Família

Bebê morre na emergência do hospital esperando vaga na UTI: “A situação é caótica”

Getty Images

Publicado em 24/05/2022, às 10h13 - Atualizado às 10h16 por Redação Pais&Filhos


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Durante uma crise de superlotação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) infantis, um bebê de 11 meses morreu enquanto estava à espera de um leito na unidade. A criança faleceu nesta última segunda-feira, 23 de maio, na emergência pediátrica do Hospital Barão de Lucena (HBL), na Zona Oeste do Recife, Pernambuco.

A confirmação da morte foi dada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) durante esta terça-feira, dia 24 de maio. Segundo reportagem do G1, uma lista com a numeração da quantidade de crianças à espera de um leito foi enviada pelo governo ao Ministério Público (MPPE). Na lista apresenta 93 bebês e crianças aguardando uma vaga, sendo 80 para pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Bebê morre na fila de espera da UTI em Recife (Foto: Getty Images)

Segundo a secretaria, o bebê foi transferido da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) chegando ao Hospital Barão de Lucena no sábado, dia 21 de maio. Ele apresentava um quadro de insuficiência respiratória, estando em estado grave. “Foi internado de imediato, com diagnóstico de bronquiolite viral aguda, anemia e pneumonia”, disse o SES.

Ainda sobre o caso, a secretaria disse que a criança nasceu prematura, com apenas 28 semanas, tendo que passar três meses internada em uma UTI neonatal. O bebê teve que ser intubado e colocado em ventilação mecânica, além de estar com acesso venoso central recebendo as medicações.

Por fim, a secretaria disse a situação final da criança: “apresentou bradicardia, tendo parada cardíaca, sem resposta às manobras”. “A direção da unidade se solidariza com a família nesse momento de dor”, concluíram.

Situação no hospital

Segundo informações emitidas pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), a espera por atendimento dobrou na última semana. Em 8 de maio, eram 40 solicitações para leitos de UTI, sendo para 36 crianças e 4 adultos. Já no último domingo, 15 de maio, chegou a 73 o número de solicitações, sendo 70 para crianças e 3 para adultos.

Uma médica que trabalha em seis unidade pública de saúde do Recife e Região Metropolitana, relatou também ao portal jornalístico, que a situação é gravíssima e que chegou a ver o oxigênio se retirado de uma criança menos grave para socorrer uma que teve uma crise convulsiva. Com receio de sofrer represália, a funcionária optou em não ser identificada. Mas, afirmou que bebês e crianças chegam a passar cerca de quatro dias esperando por uma vaga em leito de UTI. Aos pacientes que encontram-se com um quadro grave de saúde, a demora, algumas vezes, é fatal.

“A situação é caótica. As crianças estão morrendo. No meu plantão, tinha uma bebê de dois meses que esperou quatro dias. No quarto, a gente conseguiu transferir, finalmente. Ela chegou ao Barão de Lucena, foi intubada e no dia seguinte faleceu”, falou.

Ainda de acordo com a médica, há relatos de ao menos três óbitos em 15 dias. Além da de bebê de 2 meses, ela foi informada da morte de outros bebês de sete e de nove meses. “Se a gente tem o Barão de Lucena e Imip [Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira] funcionando, com vaga, a gente tem outras possibilidades antes de tentar intubar. E a gente não está tendo isso”, afirmou.

“ó atende quem chegar grave. Febre, coceira no corpo, diarreia, não atende. E a gente está tendo uma série de problemas com famílias, que não entendem que não existem vagas, ficam revoltadas”, complementou.

Esclarecimento  

A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde da Capital disse, por meio de nota à imprensa, que acompanha cotidianamente a listagem da ocupação de UTI e que, por conta do aumento da fila de espera, instaurou uma notícia na última segunda-feira, 16 de maio. Nessa mesma data, foi remetido ofício ao Secretário Estadual de Saúde, André Longo, para que fossem apresentadas, no prazo de 72 horas, “as razões para o expressivo aumento da fila de espera por leito de UTI infantil com Srag na rede estadual de saúde, nas últimas semanas, bem como as providências adotadas para a solução do problema”.

No último domingo, 15 de maio, era 73 o número de solicitações por UTI, sendo três para adultos e 70 para crianças (Foto: Reprodução / Seplag)

Também por nota à imprensa, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que Pernambuco vive atualmente seu período de sazonalidade das doenças respiratórias, que, de maneira histórica, há uma maior ocorrência. A SES-PE reconheceu o grande fluxo de atendimentos pediátricos e afirmou que ocorre em toda a rede hospitalar, sendo elas pública e privada.

Por fim, o governo disse que vem, trabalhando para ampliar a rede e atende o público de “forma descentralizada e regionalizada”.


Palavras-chave
Bebê hospital filho relato morte UTI neonatal

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