Publicado em 30/09/2016, às 15h57 - Atualizado às 16h06 por Redação Pais&Filhos
Às vezes, é na hora do desespero que as mãe conseguem dar asas a imaginação e encontrar soluções para problemas cotidianos. Pelo menos foi para mim quando eu finalmente descobri como fazer com que o meu filho parasse de correr muito rápido no estacionamento. Nossas lutas foram épicas. Eu pegava a sua mão com força, segurava seu ombro e até mesmo o capuz do casaco. Ele se libertava e corria na frente como um fugitivo. A perseguição acabava com uma mãe semi-histérica carregando um menino, se contorcendo de chorar. Situação angustiante, para dizer o mínimo.
Então eu tive um momento de clareza sobre como segurar a sua mão e contornar a situação de um jeito mais suave. Comecei a cantarolar a música da banda The Black Eyed Peas “…eu tenho uma intuição de que hoje você vai segurar minha mão …”, enquanto agarrava seus dedinhos e balançava-os no ritmo da batida. Sentimental, mesmo nos meus padrões mais baixos, mas ei, funcionou! Acionar o fator bobagem para evitar uma guerra de vontades é truque. E embora não haja nenhuma cartilha, a maioria dos especialistas aconselham estas três regras de disciplina a seguir. Confira dicas da revista norte-americana “Parents”.
Mãe, fique calma
Oriente seu filho para um melhor comportamento usando uma linguagem direta e no mesmo tom de voz. “As crianças pequenas, especialmente as menores de 6 anos, ainda estão aprendendo a ouvir e interpretar o significado por trás das palavras”, diz Kathleen Cranley Gallagher, diretor do Programa de Família e Puericultura do Instituto Frank Porter Graham da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill. Então, se concentre em se fazer entender com clareza. “Se abaixe, fique ao nível dos olhos do seu filho e use frases curtas” diz Gallagher.
Se o seu filho acaba de rasgar um novíssimo livro de pop-ups, diga algo como: “Seja genti com os livros”. É muito mais fácil para ele entender o que você espera quando você diz o que quer, ao contrário do que você não quer como não devemos rasgar páginas de livros, explica o diretor.
Se você não estiver se sentindo preparada para por em prática essa dica, silenciosamente conte até dez ou respire profundamente. Isso também pode ajudá-la a relaxar, se você lembrar-se que o pior comportamento não nasce do desrespeito. “As crianças testam nossos limites e é assim que elas aprendem”, diz o conselheiro de pais Jenn Berman, autor de “SuperBaby: 12 Ways to Give Your Child a Head Start in the First 3 Years”
Há muitas razões para que sua filha tenha tirado todas as roupas da gaveta ou para que o seu filho tenha decido desenhar em seu irmão mais novo com caneta. “As crianças não sabem o motivo pelo qual estão fazendo algo, mas o que está motivando-os geralmente não é o desejo de deixá-la irritada” garante Berman.
Não há necessidade de esconder completamente sua frustração. Precisa haver uma conexão entre o que você fala e como demonstra. Gritos não funcionam. Um tom ríspido pode assustar seu filho e impedi-lo de ouvir o que você está dizendo. “Quando você está gritando, o seu filho tem de desvendar a emoção de suas palavras, o que torna muito mais difícil para ele absorver o que você está tentando dizer”, ressalta Gallagher. Além disso, as crianças (como todos nós) tornam-se insensíveis aos gritos. Se você é capaz de manter o seu tom de voz baixo, seu filho vai prestar atenção quando você realmente precisar.
Estabeça limites
Tenha algumas regras básicas como estar preparado para seguir adiante se o seu filho reagir ao lidar com a frustração de não estar sempre recebendo o que ele quer, bem como ensiná-lo a assumir as responsabilidades por suas ações. “Seu filho pode não estar sempre feliz, mas saber que há barreiras que ele não pode ultrapassar vai ajudá-lo a se sentir amado e motivado a cooperar”, explica Berman.
Segundo Gallagher, a chave é ser justo e conseguir colocar argumentos adequados à idade dele. “Sua primeira prioridade deve ser estabelecer limites relacionados à saúde, segurança e respeito básico”, diz. Isso significa que há coisas que não têm negociação como sempre andar afivelado na cadeira do carro, não importa o quão curto o passeio seja ou falar baixo enquanto o irmão bebê está cochilando. Seja exigente com as prioridades. Pode ser bom ter um filho de 4 anos que pede licença antes de interromper sua conversa, mas o excesso de regras pode dificultar a aplicação das questões principais.
Quando o seu filho quebrar as regras, proporcione a oportunidade dele aprender o comportamento correto, e não importa quantos anos o seu filho tenha, a consequência deve ser imediata. Não adianta cancelar um programa marcado para daqui a 3 dias. Retire o Lego que ele está brincando ou se ele não lavou as mãos antes de comer, deve levantar e lavá-las mesmo que esteja faminto.
Encorage a cooperação
Criar um clima descontraído, em que seu filho não sinta dificuldade de seguir as regras estabelecidas, pode evitar o mau comportamento. “Quando meus filhos vão à loucura na hora de deitar eu pergunto: ‘Você quer agir de forma boba por dois ou três minutos?’ Reformular o direcionamento como uma opção cria menos resistência”, lembra Wendy Petricoff, treinadora de pais em Charlotte, na Carolina do Norte.
Portanto, crie opções onde você puder: Será que vai ser a saia roxa ou o vestido azul para a escola? Uma maçã ou uma banana como lanche? Oferecer escolhas permite que a criança sinta que ela pode optar, dar a sua opinião. Isso pode ajudá-la a suavizar o caminho quando você não puder dar-lhe opções. “As crianças estão em uma luta constante entre ser dependente e querer autonomia”, pontua Berman. “Então tente encontrar maneiras de ajudar seu filho a se sentir com mais poder, permitindo que ele tenha algum senso de controle”.
Não se esqueça de recompensar a boa atitude que você trabalhou tão duro para cultivar. Abrace-o quando ele recolher os brinquedos, elogie quando ele cuidar da soneca do irmão mais novo. Com o sucesso da criança, todo mundo ganha!
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