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O aniversário é deles, mas a celebração é nossa também

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Publicado em 14/10/2020, às 08h28 - Atualizado em 15/10/2020, às 07h31 por Mel Albuquerque


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Chegou o primeiro aninho do Leo e a primeira coisa que veio à minha mente foi: “Sobrevivemos!”. Que luta! As pessoas até avisam, contam suas experiências, mandam a tal vida real de como foi difícil para elas, mas nada, nada mesmo nos faz entender a intensidade dos primeiros 12 meses de uma criança a não ser vivendo cada um dos dias e suas 462 eternas horas de amor e caos.

Cada dia, um novo capítulo, bate saudade e vontade que o tempo corra (Foto: Shutterstock)

No dia dele, já acordei com uma mensagem da babá, a eletrônica, óbvio (quem dera uma babá de verdade aqui em Londres) com o título “1 ano – você conseguiu”! Achei o máximo. Me fez parar e pensar. A mensagem me elogiava dizendo que eu fiz um trabalho incrível. E eu concordo. Mesmo que não tenha sido a melhor mãe do mundo, sei o quanto eu fiz o meu melhor. É preciso celebrar nossas vitórias, e que vitória! Um bebê que viveu metade da sua vida em meio a uma pandemia é um bebê vencedor e nós somos pais incríveis, mesmo.

O primeiro ano de um serzinho é transformador e enlouquecedor. E para falar bem a verdade, nunca havia vivido essa fase tão intensamente. Me abaixado tanto, segurado tanto peso o tempo todo, preparado tanta papinha nem lavado tanta roupinha na minha vida! Nunca havia passado tantas horas seguidas com meus outros filhos sem a interferência ou ajuda de alguém. Trabalhava e escapava para tomar ar quando precisava, sabendo que eles estavam sendo bem cuidados. Agora, quando eu saio para respirar e sair da rotina insana, saio com meu carrapatinho, mesmo, do jeito que dá e rapidinho porque ainda tem muito o que fazer.

A rotina com crianças, aquilo que acontece todos os dias IGUALZINHO, em detalhes, é realmente, absolutamente enlouquecedor. Antes de ter filhos, eu às vezes fazia trajetos diferentes com o carro até o trabalho só para mudar alguma coisa. Gostava de sair para o cinema com meu marido em plena quarta-feira só pra poder trazer mais leveza para a semana. Fazer um jantar especial na segunda. Para quê guardar o melhor só para as sextas, não é mesmo? E aí vêm os filhos. Me lembro do desespero que me deu quando pensei que teria que dar banho TODOS os dias da minha vida na minha filha. Por mais que meu marido fizesse a parte dele, pensava: meu Deus, coitada. Se eu não der banho nela, ninguém mais vai dar. Ficaria podre, assada. Fedida. Hoje vejo que não é assim. Com o tempo a gente se ajeita, divide sim o banho com alguém, e o melhor: eles crescem. E é aí que os anos se achatam e parecem que voaram!

Eu hoje olho para trás e vejo o quanto tudo passou rápido e isso dá um pouco de paz para curtir o pequeno, meu terceirinho, e não me desesperar com os dias eternos. Ele acorda, levanta e já abre os bracinhos de felicidade quando me vê. Chega a me abraçar, encosta o nariz no meu rosto e consigo sentir o amor dele por mim, tão intenso. “Eu também te amo”, respondo toda vez. Choro de emoção de tanto amor e o mesmo choro às vezes vira um desabafo, uma descarga de emoções e exaustão. É preciso deixar essa energia fluir.

Às vezes eu exercito a mente e dou um “zoom out” durante alguns momentos do nosso dia para ver todo o caos de outra perspectiva. Chego a dar risada, porque sei que vou sentir falta disso tudo um dia. Dessa “casa com vida”, como diz meu irmão toda vez que vê o meu desespero diante das confusões, brigas e zona a que chega a casa toda em alguns (muitos) momentos. Curtir o amor e o caos faz parte do processo.

Aí chega a hora deles irem dormir e isso também é desgastante. Ô se é! Até que de repente fica tudo em silêncio e não raras as vezes, vou até a cama de cada um deles olhar o rostinho de paz e respiração profunda e apreciar cada detalhezinho deles dormindo. Vejo o quanto estão compridos e como são lindos e fofos e me dá saudade. Isso até que entra a madrugada e tudo vira caos de novo e aí a saudade já era. Quero mesmo é a minha cama, as minhas horas de sono. A manhã já vai chegar e com ela todo o ciclo vai se repetir e preciso estar pronta. Tudo passa, amém. Mas quem disse que quero que passe tão rápido? Ai, somos todas loucas, mesmo.


Palavras-chave
Bebê crianças Maternidade infância crescimento fases

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