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Ainda não sei fazer feijão

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Publicado em 14/08/2017, às 10h35 por Ana Guedes


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“Não sei fazer feijão” foi o título da minha primeira coluna para a Pais e Filhos.
Depois disto, muitas coisas andaram acontecendo por aqui. E quase todas estiveram por aí também.
As idades, as mudanças, as primeiras viagens e muitas andanças.

E eu sigo sem saber fazer feijão.

E um monte de coisas mais
relacionadas ao Pedro ou não.
E acho que assim é.

Ontem, cedo, uma amiga me telefonava triste, no trabalho, com a pauta em plena explosão, um voo saindo em meia hora e uma pasta do trimestre para ajudar a filha a corrigir as observações da professora e colocar nos saquinhos certos, e pintar melhor, e achar a atividade 45 que corresponde ao saquinho 45, e também… ufa.
⁃       Sou uma péssima mãe.
Prantos.

Minha amiga, como a maioria de nós e suas diferenças, em plena crise do país, tenta trabalhar muito, sustenta a casa, não tem secretaria no lar todos os dias, leva na escola, busca, procura meias perdidas, lembra o pai da hora do dia dos pais na escola, vai ao supermercado, deixa o carro pra lavar enquanto espera a natação acabar, leva pra almoçar, volta pro trabalho, pega um avião, chama babá , pai, avó pra ajudar, e quando dá tempo se estica num tapetinho de yoga.

De noite deita, pega na mão da filha com saudades e diz para si mesma:
⁃       Não sou como queria ser mãe.

Acredito que, às vezes, quase sempre ou em determinado momento, todas nós pensamos isso.
Ser boa mãe é o quê?

Ser a mulher maravilha?!

Não. Ela não teve filhos.
Ser boa mãe é ser ou tentar ser cada dia mais a gente mesmo.
Com carinho conosco, mesmo que doa, que canse, que não dê tempo pra fazer as unhas, mesmo que em determinados momentos não haja o tal “retorno” de quem inclusive não pediu, como nós, para nascer.

Ser boa mãe é gritar e se arrepender.
Saber que está misturando alhos com bugalhos, com fraldas e boletins e salário que não paga.

Ser boa mãe é saber não esperar e aguentar firme quando vier um abraço espontâneo. Não o retorno.
É dar sem esperar receber.
É talvez saber que nunca vai ser saber boa mãe.
Aos 2, 5, 19, ou até 40.
Não sei se minha avó de 98 se sente uma boa mãe já. Acho até que não.

Ser boa mãe talvez seja como a mulher maravilha: nem exista.

Agora, ser uma boa pessoa com os filhos, com os amigos e consigo mesmo dá.

Mas não sem chorar no banheiro sozinha.

Pois ser boa mãe é poder chorar.
No banheiro, de noite, depois que todos dormem, sozinha.

E acordar com esperança de continuar tudo de novo, pois alguém diz: mãe.
E este é seu nome, só seu.
Mãnheeeeeeeê, bem assim.
E então, está tudo certo.

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