Criança

O que seu filho realmente aprende na escola?

Shuterstock

Publicado em 21/08/2022, às 08h21 por Yulia Serra


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“Depois de enfrentar a missão quase impossível de ter os filhos exercendo o papel de alunos dentro de casa, nas aulas remotas, e em meio às angústias e incertezas de uma pandemia, os pais estão desesperados com as lacunas de aprendizagem que ficaram. E faz sentido se preocupar, desde que o receio pelos prejuízos que ficaram seja canalizado para ações em parceria com a escola. E que tenhamos todos, família e escola, a clareza sobre a importância de ensinar conteúdos que façam sentido para o aluno hoje” é assim que Roberta Bento, mãe da Taís, especialista na relação família-escola e cofundadora do SOS Educação, colunista da Pais&Filhos, introduz a conversa.

Na escola, o seu filho aprende habilidades essenciais para a vida (Foto: Shuterstock)

É necessário foco naquilo que as crianças precisam hoje e que poderá contribuir para o futuro delas. Ela defende: “Os conteúdos continuam a ser importantes. Mas não farão a mínima diferença caso o aluno não saiba como aplicar o que aprendeu. Mais que isso, conteúdo não serve para nada se chega sem ferramentas para lidar com as próprias emoções e o outro”. E acrescenta: “Sem conteúdo, a escola não cumpre seu papel. Só com conteúdo, menos ainda”. A escola hoje precisa e vai além do conteúdo didático, é nesse ambiente em que seu filho aprende habilidades fundamentais para a vida.

Do livro para a rotina

Luciana Lapa, vice-diretora pedagógica da Móbile Integral, psicóloga, pedagoga e mestre em Educação Escolar pela Unesp/Araraquara, mãe de Fábio, concorda com essa visão e pontua: “A escola é fundamental para o desenvolvimento integral da criança. É a primeira instituição de âmbito público da qual ela fará parte, é responsável pela socialização secundária, bem como pelo contato das crianças com seus pares e iguais. Além disso, apresentará para as crianças outras figuras de autoridade – além dos familiares – os professores”. Luciana defende que esse é um espaço rico na construção de conhecimento, seja no âmbito conceitual, procedimental ou atitudinal.

“Ter consciência desses aspectos do desenvolvimento da criança possibilita que a escola defina transversalmente ações no currículo – desde as escolhas dos conteúdos acadêmicos até a forma como serão trabalhados”, acrescenta. Nesse sentido, Mayra Ivanoff Lora, diretora pedagógica do Colégio Bandeirantes, mãe do Leo e do Gu, opina: “‘Apenas’ ter um excelente currículo não será mais suficiente. Ele ainda é porta de entrada, mas não garante a permanência em um trabalho. A forma como as pessoas se relacionam e produzem conjuntamente é cada vez mais a chave de permanência.

E tudo isso pensando apenas em mercado de trabalho. Se pensarmos em outras dimensões da vida então! Quanta importância dessa formação ampla”. Para ela, as crianças sempre se desenvolveram de maneira integral na escola, a grande mudança foi a escola se atentar a esse fato: “Por isso é tão importante que o trabalho da escola para o desenvolvimento integral da criança seja feito de maneira intencional, de acordo com os valores da instituição”.

Mayra acredita que aplicações práticas do que é ensinado fazem a diferença no aprendizado e mostra que isso pode ser feito de duas formas: “Se ela for apresentada logo após o conteúdo novo, a importância de trabalhar com ela é em mostrar aos alunos onde esse conteúdo é usado, não só em situações reais, mas muitas vezes até em outras disciplinas. Essas ligações nem sempre são feitas de forma intuitiva ou natural. Agora se a aplicação for apresentada antes do conteúdo novo relacionado a ela, a importância é ainda maior, ao despertar a curiosidade do aluno para esse novo conteúdo, mostrando a ele, não só que ele é usado em algo real, mas principalmente que ele já tem conhecimentos prévios e que ainda precisa aprender outros para resolver a situação. Essa forma faz o conteúdo novo se tornar muito mais significativo”.

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Andressa Simonini, editora-executiva da Pais&Filhos está concorrendo ao Troféu Mulher Imprensa (Foto: Divulgação/Pais&Filhos)

Daqui em diante

Cláudia Tricate, psicóloga, pedagoga e diretora pedagógica do Colégio Magno/Mágico de Oz, em São Paulo/SP, mãe de Júlia, Felipe e Bruno, comenta: “O presente pede reflexão, dinâmica e aplicabilidade. O futuro pede convivência, pessoas flexíveis e críticas. Então ressignificar o mundo é o que os jovens devem fazer e contemplar as crianças e jovens com ferramentas para fazer isso é o papel da escola”. Transformar as situações cotidianas em repertório é um exercício fundamental no desenvolvimento infantil e isso vai desde o conteúdo didático até as soft skills, habilidades que envolvem formas de lidar consigo e com o outro.

Nesse contexto, Viviane Ferreira Leme, professora de Matemática do Ensino Fundamental do Colégio Ser, mãe de Giovanna, fala sobre o efeito da escola: “Para que o filho se torne protagonista não apenas do processo de ensino-aprendizagem, mas de todos os aspectos da vida”, mais do que isso, ela diz: “Sendo a escola, o ambiente onde o aluno tem a oportunidade de se manifestar como indivíduo e o local onde ele adquire a consciência de seus direitos e deveres, ela deve exercer uma formação democrática, que respeita a individualidade do aluno e está atenta à qualidade do relacionamento entre a comunidade escolar”.

Seu filho desenvolve aprendizados para a vida na escola que vão além das salas de aula (Foto: iStock)

Que o aluno seja protagonista é uma das missões da Maple Bear, como conta Richard Debre, Owner da Maple Bear Mogi das Cruzes, pai de Eduardo, Diego, Felipe e Lucas: “A escola precisa formar cidadãos. E cidadão é aquele que se enxerga não somente como parte de uma sociedade, mas é capaz também de reconhecer e assumir sua responsabilidade nesse meio, provocando reflexão e transformação quando necessário” e vai além: “Se a função da escola é promover oportunidades de aprendizado para que esse aluno torne-se um cidadão na sociedade em que vive, ela, em primeiro lugar, precisa ser um espaço seguro, acolhedor, que incentive a discussão, a tomada de decisão, o risco, e que promova e oportunize o desenvolvimento do aluno por meio de situações reais”.

Para um aprendizado completo, Roberta Bento reforça a importância da parceria entre pais e educadores. “É fundamental ter tempo para analisar e discutir em família o que representa cada informação do boletim, por exemplo. Mas a nota não é o que importa. O desenvolvimento integral da criança é o que de fato deveria ser analisado a cada período”, afirma e dá uma dica: “Quando se trata de educar, esqueça o isso OU aquilo. É sempre isso E aquilo”.

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Palavras-chave
Educação Criança Escola aprender

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