Publicado em 03/09/2020, às 08h30 - Atualizado às 08h40 por Mel Albuquerque
Uma vez, ainda nos tempos de escola, ouvi dizer que só de trocar o relógio de mão faz o nosso cérebro exercitar e sentimos o prazer de algo diferente, novo. Depois de alguns dias o novo desaparece. Como quando trocamos de perfume e nos deliciamos com o nosso próprio cheiro até que não sentimos mais nada. Nos acostumamos. Assim é com as mudanças que ocorrem na nossa vida. E assim é quando mudamos de trabalho, de parceiro, de cidade, de país, de casa.
Uma amiga veio morar na Europa recentemente e eu me vi na empolgação dos posts dela. Me lembrou o quanto os detalhes de uma vida diferente, em outro país, chama a nossa atenção e encanta. Os primeiros meses no novo endereço são coloridos. Mesmo que seja inverno, os dias escuros são iluminados pela nossa própria luz que irradia e ilumina tudo – no caso de uma mudança desejada e feliz, claro. Tudo é novidade. Tudo é aventura.
A gente se encanta com as casas, as flores, com cada parque e pracinhas incríveis que esbarramos pelo caminho. Até a ida ao mercado vira passeio para desbravar novas delícias ou produtos que prometem facilitar a nossa vida. A cada hábito diferente que descobrimos, um novo mundo se abre fora e dentro da gente.
No começo, cada manchete de jornal chama nossa atenção para a realidade tão diferente. Até as mesmas notícias têm um viés diferente. Os temas de conversa que ouvimos da mesa ao lado também são outros. A gente aprende sobre como é viver e ser nós mesmos em um cenário diferente. Olhamos em volta com curiosidade, atenção. Na nova terra nem os famosos a gente sabe quem são.
De repente o tempo passa e tudo parece normal. A repetição desgasta a poesia de tanta novidade. Penso logo na ilha de Saramago. E de como busco resgatar o meu olhar curioso e que via tantas possibilidades quando eu cheguei. De longe e mesmo até recém-chegada, o céu era o limite! Eu conseguia vislumbrar incontáveis possibilidades que hoje, de dentro, por vezes somem da minha visão como se estivessem no “ponto morto” do motorista do carro.
A tal ilha tem um leque de interpretações. A minha ilha, no caso, eu chamo de aquário. Quando a gente está olhando de fora só vê alguns peixes, algas. Vê o quanto dá para criar, viver, inventar, brilhar. Vê espaço. Mas quando mergulhamos no aquário, nos deixamos levar pelo sistema já criado e passamos a ver mais peixes, tubarões escondidos e a visão fica turva. Perdemos o foco e nos deixamos levar pelas dificuldades, pela correnteza. O peixinho fofo ganha lente de aumento e assusta a gente.
Onde quero chegar com isso? Não se deixe levar pelas adversidades da vida no exterior. É importante e fundamental buscar esse olhar de fora, de curiosidade. Ser destemido. Foi preciso tanta coragem para chegar até onde chegou. Não se esqueça disso. É preciso alimentar a alma leve e o olhar atento de quando chegamos na nova terra. Havia possibilidades e sonhos e é preciso mantê-los vivos, mesmo que seja dentro da gente.
Um hábito que ajuda muito no resgate dessa “vibe” é a gratidão. Pode parecer piegas, mas mentalizar tudo de bom que conquistamos, e ser grato, pode significar achar o caminho de volta para a motivação certa. É preciso treino para finalmente olhar o copo meio cheio, especialmente em meio ao caos. Seja para onde for que esteja seguindo, a vida de expatriado pode ser difícil, mas não deixe escapar a beleza de tudo que está vivendo hoje. Não perca tempo. Vá, aproveite seu cantinho preferido da cidade, sente sozinho mesmo e agradeça, agradeça e agradeça. E sonhe um tanto também.
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