Publicado em 19/09/2019, às 07h37 por Cinthia Jardim
Na última terça-feira, 17 de setembro, o periódico científico, Nature Communications, realizou um estudo comprovando que a poluição do ar pode atravessar a barreira da placenta entre a mãe e o bebê. Ou seja, a partir do momento em que as partículas de carbono são geradas pela queima de combustíveis, por exemplo, a criança pode ser prejudicada mesmo sem ter nascido.
De acordo com os cientistas, o contato com o ar poluído pode ser extremamente prejudicial, pois pode afetar o desenvolvimento dos órgãos dos bebês e aumentar a chance de abortos. Para o estudo, foram analisadas 25 placentas de mulheres não fumantes da cidade de Hasselt, na Bélgica. Os resultados surpreenderam os pesquisadores, porque foi registrado uma grande quantidade de partículas de carbono nas placentas de mulheres que moram mais perto de ruas e avenidas, do que as que vivem mais afastadas da cidade. Nas áreas de poluição, a transmissão dessas partículas é duas vezes maior entre as grávidas.
Outro estudo apontado pelos cientistas da Universidade Johns Hopkins, é de que os fetos expostos à poluição do ar são 61% mais propensos a desenvolverem pressão arterial elevada na infância. A pesquisa foi realizada com 1.293 gestantes, e foi comprovado que os bebês expostos, durante o terceiro trimestre gestacional, a partículas finas de fuligem, emitidas a partir da queima de óleo, carvão, madeira e até mesmo durante o trânsito, podem ter uma morte prematura em qualquer lugar do mundo.
Anteriormente, por meio de estudos, já foi provado o quanto esses tipos de partículas podem afetar o sistema circulatório e ser prejudicial à saúde. Mas é a primeira vez que verificou também ser muito negativo para a saúde cardiovascular do feto, de acordo com o professor assistente de epidemiologia, Noel Mueller, da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos.
“Esses resultados reforçam a importância de reduzir as emissões de PM2.5 no meio ambiente. Não só a exposição aumenta o risco de doença e morte em pessoas diretamente expostas, mas também pode atravessar a barreira placentária na gravidez e afetar o crescimento fetal e aumentar os riscos futuros para a pressão alta”, afirmou Mueller
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