Gravidez

5 mitos da gravidez

Imagem 5 mitos da gravidez

Publicado em 26/12/2012, às 08h00 - Atualizado em 10/05/2021, às 09h58 por Redação Pais&Filhos


É só dar positivo que os palpites começam – e não só eles, mas os avisos, os mitos. E como saber se o que a sua avó ou sogra estão te dizendo realmente faz sentido? Calma, não pira. A gente trouxe aqui os mitos mais comuns na gravidez – e te explicamos tudo.

1. Grávida pode comer o que e quanto quiser

Nunca seu peso vai ser tão controlado na vida quanto na época da gravidez. Surpresa? É que, em nove meses, você tem o “direito” de engordar apenas de 9 a 12 quilos (os mais liberais falam em 15 quilos). Descontados bebê, placenta, líquido amniótico, aumento no volume de sangue e dos seios (que chegam a dobrar) etc., só de 1,8 a 3,5 quilos serão de gordurinhas propriamente ditas. No primeiro trimestre, espera-se que você ganhe até 1,8 quilo. Depois, a média deve ser de 400 a 450 gramas por semana.

Claro que não é hora de fazer regime, mas isso não quer dizer que liberou geral. Durante a gestação, você precisa investir na qualidade do que come. Tudo o que você ingere tem um papel na formação do seu bebê. Os laticínios vão ser importantes para constituir o esqueleto; as carnes ajudarão a construir os músculos; as hortaliças, a pele; os cereais, as células sangüíneas… Impossível pensar só em termos de calorias: não dá para trocar uma refeição equilibrada por um pote de sorvete, ainda que o valor calórico seja o mesmo.

Agora, você vai comer o tempo todo, sim, porque, para amenizar os enjoos e a azia e evitar a fome de leão, é preciso fazer de cinco a seis pequenas refeições por dia (café-da-manhã, lanche, almoço, novo lanche, jantar e ceia…). Doce? Pode esquecer: no máximo um ou dois por semana.

O obstetra Guilherme Loureiro Fernandes, pai de Pedro e Luiza, explica que todo esse controle rigoroso não é exagero. Mães que acreditam no mito da comilança liberada costumam engordar mais de 20 ou 30 quilos e, no pior dos cenários, desenvolvem diabetes gestacional. Nesses casos, a bolsa pode romper e a criança nasce prematura. Se chegar ao fim dos nove meses, é possível o bebê  crescer demais, dificultando o parto normal.

Outro efeito colateral é a pré-eclâmpsia: elevação da pressão que pode evoluir para um quadro de eclâmpsia, levando a convulsões e à necessidade de uma cesariana de emergência. Mito perigoso, este. Ainda bem que você sabe a verdade.

2. Voltar à antiga forma em três meses

Apenas cerca de 40% das mães voltam ao peso anterior ao barrigão em três ou quatro meses, revela a nutricionista Marli Regina Serafim Kling, filha de Neide e Djalma. Recuperar o peso em três meses é até possível, desde que você: 1. Tenha engordado pouco. 2. Tenha se exercitado e continue se exercitando. 3. Amamente – o que queima até 700 calorias por dia. 4. Continue com a alimentação equilibrada.

O ideal é procurar a orientação de uma nutricionista para organizar um cardápio que mantenha a produção de leite e garanta a perda de peso. Mas, atarantada com tanta fralda pra trocar, mamadas, mil novidades, a mãe acaba pulando refeições e comendo bobagem.

Além do mais, sem ginástica, a mulher pode até retomar o peso, mas não a forma. “A barriga, a bunda, tudo ainda está molinho”, diz Rita Cássia Furtado Rochão, filha de Therezinha e Aluízio, professora de educação física que já acompanhou 10 mil grávidas e consultora do livro Grávida em Boa Forma, da jornalista Angélica Banhara, uma destas exceções que confirmam a regra: com muita ginástica e controle alimentar, Angélica voltou à forma em três semanas.

Entre as mortais, Rita afirma que há mães que três ou quatro meses após a gravidez estão ainda mais gordas do que no final da gestação. Claro que quem já treinava antes de pensar em ter filho leva vantagem. Mas mesmo as sedentárias convictas podem se exercitar com moderação durante a gravidez. O importante é procurar academias com aulas específicas para gestantes.

“Para a grávida, os objetivos são diferentes: procuramos aumentar o bem-estar e prepará-la para o parto e a trabalheira que vem depois”, conta. Ela recomenda que a mãe sempre converse com o obstetra antes de iniciar um programa de exercícios. Além da tradicional hidroginástica, ela sugere exercícios de musculação e também os aeróbicos. Um esquema interessante é alternar aulas de hidro com caminhada (duas de hidro, três de caminhada ou vice-versa)

3. Grávidas têm uma pele linda

Para algumas é até verdade. Mas outras vão se sentir de volta à adolescência no que ela tem de mais desagradável: espinhas. O coquetel de hormônios que invade seu corpo (só os nomes já assustam: cortisol, gonadotrofina, fator sebotrófico hipofisário…) estimula as glândulas sebáceas, tornando a pele oleosa.

Se você não a mantiver limpa, tchau, ficará com acne mesmo. Para evitar que seu rosto vire área de desastre, recorra a sabonetes ou loções de limpeza suaves, que retirem o excesso de oleosidade sem ressecá-la. Fuja dos cremes pesados: hidratante e filtro solar só em loção ou gel, sempre oil free (sem óleo).

Se as espinhas surgirem, além desses cuidados, deve-se procurar um dermatologista para uma orientação mais específica. Muitos produtos utilizados para tratar acne são proibidos durante a gestação. Uma alternativa são os peelings usando cristal, que dispensam produtos químicos.

Além de espinhas, a grávida pode ficar com a pele cheia de manchas escuras. Isso porque durante a gestação há um aumento do hormônio que estimula a produção de melanina (a mesma substância que deixa a pele bronzeada). Por isso, os bicos dos seios se tornam escuros. Mas calma. Essas alterações regridem depois.

Já o melasma (manchas escuras que surgem na região central da face e testa) ataca 70% das mulheres, principalmente as mais morenas. Aparece, e piora muito, com a exposição ao sol. A má notícia: em 30% das mães, é possível persistir mesmo após a gravidez. O principal no tratamento e prevenção é passar filtro solar sempre e não só na praia ou na piscina.

4. A gravidez dura apenas 9 meses

Embora, em termos físicos, a gravidez dure nove meses, para os psicanalistas, ela começa na infância, nas brincadeiras de casinha, na identificação que estabelecemos com a nossa mãe. Tudo isso volta com força na gestação de verdade, no momento em que revemos nossa relação com a figura materna. “Afetos e lembranças inconscientes afloram”, diz a psicanalista Regina Orth de Aragão, mãe de Aurélio e Emanuel.

Segundo Regina, existe o conceito de gravidez psíquica: a mãe precisa de um tempo maior do que apenas nove meses para se separar do bebê. Quando o filho nasce, a gente pira mesmo, regride, no bom sentido do termo, para poder se identificar com ele, ficar atenta a suas mínimas manifestações. Por isso, quando ele dá um gemido no quarto, a gente percebe e vai correndo olhar. O psicanalista britânico Donald Winnicott (1896-1971) chama esse estado de preocupação materna primária.

Essa espécie de prolongamento da gravidez vai até os cinco, seis meses. “Se perguntamos ao marido sobre como a mulher estava nessa fase, ele se lembra dela pirada”, diz. À medida que o bebê vai se percebendo como um ser separado da mãe, ela volta ao normal. Já, para o norte-americano Daniel Stern, esse período se estende até o fim do primeiro ou segundo ano.

Uma outra corrente acredita que, num estágio da evolução, a gravidez foi encurtada de 12 meses para nove. Isso teria ocorrido porque o cérebro se desenvolveu demais, e a cabeça do bebê não passaria pela vagina se ela durasse um ano. Com esse nascimento prematuro, os bebês apresentam as temidas cólicas: choro inconsolável que se encerra quando a criança completa 3 meses de vida (ou 12 de “gravidez”).

Para acalmá-las seria preciso reproduzir as condições do útero. Certos povoados de Bali e tribos do Himalaia são “sociedades sem cólica” porque as mulheres carregam os filhos quase 24 horas por dia, embalando-os numa repetição da vida intra-uterina. Então, some no mínimo três meses à sua conta de nove

5. O instinto vai te dizer o que fazer

A natureza ajuda a gente a se ligar ao filho. Segundo a psicóloga e psicoterapeuta corporal Eliana Pommé, mãe de Luana, Naila e Petrus, todas as fêmeas têm predisposição hormonal para cuidar da prole. Quando o bebê nasce, ficamos encharcadas de ocitocina. Esse “hormônio do amor” estimula as contrações e também é liberado quando temos orgasmo ou ao amamentarmos.

O problema é que a vida moderna e a tecnologia contribuem para que nos afastemos desses instintos fundamentais. Na pré-história, a mulher mantinha o seu bebê próximo e tinha todas as condições de exercitar o instinto. Hoje, em muitas circunstâncias, a mãe é separada do bebê no hospital, o que dificulta essa vinculação, afirma Eliana. “Há uma predisposição biológica para o vínculo, mas a sociedade tem de dar as condições para isto”, completa. Para que essa predisposição funcione, é preciso um ambiente familiar aconchegante, em que o pai cuide da mãe enquanto ela cuida do bebê.

Para Eliana, é interessante procurar grupos de gestante e compartilhar experiências com quem já teve filho. Além de coordenar grupos pré-parto, depois que a criança nasce, Eliana organiza encontros em que mães com bebês de diferentes idades dialogam. “A natureza predispõe, mas ser mãe é algo que a gente aprende. É preciso ter autoconhecimento para ser capaz de conhecer o bebê que foi, ligar-se a ele para então ser capaz de ligar a seu filho. Saber que todo mundo tem medo alivia”, conclui

Consultoria: Eliana Pommé, psicoterapeuta corporal, especialista em trabalhos com grávida, mães, pais e bebês; Guilherme Loureiro Fernandes, chefe do Setor de Medicina Fetal e do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Maternidade Neomater, de São Bernardo; Juliana Neiva, chefe de Residência em Dermatologia do Hospital dos Servidores, no Rio de Janeiro; Marli Regina Serafim Kling, nutricionista; Regina Orth de Aragão, psicanalista, presidente da Abebê; Rita Cássia Furtado Rochão, professora de educação física com especialização em ginástica para gestantes; Solange Pistori Teixeira, dermatologista, diretora da Clinderm.


Palavras-chave
Beleza e Bem-estar

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