Publicado em 16/04/2020, às 15h47 - Atualizado em 12/04/2023, às 14h19 por Yulia Serra, Editora | Filha de Suzimar e Leopoldo
É praticamente consenso. Não é nada fácil conciliar home office com os cuidados das crianças em casa. Você precisa se virar nos trinta, deixar a criatividade rolar e ter muita, mas muita paciência para passar por essa quarentena. Mesmo com todas as dificuldades, o isolamento é necessário para garantir a segurança das famílias, por isso, Debora Kakihara, jornalista, mãe de Ana Luiza, de 4 anos, e das gêmeas Beatriz e Rafaela, de 1, gosta de ver a situação pelo lado positivo e pensar no que ela pode ensinar para o agora e futuro.
Ela e o marido estão em casa trabalhando home office desde o dia 15 de março, sem ajuda de babá, faxineira ou familiares com as meninas. “Por mais que tenham medidas para um certo controle, é novidade para todo mundo, então estamos todos aprendendo ao vivo”, destaca. A insegurança e receio, para ela, existem, principalmente, pelo fato do marido ter a imunidade mais baixa e pelos pais e sogros devido a idade avançada, mas não impedem que ela perca a energia.
“O jeito bem humorado de tratar o assunto é uma forma de sobrevivência, na verdade. Eu tento levar de forma leve, porque tudo em relação ao covid-19 é muito pesado”, explica. A mãe reforça que isso não é uma tarefa simples, principalmente porque nem tudo são flores o tempo inteiro, mas são os momentos difíceis e até cômicos que ela prefere exaltar. “Por mais que a gente planeje as coisas, elas saem do controle e precisamos lidar com essa situação”, completa.
Debora conta que precisou adaptar toda a rotina da família diante da situação, inclusive os ambientes da casa. Ela, que já fazia home office duas vezes por semana, tinha um escritório próprio para fazer o serviço, mas o espaço era muito pequeno e não permitia que olhasse as crianças: “Agora, eu trabalho na nossa sala de TV, que apelidamos de Sala de Guerra, por conta da bagunça”. Ela transferiu tudo o que precisava e combina com o marido os horários de reuniões para sempre ter alguém olhando as filhas.
A mãe reforça que pode até tentar manter a produtividade, mas que não será a mesma coisa. “Não dá para fazer tudo, tem que priorizar o que é importante e estabelecer metas da semana”, opina. Nesse sentido, ela sugere que deixar o trabalho que demanda maior concentração para um momento mais calmo, como o de sono da tarde das crianças e manter uma rotina bem fixa em casa.
“Nós passamos por momentos estressantes, mas outros muito bons também. Consigo estar presente e acompanhar acontecimentos que não conseguia antes, em relação a evolução e autonomia delas. As crianças, ao mesmo tempo que demanda fonte de energia, acabam sendo a nossa fonte para ter maior produtividade”, afirma. Para ela, o home office possibilita maior qualidade de vida, ao não perder o tempo de deslocamento até a empresa e ficar mais próxima a família: “Isso também influencia na qualidade do trabalho”
Debora entende que o segredo para enfrentar essa fase é pensar um dia de cada vez: “Se hoje foi mais complicado, lembre que amanhã é um novo dia”. É hora de parar, respirar e agir de forma racional e não tanto emocional. O período demanda, mais do que nunca, paciência e amor para se adaptar a uma nova realidade, e isso pode incluir rever alguns hábitos. “Nós nos reinventamos. Acertamos e erramos todos os dias. Não tem uma receita, cada um adapta de acordo com a rotina e família. Tem que usar a criatividade e um pouco de humor, para deixar mais leve diante de um momento tão difícil”, finaliza.
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