Publicado em 23/09/2022, às 07h19 por Cecilia Malavolta, filha de Iêda e Afonso
Nesta sexta-feira, 23 de setembro, é o Dia Internacional Contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças. A lei, criada em 1913 na Argentina, virou uma data especial aderida por diversos países em 1999 e tem como objetivo punir quem promova ou facilite o tráfico e prostituição de pessoas, em especial mulheres, crianças e menores de idade, além da exploração em trabalhos análogos à escravidão.
O tráfico de mulheres e crianças pode parecer estar muito distante da sua realidade, mas é preciso olhar ao seu redor com atenção. Em 2021, foram notificados casos de 441 pessoas que foram traficadas, sendo 221 homens, 139 mulheres, e 81 crianças, sendo 51 meninos e 30 meninas. Não podemos fazer vista grossa para o problema e falar sobre o assunto é fundamental para que cada vez mais estejamos conscientes de que o tráfico de pessoas e exploração sexual é algo que acontece e precisa ser combatido.
Uma nova pesquisa da Organização Internacional do Trabalho, juntamente com a Walk Free e Organização Internacional para as Migrações, mostrou que 50 milhões de pessoas no mundo são vítimas de condições de trabalho análogas à escravidão. 52% desses casos acontecem em países de renda média alta ou alta. De acordo com as instituições, o número de pessoas exploradas aumentou nos últimos cinco anos: em 2021, 10 milhões a mais de cidadãos estavam em situação de escravidão quando comparado com os dados de 2016.
Por não ser um assunto tão falado no dia a dia, pode parecer que esse problema está distante e não precisa ser falado dentro da sua casa. Mas, para proteger seu filho, sua família e você mesma, é necessário estar atenta e não tratar a pauta como tabu. É pelo diálogo que caminhos se abrem e temos maiores chances de cuidar de quem amamos, evitando que coisas piores aconteçam.
Você não precisa (e nem deve) bombardear seu filho com todas as informações de uma vez só. O ideal é que as explicações venham aos poucos, quando a criança der “brechas” para isso. Um estudo publicado no Journal of Adolescent Health mostrou que uma única conversa não resolve o problema. É preciso que esse papo aconteça de forma constante e natural, desde cedo.
“Os pais devem conversar frequentemente com seus filhos sobre muitos aspectos da sexualidade de uma forma que ajude a criança a se sentir confortável e ouvida, mas nunca envergonhada”, explica Laura Padilla-Walker, uma das autoras da pesquisa. Os resultados também mostraram que quem tem esse canal de comunicação aberto durante a infância costuma ter relações sexuais mais seguras quando adulto.
O importante é que seu filho veja em você uma fonte confiável de informação e se sinta confortável para fazer perguntas sempre que aparecer alguma dúvida. Quando isso acontecer, deixe os questionamentos da criança guiarem a situação. Você não precisa responder nada além do que foi perguntado. Dê respostas simples e adequadas para a idade, mas nunca deixe de respondê-las.
Segundo a Defensoria Pública da União (DPU), as principais vítimas de exploração sexual e tráfico de pessoas são as que vivem em regiões ou países pobres e enfrentam situação de vulnerabilidade social. Essas vítimas, no geral, a partir do momento que são exploradas, podem ser identificadas pelos seguintes sinais:
É preciso ficar atenta aos sinais para se proteger do problema. A recomendação da DPU é que você desconfie de prospostas de emprego que aparentam ser muito fáceis e lucrativas, principalmente se quem fizer a proposta se disponibilizar para pagar as despesas de transporte de viagens nacionais e internacionais. Outra maneira de se proteger é buscando informações do contratante e da empresa que ofereceu o emprego. Se você desconfia de algum caso de exploração sexual, trabalhos com condições análogas à escravidão ou tráfico de crianças e mulheres, denuncie. Disque 100 ou ligue para o número 180.
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