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Eu, o Pedro e os “Terrible Twos”

Publicado em 27/01/2015, às 22h00 por Ana Guedes


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Eu devia estar com dois ou três anos quando minha bisavó, já pelos oitenta, diz ao meu pai:

-Esta fase! Os dois anos! Muito difícil! 

Meu pai, paciencioso e experiente médico de fases difíceis, comenta:

-Mas avó, qual fase não é difícil? Ou vais dizer que ter oitenta é fácil?

Mais tarde, ouvi meu pai, como aluna e filha, ilustrar inúmeros cursos, aulas e palestras com este exemplo. Seguindo a máxima de que: “viver não é o que pensamos”.

Não. Não é fácil ter dois dias e aprender a mamar, ter um ano e aprender a andar, ter dois e saber se comportar… 

E aprender a falar então? Deve ser mais difícil que passar no vestibular.

Coisa que também não é fácil. 

Não estou dizendo que o famoso “Terrible Twos” não exista. Existe, acredito. Considerada pela literatura a “adolescência do bebê”, ou, o momento em que ele passa a se recusar a nos obedecer, fazer birras, se jogar no chão do supermercado.

(Embora eu tenha feito isso um pouco depois dos três. E às vezes tenha vontade de fazer isso com trinta e oito.) 

O que pretendo alertar é que viver é difícil. Para nós e para nossos filhos. 

Os primeiros meses, a primeira infância, a adolescência, a entrada na vida adulta, a vida adulta, a velhice e por fim o fim. Tudo é difícil e requer muita paciência e muita coragem. 

Enquanto pudermos acompanhar nossos filhos, seja na retirada das fraldas, na autoescola, ou na porta da igreja, precisamos de paciência, coragem, e profunda amizade.

Aí podem vir Terrible Twos, Terrible fourteens, Terrible qualquer coisa!

A gente ajuda! 

Ajuda se pondo no lugar, ajuda pensando como deve ser terrível mesmo ter dois anos e não poder pegar o carro e dar uma arejada.

Ajuda lembrando como foi conosco, e como foram conosco.

Mas como ajudar coisa tão “terrible”?

A gente ajuda do lado, agachado, no mesmo andar. 

Porque de cima só se atrapalha.

De cima tudo fica terrible, pra nós e para eles.

Do chão temos todos o mesmo tamanho, e  fica mais fácil se dar as mãos. 

Pois todos, todos nós, temos terrible days.

Sempre ouvi que viver bem é difícil, viver de qualquer jeito, mais fácil.

Como diria o grande Nico Nicolaiewsky, o inesquecìvel maestro Pletskaya de “Tangos e tragédias”:

“Ser feliz é complicado… Bem mais fácil é sofrer”.


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