Colunas / Minha vida nada Down

Em paz com meu Eu

Publicado em 04/12/2015, às 06h19 - Atualizado às 06h20 por Ivelise Giarolla


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Há tempos tenho vontade de escrever sobre esse assunto, mas relutei, pois sabia que seria um texto polêmico e provavelmente taxada de “má mãe” por muitos. Mas, após ler esse texto (http://goo.gl/8ZqLRp) publicado pela sensacional Andrea Werner (mãe de Théo, que é autista), resolvi finalmente abordar esse assunto.

Desde meu conhecimento que Lorena nasceria com Síndrome de Down, fui bombardeada com informações que a criança necessitaria de estímulos precoces. O que vem a ser isso: estimular a criança com fono, fisioterapia, terapia ocupacional o mais breve possível para acelerar os atrasos ocasionados pela trissomia.

Pois bem, antes dela nascer eu já havia visitado a clinica que me indicaram, conhecido as terapeutas e aos 40 dias de vidas já iniciado as intervenções.

Todavia, como era de se esperar, o pescoço não firmava conforme uma criança típica e eu indaguei isso. A fisioterapeuta falou carinhosamente que a estimulação precoce é valiosa e necessária, mas não garantiria um desenvolvimento normal. Bem, eu sabia disso, mas pensei: “e se estimular em casa todos os dias? Não é difícil e o resultado será mais rápido”.

As terapeutas sempre orientam posturas, exercícios de fala para serem feitos no dia a dia, etc, nada comprometendo a rotina familiar, tudo sem estresse para a criança. Mas eu buscava um desenvolvimento próximo do normal e assim comecei a comprar acessórios de fisioterapia para ter em casa, devorar livros e aplicar exercícios semelhantes aos da clinica, diariamente.

Conclusão de tudo isso: Lorena não colaborava nada! Chorava muito, pois ficava cansada. Eu insistia e ficava nervosa. A irmã mais velha atrapalhava porque queria participar. O cachorro comia parte dos acessórios achando ser brinquedo. Foi uma tortura.

Pior foi quando decidi sair de férias. Entrei em pânico em pensar que Lorena ficaria quinze dias sem terapias, mesmo com os conselhos das terapeutas dizendo que sair da rotina, viajar e brincar também são estímulos necessários e valiosos. Culpei-me por decidir viajar, pensava nos atrasos que essa pausa causaria. Foi uma época de muito sofrimento para mim.

Quando a fisioterapeuta mencionou a necessidade das sessões serem duas vezes por semana chorei baldes, pois sabia que a pequena estava com atrasos consideráveis. Minha culpa aumentava ainda mais quando conversava com outras mães que faziam uma série de estimulações em casa, com outras linhas de tratamento, super bacanas, mas que eu não tinha a menor paciência de aplicar e quiçá tempo para tal (lembrando que eu trabalho e Lorena fica na escola período integral).

A bola de neve foi aumentando, me culpando assim por trabalhar, pela pequena ir à escola e as coisas foram tomando proporções drásticas psicologicamente para mim. E Lorena não atingia o MEU objetivo: a busca incansável de um bebê com desenvolvimento normal.

Chega! Pensei e repensei. Dei um fim nas estimulações aplicadas por mim. Doei meus equipamentos para a clinica e AACD.  Lorena tinha mais tempo por dia para brincar com a irmã, jogar Ipad, dormir, enfim, fazer o que ela bem entendesse. E eu tomei postura de mãe e não de terapeuta. Claro, corrijo postura, treino fonemas na hora de ler historia, cantamos juntas e dançamos para estimular motor e fala, enfim, coisas básicas, fáceis e não torturantes, sem métodos, sem horários, sem metas.

Hoje não me sinto nem um pouco culpada por minha decisão. De maneira alguma critico pais que fazem as estimulações em casa. Eu, além de não conseguir (e não foi por falta de insistência), não via resultados positivos em nenhum membro da minha família. Via, sim, estresse e irritabilidade por parte de todos. No meu caso foi a melhor decisão.

Assim, termino esse texto com algumas considerações:


Palavras-chave
Desenvolvimento

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