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Humberto Baltar fala sobre a parentalidade e a importância da rede de apoio no 11° Seminário Pais&Filhos

Imagem Humberto Baltar fala sobre a parentalidade e a importância da rede de apoio no 11° Seminário Pais&Filhos

Publicado em 01/06/2021, às 14h24 por Helena Leite, filha de Luciana e Paulo


Dando sequência às palestras do 11º Seminário Internacional Pais&Filhos – A Sua Realidade, apresentado por Natura Mamãe Bebê e com patrocínio de Ninho, Humberto Baltar comandou um dos painéis. Educador há 20 anos, tradutor e intérprete, ele é casado com Thainá Baltar e pai de Apolo. Além disso, ele é idealizador do coletivo Pais Pretos Presentes, uma rede de apoio, acolhimento, discussão e reflexão sobre as questões e desafios dos pais e mães pretas.

No seminário, ele ficou por conta da palestra ‘Confia e Vai!’, logo após entrar ao vivo com a esposa e o filho para falar um pouco sobre a família. Humberto começou a palestra respondendo uma pergunta de Andressa Simonini sobre o principal erro e acerto da paternidade. Para ele, o principal acerto é aprender a ser resiliente. “Com certeza é aprender a abraçar o inesperado”, contou ele.

Humberto começou brincando sobre o título. “Hoje tem se falado muito sobre a tal positividade tóxica, que é a ideia de achar que tudo vai dar certo, sem saber como. Mas a gente precisa de um roteiro, precisa saber”, contou ele. “Acho que é fundamental a gente entender primeiramente que realidade é essa que a gente está. Falta pra nós essa percepção de que a nossa realidade, nossa forma de ver o mundo, é só mais uma entre várias. E não a única. É preciso perceber que existe varias outras maneiras de paternar, do que é ser homem, o que é ser pai, o que é estar em uma família. Acho que minha vida começou quando eu percebi isso. A minha vida tinha um roteiro que não era meu, que foi feito”, contou ele.

A partir de perceber isso, Humberto contou que deixou tudo que esperavam dele de lado para criar a própria história e entender que homem pode ter sentimento sim, apesar das pressões da sociedade, que pede para os homens serem fortes. “Acho que essa possibilidade de me abrir que tem me motivado. Meu filho me motivou a isso antes mesmo de nascer”, contou ele.

Ele contou que ainda quando a esposa estava grávida, ele começou a se preparar e aprender como a preparar o filho para viver com questões raciais e de gênero. “Foi aí que recebi um convite da vida para conhecer minha ancestralidade africana”, contou ele, que mostrou que se preparou para ser pai antes mesmo que o filho nascesse.

“Um dos medos que eu tinha era de não conseguir ser um pai carinhoso, zeloso, amoroso, porque eu não tive isso. Meu pai também recebeu essa caixinha do mundo de que o homem não chora, não mostra fraquezas”, contou ele, que disse, ainda, que acredita que essa foi a primeira vez que falou isso abertamente. Com isso, Humberto passou a buscar outras realidades, conversas com outros pais. “Percebo que com cada conversa, cada entrega, cada questionamento, há novas possibilidades de amar meu filho e ser amado por ele”, contou.

Humberto ressaltou a importância de entender que esse processo de paternar e maternar não é apenas sobre a criança, mas também sobre o pai e a mãe. Ele comentou sobre a questão do gênero e a importância de quebrar isso, não só pelo bem da criança e da família, mas para o próprio bem. “É preciso contato, é preciso estar junto. Se você não está junto como seu bebê vai sentir seu cheiro, seu calor, ouvir seu tom de voz? Então a gente precisa tirar essa armadura do pai invencível, provedor, seguro e abraçar as incertezas que todos nós temos, principalmente nessa situação de pandemia. A gente precisa abraçar nossa humanidade. É um processo de auto acolhimento também”, ponderou ele.

“A gente precisa se desfazer dessa toxidade que a branquitude dá para a gente. Da ideia do modelo universal que cabe a todas as famílias, todos os homens, todos os pais. Olha só que prepotência. Isso é um absurdo. É preciso entender que cada pessoa, cada família é uma”, continuou ele, comentando justamente sobre o tema do nosso seminário, afinal, cada um tem A Sua Realidade.

Para ele, é preciso se desprender das expectativas e encontrar as próprias formas de caminhar. “É preciso confiar em você, na sua paternidade”, disse, mostrando a importância de reconhecer o próprio ambiente, a própria família e a própria realidade no geral. “É preciso de ajuda”, ressaltou ele, comentando sobre a importância de recorrer ao outro quando não se sabe o que fazer, seja você e o outro quem for.

Humberto continuou dizendo sobre a importância da comunidade de pais pretos que criou, dizendo que os relatos o ajudam a se construir e a criar o que acredita ser o certo na hora de se relacionar com o filho. Como nós da Pais&Filhos falamos: a rede de apoio é tudo! Tanto para mães, como para pais, é preciso entender a sua realidade e ouvir a realidade do outro, aprender com o outro, tirar dúvidas com o outro.

“Paternar nas raízes africanas não diz respeito apenas ao nosso filho, mas sobre todos”, explicou ele, mostrando a importância de cuidar também do próximo, de amigos, família e colegas. “Essa abertura é fundamental e nós somos agentes de mudança. Precisamos abraçar o nosso papel transformador”, convidou ele.

O pai de Apolo, ainda, mandou uma mensagem para todos que estão assistindo: “Busquem apoio de pessoas que vivem as mesmas mazelas, tristezas, decepções e vivências que você. Essa ajuda é fundamental”, orientou ele. Humberto também ressaltou a importância de não só buscar apoio em outras realidades, mas também procurar entender a realidade do próximo, não perder a dimensão humana da vida, de entender as vivências de cada um. “Muitas vezes as pessoas se prendem muito ao seu mundo interno e não enxergam as preciosidades que tem na frente delas. Ligue. Diga eu te amo. Deixe a fragilidade ser expressada. Abrace a sua humanidade. Esse é o convite que eu faço a todos que estão nos assistindo”, finalizou ele.

Para acompanhar ao vivo o que está rolando, é só ir ao nosso YouTube ou Facebook, ou dar play no vídeo abaixo:

O tema do 11° Seminário: A Sua Realidade

Colocar um filho no mundo é um exercício para a vida inteira. E vamos falar a real? Não existe mãe, pai ou filho perfeitos. Não fala que você não vai errar durante a maternidade ou paternidade, porque você vai. Ao mesmo tempo, é importante fugir daquela obrigação de estar sempre expondo os seus erros como mãe ou pai para todo mundo.

Mas conforme seu filho vai crescendo, como fica essa relação entre os erros e os acertos? O sofrimento e a realização plena? A felicidade e a tristeza? A culpa e o alívio? E se a maternidade gera tanta culpa e dor, por que vale a pena? Esse é o tipo de pergunta que não tem justificativa. É tentar explicar o inexplicável: o amor de mãe e pai. Afinal, é com o amor e construção da parentalidade que os erros se transformam em acertos. E vice-versa.

Cada família tem a sua realidade e sabe o que é melhor para o filho no momento da criação. Em meio a esses erros e acertos, você vai encontrando aos poucos a sua forma de amar, cuidar e criar vínculos entre pais e filhos. Por isso, chegamos ao tema desta edição.

Programação 11º Seminário Internacional Pais&Filhos – A Sua Realidade

  • 11h | Abertura
  • 11h20 | Mesa-redonda – 7 (e muito mais!) pecados capitais – com Vera Iaconelli e Lia Bock
  • 12h50 | Palestra: É o amor – com Marcos Piangers, pai de Anita e Aurora, jornalista, escritor e colunista da Pais&Filhos
  • 14h20 | Pocket-show com Negra Li, mãe de Sofia e Noah, cantora, compositora e colunista da Pais&Filhos
  • 15h00 | Bate-papo com Patricia Tobo, filha de Paulo e Maria, pesquisadora e vice-diretora de Ciências de Bem-Estar da Natura
  • 15h30 | Palestra – Pagando a língua – com Miá Mello e Marcileni Melo, filha e mãe
  • 16h30 | Bate-papo com Família Baltar -Humberto e Thainá, pais de Apolo
  • 16h50 | Palestra: Confia e vai! – com Humberto Baltar, pai de Apolo, educador e fundador do coletivo Pais Pretos Presentes
  • 17h40 | Mesa-redonda: Mil e uma realidades – com Thiago Queiroz, Daniela Becker, Fafá Conta, Aline Barbosa.
  • 18h50 | Encerramento

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