Publicado em 01/06/2021, às 09h27 - Atualizado em 02/06/2021, às 11h41 por Letícia Mutchnik, filha de Sofia e Christiano
O 11º Seminário Internacional Pais&Filhos – A Sua Realidade, está só começando! Para dar o pontapé inicial do evento com o pé direito, convidamos nomes de peso para a primeira mesa-redonda do dia, ‘7 (e muito mais!) pecados capitais’. Dentre eles estão Vera Iaconelli e Lia Bock, para debater os erros e acertos da parentalidade com Andressa Simonini, filha de Branca Helena e Igor e editora-executiva da Pais&Filhos.
Vera Iaconelli, é mãe de Mariana e Gabriela, psicanalista, diretora do Instituto Gerar, e autora do livro “Criar filhos no século XXI”. Para ela, ser mãe durante a pandemia de covid-19 significa refletir sobre a mudança deste papel no contexto atual. “Temos que retificar as nossas expectativas sobre a pandemia, esse é um momento atípico e estamos fazendo o nosso melhor”. A questão da possibilidade na maternidade também é uma pauta super importante, e ela fez questão de destacar que “a mãe não é um ser mágico”, além de dizer que temos que desmistificar as mães como super-heroínas.
Lia Bock, que é mãe de Ernesto, Matias e das gêmeas Tulipa e Amora, sendo também madrasta de uma menina, além de jornalista e escritora. Hoje atua como comentarista na CNN Brasil e é criadora de conteúdo independente. Sobre a multitarefa das mães ela comenta: “Eu quero fazer tudo pros meus filhos e quero trabalhar também, mas isso começa a não se encaixar – essa multitarefa é um problema”. Ela ainda complementa: “Mulher pode tudo, mas não consegue tudo ao mesmo tempo. É esse equilíbrio que estamos buscando nos dias de hoje”.
Sobre a exaustão das mães, Vera diz que não podemos nos pautar nas mulheres de antigamente. “Não dá pra equilibrar todos os pratinhos. Quando digo que a gente se adaptou não é sem a exaustão, nós continuamos adoecendo mentalmente, é hora da gente repensar o que podemos fazer”, aponta a psicanalista.
Ainda, para Vera, atingir o equilíbrio é preciso de “menos”. Andressa ainda aponta: “Menos é mais”. Não só, mas Lia adiciona que temos que deixar algumas coisas de lado na pandemia, que antes era um pecado, como por exemplo fazer a lição de casa. “Nós temos que tentar ter a melhor vida possível, mas talvez essa vida seja diferente da vida que tínhamos antes”, comentou a jornalista.
Com o mundo virtual nós temos tido acesso a outras realidades e outras filosofias. A ansiedade e depressão tem tudo a ver com a nossa ligação do tempo. Sobre a filosofia indígena, como trazido para a discussão por Lia, é muito importante educar os filhos a viver o hoje. “O presente é teu”, adiciona Vera. “Algumas coisas temos que resgatar, não criar”. Andressa ainda aponta a importância do tédio para a criação dos filhos. “Os pais tentam resolver os problemas dos filhos, mesmo sem conseguir resolver os próprios”, disse a apresentadora.
“Não é quantidade de tempo com o filho, mas é qualidade – mas o que é essa qualidade?”, questionou Lia, dizendo que durante a pandemia temos passado muito mais quantidade com as crianças, inclusive fazendo tarefas de casa. Isso da qualidade, segundo a comunicadora, foi uma pegadinha para os pais resolverem todos os problemas dos filhos.
Sobre as redes sociais, Lia diz que: “Tudo que a gente vê nas redes sociais não é a vida, ela é como uma encenação, aquilo não é real. A gente pensa: ‘Que vida é essa, que eu tô aqui morrendo’, mas eles também estão e não demonstram”. O uso dos aparelhos pelos pais na frente das crianças também é um ponto super importante para discussão. “Na mesa não dá pra trabalhar no celular, se não, não tem como educar essa criança, criança não faz o que você fala, faz o que você faz”.
“Nós somos boi de piranha, o celular é como a descoberta do fogo”, Vera acrescenta. Mas, ainda segundo ela, o fogo queima. “A virtualidade é feita por consumo, ela é feita para não só você se distrair da parentalidade, mas também da vida”. A dupla ainda concluiu comentando sobre a divisão das tarefas de casa, chegando a resposta de que ela é fundamental para reduzir a sobrecarga das mães.
Silvia Lobo também estava prevista pra mesa, mas por conta de problemas de saúde ela não pode comparecer ao 11º Seminário. Ainda assim, Andressa, editora-executiva da Pais&Filhos, filha de Branca Helena e Igor, fez questão de ler uma parte do que ela disse na live de esquenta realizada no próprio perfil do Instagram da Pais&Filhos: “O desafio dessa pandemia, aliás, como em qualquer outro momento da vida, é que a gente possa viver aquilo que está acontecendo. O problema é que se levou para uma situação totalmente atípica os parâmetros de antes da pandemia. O grande desafio é, sendo essa uma situação atípica, como se vive o novo dessa situação? O que que a gente poderia fazer na pandemia, que é de pandemia? Essa é a pergunta de todos nós”.
Segundo o que ela comentou no esquenta, a pandemia, sob os olhos da psicanalista, psicóloga e socióloga, que é mãe de Adriana, Suzana e Maurício, e escreveu: “Mães que fazem mal” e “A paciente, a analista e Dr. Green”, teve lados positivos e negativos. “De um lado ela sobrecarregou muito à nos, mulheres, que passamos a fazer o trabalho fora de casa pelo computador e por outro conseguiu unir as pessoas”.
Não só, mas ela comenta que essa necessidade de dar conta de tudo “nos mata como mulheres”, isso pensando na individualidade, na rebeldia e até na capacidade de dizer não. “Temos que nos livrar da culpa de não sermos perfeitas”, explicou Silvia.
Colocar um filho no mundo é um exercício para a vida inteira. E vamos falar a real? Não existe mãe, pai ou filho perfeitos. Não fala que você não vai errar durante a maternidade ou paternidade, porque você vai. Ao mesmo tempo, é importante fugir daquela obrigação de estar sempre expondo os seus erros como mãe ou pai para todo mundo.
Mas conforme seu filho vai crescendo, como fica essa relação entre os erros e os acertos? O sofrimento e a realização plena? A felicidade e a tristeza? A culpa e o alívio? E se a maternidade gera tanta culpa e dor, por que vale a pena? Esse é o tipo de pergunta que não tem justificativa. É tentar explicar o inexplicável: o amor de mãe e pai. Afinal, é com o amor e construção da parentalidade que os erros se transformam em acertos. E vice-versa.
Cada família tem a sua realidade e sabe o que é melhor para o filho no momento da criação. Em meio a esses erros e acertos, você vai encontrando aos poucos a sua forma de amar, cuidar e criar vínculos entre pais e filhos. Por isso, chegamos ao tema desta edição.
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