Colunas / Nanna Neném

Socorro, meu filho grita

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Publicado em 25/05/2016, às 14h09 - Atualizado às 15h15 por Nanna Pretto


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Eu sei que a frase é clichê e que vocês falarão que é da idade, do terrible two ou da fase de disputa com o irmão mais velho. Pode ser o que for. O fato é que eu não sei lidar com o grito. E ele sabe disso.

Rafael tem dois anos e uma personalidade surreal. Ele escolhe as próprias roupas, usa a frase “não quélo!” com uma propriedade inacreditável, é determinado e sabe o que faz e quer. Aqui em casa a gente estimula a independência, mas não da corda para ela. Isso é dele. Como o fato de acordar às duas da manhã, sentar (sozinho) no pinico e fazer o seu xixi. E eu só sei disso porque escutei um “mamãe, acabei!”.

Mas Rafael grita. Berra. Dá escândalos. E ele sabe que isso me descontrola, que faço coisas que são completamente fora da nossa rotina, como colocar de castigo, esconder um brinquedo ou até puni-lo com algo que fará falta. Mas acabo cedendo e fazendo o que ele quer.

Eu já tentei ignorar.

Falar baixinho.

Pegar no colo e abraçar.

Gritar também.

Nada resolve. Ele quer vencer no grito, ele não aceita ser contrariado ou questionado. O mundo tem que girar em torno das vontades dele.

Só que aqui em casa não é assim que funciona. Não estamos acostumados com isso, então não sabemos como lidar. Não queremos um filho escandaloso, mas de uma certa forma, gostamos de ver essa personalidade forte e essa luta para conseguir o que quer. Só acreditamos que não é no grito que se ganha.

Então eu morro de medo de inibir esse instinto dele. Ao mesmo tempo não posso ser desrespeitada. Sinuca de bico, eu sei.

Eu sempre bato numa tecla que a educação e exemplos são os maiores ensinamentos que passamos para as crianças. Estar presente, conversar, explicar, ter paciência (muita!), ler a respeito, perguntar… Eu tento sugar tudo que tem de melhor por aí e transmitir para os meus meninos.

E, mesmo aos dois anos, Rafael já entende. Hoje eu usei a técnica do polegar. Dedinho para cima, sorrindo. Dedinho para baixo, triste. Ele berrava e berrava estridentemente. As lágrimas pulavam feito pipoca.

Eu apenas mostrei o dedinho triste. Fiquei séria e não falei nada. Continuei olhando para ele que parou subitamente de gritar. Eu continuei firme com o meu dedo para baixo.

O choro parou também.

“Dicupa minha mamãe”

O dedinho triste saiu de cena, o dedinho feliz apareceu e nos abraçamos.

E aí vem a vida e te mostra que tudo tem jeito. Basta colocar amor naquilo que a gente faz.

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Palavras-chave
Comportamento Culpa Não

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