Alexandre Nero fala sobre rotina após ter filhos: “O medo passou a fazer parte da minha vida”

Alexandre Nero, de 51 anos, começou a ter medo da morte após o nascimento dos filhos Noá e Inã, com a esposa e figurinista Karen Bristollin. O ator contou sobre em entrevista ao jornal O Globo, sobre a relação com a vida antes da vinda das crianças, os aprendizados que teve com a paternidade e a relação familiar, a morte dos pais e os irmãos o deixando órfão aos 17 anos. “Fazia loucuras mil. Agora, não posso mais morrer”, disse ele.

“A chegada dos meus filhos foi uma revisita aos meus pais. Sou um pai fora dos padrões. Quando o meu primeiro filho (Noá) nasceu, tinha 45 anos. Eu nunca liguei muito para criança, sabe? Sempre flertei com a morte. Estava na vida para matar ou morrer. Não tinha medo de nada. Fazia loucuras mil. Com a chegada deles, o medo passou a fazer parte da minha vida. Antes, eu podia morrer. Agora, não posso… Tenho ideias utópicas sobre a maternidade e paternidade”, contou o ator na entrevista ao jornal O Globo.

Alexandre também contou que lembrou dos pais quando teve o primeiro filho para se preparar para ser pai, o que segundo ele, as pessoas deveriam ter um preparo antes de criar uma criança. Apesar da reflexão, ele afirma ainda continuar não sabendo algumas atividades.

“Acho um equívoco achar que a gente aprende a ser pai e a ser mãe, sendo. Existe um preparo que as pessoas deveriam ter. Um preparo intelectual, pedagógico, psicológico para se criar um filho. Por isso as crianças têm tantos problemas porque os pais não sabem o que fazer com elas. Eu mesmo não sabia, e continuo não sabendo. Não sabia como brincar, não sabia como falar, como tratar… Fui atrás de pedagogo, vídeos, livros”, contou ele.

O ator está gravando a nova novela das seis, da Rede Globo, chamada “Nos tempos do imperador”, em plena pandemia. Ele contou estar muito difícil a adaptação.

Histórico familiar de Alexandre Nero

Alexandre é filho do meio entre duas irmãos, quando era criança mudou-se de Curitiba para São Paulo. Aos 14 anos, a mãe, que não era apenas dona de casa, morreu de câncer; após dois anos, também perdeu o pai, engenheiro agrônomo, que trabalhava como gerente de vendas, por causa de uma doença. Quando chegou aos 17 anos, o adolescente tímido voltou a morar em Curitiba, dessa vez com o tio.