Publicado em 15/03/2022, às 07h43 por Beto Bigatti
Ai que saudade daquela mãozinha com cheiro de leite esmagando meu dedo indicador. Daquele bebê usando todas suas forças para se manter em pé. Os primeiros passinhos dos nossos filhos entram para a história da família e serão contados em muitos Natais e aniversários vida a fora. Mas e se a gente nunca deixasse aquele bebê soltar nosso dedo para dar seus passos por conta própria?
Outra cena que está no imaginário da parentalidade e faz parte do roteiro dos filmes mais doces e dos comerciais mais emocionantes é a do pai que segura o banco da bicicleta enquanto corre junto ao filho que irá seguir os próximos metros pedalando sem as rodinhas de apoio. Ao final da cena, pai e filho se abraçam felizes com a conquista da liberdade. Tiramos as rodinhas! Mas e se esse pai nunca largasse o banco da bicicleta? E se ele seguisse correndo atrás do filho para que ele nunca caísse?
Engraçado, né? E se eu lhe disser que tem muita gente fazendo exatamente isso com seu bebê de 7, 8, 12, 16 anos ou mais? Tem pai e mãe que se nega a soltar o banco da bicicleta convicto de que está fazendo bem ao filho. Sinto muito, não está.
Acompanhando de perto a vida escolar dos meus guris, fico triste (e por vezes irritado) ao assistir a pais e mães se responsabilizando integralmente pela realização das tarefas escolares, pela administração dos recados da professora ou até mesmo servindo de agenda escolar para filhos adolescentes que “não conseguem anotar as datas das provas, tadinhos”.
Não me surpreendo quando, logo em seguida, pais e mães se declaram exaustos com as exigências da Escola. Ora bolas. Você realmente acredita que seu filho não é capaz de anotar a tarefa de casa na agenda? Você não se espanta ao saber que tem um gênio “gamer” em casa, mas que é incapaz de acessar o sistema da escola para saber as datas das próprias provas?
Ou, sejamos honestos, será que não somos capazes de lidar com a frustração dos nossos filhos? Ou com a nossa ao receber um bilhete da professora chamando atenção para alguma tarefa não concluída? É o óbvio, mas precisa ser dito: nossos filhos só irão despertar e desenvolver essas habilidades se deixarmos eles darem seus passos por conta própria. Evidente, irão tropeçar, cair e eventualmente até chegar com um galo imenso na cabeça. Mas só assim aprenderão.
É óbvio também que vez ou outra podemos nos socorrer dos colegas e dos outros pais, mesmo assim, seria tão bom se deixássemos que eles se virassem para resolver o fato de não terem copiado a tarefa ou a lista de material para levar no dia seguinte. Do contrário, a segurança de recorrer à mamãe ou ao papai e seus grupos de WhatsApp para encontrar as respostas que estavam na sala de aula, nunca deixarão ninguém crescer. Nem ele, nem a gente.
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