérfluas, de luxo. Além dos objetos adquiridos, eles viajaram, frequentaram baladas e restaurantes caros e chegaram a comprar uma loja de roupa. Pagaram a primeira parcela, e o negócio só não foi concluído porque houve o bloqueio das contas.” afirmou a delegada Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Joinville, Georgia Marianny Gonçalves Bastos, em entrevista ao UOL.
O dinheiro passou a ser liberado gradualmente à favor de despesas que eram comprovadas fazer parte do tratamento da criança. Renato e Aline foram condenados em 2022 e terão que arcar com uma indenização no valor de R$178.176,25, que serão destinados à vítima do crime e uma instituição que promove o tratamento de crianças que sofrem com AME.