Publicado em 18/03/2022, às 11h13 - Atualizado em 22/03/2022, às 14h20 por Cecilia Malavolta
Quase cinco meses após a morte de Marília Mendonça, a mãe da cantora, Ruth Moreira, deu uma entrevista exclusiva ao colunista Leo Dias falando sobre luto e família. Em um dos trechos divulgados nas redes sociais, Ruth conta como Leo reagiu à perda da mãe e mencionou que, após a perda, ele desenvolveu um quadro de diabetes:
“Eu voltei e o Leo esperando, esperando, e ela não voltava. Ela sempre ia e voltava. Aí, ele adoeceu. Deu uma diabetes emocional”. A declaração levantou debates sobre a doença, uma vez que dona Ruth também comentou posteriormente, ainda durante a entrevista, que sabe que o problema “não vai voltar porque é um problema emocional”. No entanto, é preciso tomar cuidado com esse tipo de afirmação, uma vez que a diabetes é uma doença séria que requer muitos cuidados e atenção plena – principalmente quando diagnosticado em crianças.
Existem três tipos de diabetes que podem estar presentes em pacientes crianças: o tipo 1, o neonatal e o MODY. Entre eles, o primeiro é o mais comum. “Ele se caracteriza pela presença de anticorpos do próprio organismo que causam a destruição das céluas do pâncreas que produzem a insulina. Por isso, a criança perde a capacidade de produzir insulina e a única forma de manter-se viva, é com múltiplas aplicações diárias de insulina”, explica a Dra. Júlia La Pastina, endocrinologista pediátrica com foco em diabetes.
“Quando vemos uma criança com diabetes, exceto em casos raríssimos, estamos frente a uma criança com Diabetes tipo 1. Para que o DM1 aconteça, é necessária uma combinação entre predisposição genética e um ‘gatilho’ ambiental. Alguns estudos sugerem que traumas intensos poderiam ser um desses ‘gatilhos’, mas isso é algo bastante complexo para ser comprovado, uma vez que na vida, todos passamos por situações desafiadoras com frequência”, acrescenta a especialista.
Segundo a endocrinologista, casos em que a criança desenvolve o quadro de diabetes após um trauma muito específico, como foi para Leo perder Marília Mendonça da noite para o dia, acontecem porque ela já desenvolveria a doença em algum momento da vida dela. “Poderia ser após um quadro de infecção por vírus, uso de alguma medicação… Os fatores exatos ainda estão em estudo, mas as hipóteses mais fortes são essas”.
Não. Segundo a especialista, é indicado inclusive evitar usar o termo por diversos motivos, mesmo que seja um nome “popular”, por não saber a origem exata do quadro de diabetes de uma criança. No caso de Leo, o trauma de perder a mãe foi um gatilho, mas esse não é o caso de muitos pacientes infantis que vivem com a DM1. “Quando você atribui uma doença tão séria, incurável e permanente a um fato sem ter certeza, muitas vezes você vai aumentar a carga emocional daquela família e a culpabilizar sem nenhuma prova”.
Dra. Júlia explica que naturalmente, em momentos de estresse, o corpo humano eleva os níveis de glicemia. “O corpo libera adrenalina, cortisol, alguns hormônios que vão fazer um pico na sua glicose. Existem adultos, ou pessoas que já têm diabetes, que quando são submetidas a situações de estresse têm um pico maior de glicemia” – e acabam justificando que possuem ‘diabetes emocional’ porque a glicemia altera somente em momentos de nervoso. “Esses casos são de pacientes com diabetes tipo 2, que não tem nada a ver com crianças”.
Durante a entrevista com Leo Dias, Ruth Moreira contou que o neto iniciou o tratamento com insulina logo após o diagnóstico da diabetes. “Começou com doses altas e depois passou. Tem meses que ele não toma insulina”. Isso acontece por causa de um fenômeno chamado “lua de mel”.
“Após o início do tratamento com insulina, pode haver redução da atividade inflamatória e uma pequena porcentagem das células do pâncreas ainda consegue manter uma produção residual de insulina. Isso ocorre por algumas semanas ou meses, e nessa fase as necessidades de insulina são bem menores ou, em crianças muito pequenas, pode não ser necessário. Importante lembrar que nem todas as crianças vão passar pelo período de “lua de mel”, conclui a endocrinologista.
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