Publicado em 28/05/2021, às 09h16 - Atualizado às 09h32 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
O refluxo gastresofagiano é a volta dos alimentos do estômago para a boca (ou até mesmo para o nariz), através do esôfago. Popularmente chamado de regurgitação, ele é causado pela imaturidade de uma “válvula” chamada cárdia. Essa condição é muito comum em bebês, principalmente antes dos seis meses de idade.
Ele pode acontecer logo após a mamada ou algumas horas depois que o bebê foi amamentada. O refluxo acontece em cerca de 50% dos casos. Conforme o volume de leite que a criança ingere aumenta, é comum que o problema piore um pouco. Mas, após o quarto mês de vida, a regurgitação melhora.
É necessário ficar atento ao refluxo e buscar um especialista caso o bebê tenha quatro meses de vida e chore várias vezes ao dia, além de apresentar sinais de que está sentindo dor. Por trás do problema, pode existir um caso de esofagite ou outra condição, o que pede uma investigação médica para iniciar o tratamento correto.
Apesar de ser mais comum em bebês, o refluxo pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer fase da vida. A “válvula” cárdia, que causa o problema, tende a amadurecer a partir dos seis meses de vida e impedir que haja regurgitação. Além disso, a inserção de alimentos mais consistentes durante a introdução alimentar também colabora para a melhora do quadro.
O refluxo fisiológico é mais comum e geralmente não necessita de um tratamento, já que não traz riscos para a saúde da criança. No entanto, o refluxo patológico pede uma maior atenção dos pais e do pediatra, e requer cuidados médicos específicos. Seus principais sintomas são engasgos fortes e frequentes, seguidos de dor intensa e prolongada causada por esofagite. Atenção: ao contrário das dores de cólica, que melhoram a partir do segundo mês de vida do bebê, a dor no esôfago tende a piorar a partir desse momento.
Caso seu filho tenha refluxo patológico, o ideal é usar um colchão anti-refluxo e esperar uma média de vinte a trinta minutos após a amamentação para deitar o bebê. Sempre busque um especialista para realizar os exames e iniciar o tratamento correto. Nos quadros de Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE), a criança pode apresentar sintomas como:
Crianças com quadros de DRGE precisam de acompanhamento médico ao longo de toda a infância. Em alguns pacientes, o sintoma de refluxo podem amenizar ou desaparecer, mas outras pessoas podem começar a apresentar algumas alterações clínicas associadas ao problema.
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O tratamento para o refluxo consiste no uso de medicamentos antiácidos (de acordo com a prescrição médica), posicionar corretamente o bebê para ser amamentado e colocar colchões anti-refluxo no berço. Além disso, é importante reforçar que o leite materno é o melhor alimento para combater o problema: ele é de fácil digestão e diminui as chances do conteúdo do estômago voltar pelo esôfago.
Na maior parte dos casos, o refluxo é fisiológico e melhora ao longo dos primeiros seis meses de vida do bebê. Alguns pacientes podem apresentar quadros mais prolongados, que duram até o primeiro ano ou um pouco mais. Em uma pequena parte dos casos, o refluxo pode ser sinal de alergia a algum alimento, principalmente o leite de vaca. Nesses casos, ele costuma ser bem intenso e acompanhado de dor várias vezes ao dia, de intensidade variável, e por outras manifestações, como, por exemplo, fezes com sangue ou muco e dermatite atópica, entre outras.
Não há relação entre o refluxo e os alimentos que a mãe consome. É importante que ela tenha uma dieta balanceada e rica em nutrientes, principalmente durante o período de amamentação, para garantir uma boa produção de leite. Veja quais são os alimentos que estimulam a produção de leite.
Fontes: dr. Jorge Huberman, pediatra e neonatologista e filho de David e Rachel e dr. Claudio Len, médico do departamento Materno-Infantil do Hospital Albert Einstein, nosso colunista e pai de Silvia, Beatriz e Fernando.
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