Colunas / Vida de equilibrista

Mães executivas, pais donos de casa

Publicado em 09/12/2013, às 22h00 por Cecilia Troiano


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Há pouco tempo, comentei nesta coluna sobre como os “contratos” que os casais fazem podem ser bem resolvidos, independente do formato. Alguém trabalha mais fora de casa e outro assume responsabilidades domésticas e familiares em maior quantidade. Um ganha mais do que outro e partilham as receitas em nome dos objetivos familiares. Há fases em que alguém decide fazer um curso que consome muito tempo e a cobertura de várias necessidades fica nas mãos do segundo. É difícil imaginar todas as equações possíveis.

Todos nós sabemos, no entanto, de duas coisas. Primeiro, como diz o velho ditado, o que é contratado não é caro. Acordos onde as regras são claras e aceitas a priori não machucam e nem desgastam as relações entre os que celebram o contrato. Duro é quando as regras são mudadas no meio do jogo. Mas quando o pacto contratual não é quebrado, as relações se revigoram. A renovação dos compromissos entre os dois membros do casal oxigena o vínculo.

O segundo é que, na maior parte das vezes, os acordos são feitos em nome de objetivos que transcendem projetos individuais. Exceção feita aos casos de propostas egoísticas e narcísicas, que não nascem da identidade afetiva e amorosa do casal, em todos os demais o que está jogo é um modelo de contrato que projeta benefícios futuros para o casal e seus filhos.

O curioso de tudo isso é que esses, como estou denominando, “contratos”, assumem formas aparentemente inviáveis à primeira vista. Mais curioso ainda é que funcionam bem quando a base em que se apoiam é fruto da compreensão e de um autêntico interesse comum na construção de uma vida familiar equilibrada e feliz. Vejam por exemplo o que encontrei em minha leitura de domingo. A matéria de primeira página do New York Times do domingo, dia 8 de dezembro. A minha tradução do título é mais ou menos assim: Mães que trabalham em Wall Street e seus maridos que ficam em casa. É a história de milhares de esposas que abraçaram com absoluta determinação a vida corporativa no mundo das finanças. E dos respectivos maridos que abriram mão de qualquer atividade profissional que comprometesse o tempo de dedicação à casa, filhos e responsabilidades familiares.

Os números são impressionantes: de 1980 a 2011, cresceu de 2.000 para 22.000 o número de mulheres em cargos importantes de finanças que têm um marido SAHO ou stay-at-home (que fica em casa). Atrás de uma mãe bem sucedida em Wall Street, há sempre um marido SAHO!

Li com cuidado a longa matéria. Salvo uma ou outra aresta nesse modelo de arranjo entre a profissional e o marido, tudo indica que o modelo tem funcionado bem. O número que eu indiquei com estrondoso crescimento de caso é mais do que esclarecedor.

Uma das coisas que achei mais curiosas é que homens em casa não repetem as rotinas femininas. Muitas mulheres dizem que a estratégia deles diante da paternidade é muito diferente. Enquanto as esposas que não trabalham reúnem-se para aulas de spinning, yoga etc., os maridos SAHO preferem desenvolver hobbies de vão de pintura a velejar. E mais, os SAHO preferem evitar babás, baby-sitters “enfrentando com estoicismo gritos, choros das crianças, enquanto preparam a comida”.

Há algumas mulheres que levam ao limite a exigência aos SAHO. Uma delas declarou irritada, ao saber que ele tinha arranjado uma ocupação part-time: “Quisera eu tivesse uma esposa”.

Mas o balanço geral, segundo a matéria, é positivo. A mensagem que fica para mim, e espero que vocês compartilhem dela, é a seguinte: a substância afetiva que rege as nossas relações é uma fonte de inesgotáveis possibilidades de organização da vida de um casal.


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