Colunas / Mãe em suficiente

Escute. Não ouça

Publicado em 13/05/2015, às 21h00 por Ana Guedes


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“Escutar, do latim auscultar.”

“Auscultar, da medicina, ouvir ruídos internos, ouvir com atenção.”

Ouvir o que em silêncio vem de dentro.

Existe, acreditem, e sei que muitos já sabem, algo de mágico, de quase “surreal” na comunicação entre pais e filhos. Algo umbilical, visceral ou coronariano não importa. Mas chave importante para esta bonita relação estabelecer-se da única forma afetivamente e efetivamente possível: a amorosa.

Mais fácil se pensarmos de trás para frente:

Eu sei de minha mãe, hoje com 69 anos de idade, muito mais sobre o olhar, sobre a postura, sobre o silêncio do que sobre a palavra.

Eu sei das dores de meu pai, com seus 73 anos, muito mais sobre a inclinação da cabeça, o aro azul no olhar profundo, o descabelar ou arquejar da sobrancelha, do que sobre o discurso.

E eles de mim. Eu sei.

Quando era eu menina, pensava que uma mentirinha branca, desbotada ou colorida, passava desapercebida ao coração atento de meu pai. Que, ajudou-me, e muito, a descobrir a arte do afeto ao alertar-me carinhosamente:

– Querida, o pai sabe quando falas a verdade ou quando não… Mas não faz mal. Podes mentir, mas saibas querida eu sei, e também sei que às vezes precisas mentir.

Desfeito o segredo entre nós dois, nos aproximamos para sempre.

Permitiu-me me ter meus segredos e não mais esconder minhas inquietações, o que entendi, para ele não importava, pois sabia sobre o meu arquejar da sombrancelha, o olhar vago, e a voz sem pausa, mais do que sobre eu de mim mesma.

Importava a meu pai que eu crescesse sem acreditar nas minhas mentiras, sem estabelecer uma comunicação falsa comigo da qual não poderia ser cúmplice.

Para não dar endosso.

Assunto difícil o silenciar da palavra.

O escutar do coração.

Assunto essencial à relação sadia de parceria e confiança com nossos filhos e pais.

Tão disponível a este alcance.

Assunto simples e óbvio o de abrir o peito a sí pelo e para o outro. De tão simples complicado.

Mas forma única de autêntica comunicação desprovida de poder de pai, poder de mãe, fuga de filhos.

Assunto de iguais.

Assunto de seres humanos ligados afetivamente que é o que apenas somos, e é o muito que pode ser, e é,  o tudo.

Escute.


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