Família

Coronavírus: como fica a guarda compartilhada dos filhos com a quarentena?

Getty Images
Getty Images

Publicado em 30/03/2020, às 16h00 - Atualizado em 16/01/2023, às 09h17 por Jennifer Detlinger, Editora-chefe | Filha de Lucila e Paulo


A quarentena determinada para proteger a população da pandemia do coronavírus provocou grandes mudanças na rotina das famílias. Uma delas é sobre a questão da guarda compartilhada dos filhos de casais separados. Normalmente, as crianças costumam passar parte da semana com o pai e outra com a mãe, além de revezar sábados e domingos na casa de um e de outro. 

Mas como fica a convivência dos filhos com o pai, quando a guarda é da mãe, ou vice-versa? Os pais divorciados podem ser afastados dos filhos por causa da pandemia do coronavírus? E aqueles que vivem em outra cidade, podem receber visita dos filhos? Para especialistas de Direito e da área médica, a recomendação neste momento é respeitar o distanciamento e a quarentena para evitar o contágio e disseminação do coronavírus.

No último sábado (28), uma decisão da Justiça de Goiás determinou que a mãe fique com a guarda unilateral da filha de quase 2 anos por causa dos riscos de contaminação que as visitas do pai podem levar. Neste caso, a criança já vivia com a mãe e recebia visitas do pai na casa em que mora. No entanto, na decisão, ele pede que o pai suspenda as visitas “devendo o contato ser mantido por via telefone, Skype e outros meios de acesso virtual”. O juiz argumentou que essa medida procura proteger tanto a criança como os adultos a volta dela, já que existem riscos de que o bebê seja contaminado e que transmita o coronavírus de uma família para outra.

Para Antonio Carlos Petto Junior, advogado especializado em direito de família, do escritório Duarte Garcia Serra Netto e Terra Advogados, a regra agora é manter o interesse, saúde e bem-estar dos filhos. “É um momento difícil, que exige paciência de ambas as partes. Os pais precisam ter tolerância e sensatez pelo bem-estar dos filhos”, explica.

Regime de convivência

Antes de qualquer coisa, é importante esclarecer que a guarda compartilhada em si está relacionada às decisões sobre a vida da criança e não somente ao regime de convivência. “Dentro desse cenário todo, a palavra do momento é bom senso. Em uma situação extrema, é possível que o filho tenha que ficar em uma só casa. É importante que os pais conversem entre si e cheguem em comum acordo. Não tem porque você submeter a criança a um risco grande apenas para cumprir regime de convivência”, defende Antonio. 

O especialista também explica que cada caso deve ser analisado entre os pais. “Tem que ver bem a situação, se a criança não tem nenhum problema de saúde, se não está dentro do grupo de risco, se algum dos pais reside com uma pessoa idosa — tudo isso afeta a convivência. Em casos em que a criança é levada diretamente para a casa do pai ou da mãe, sem nenhum tipo de contato externo, o regime de convivência pode ser mantido. Mas é preciso ter cuidado dos pais em entenderem que a saúde dos filhos é o que mais importa e não deve ser colocada em risco”, defende. 

E se o pai ou a mãe proibir qualquer tipo de contato com o filho?

Nas últimas semanas, as Varas de Família têm enfrentado situações relacionadas à falta de bom senso entre pais e mães que não conseguem estabelecer diálogo nem acordo sobre a rotina dos filhos durante a quarentena sem a interferência de um juiz. 

Proibir a convivência da criança, sem nenhuma justificativa ou critério, pode ser considerada alienação parental, quando a mãe ou pai impede o contato do outro com o filho ou faz pressão para que a criança tome partido de um lado, destruindo a imagem do outro e causando angústia e insegurança.

Quem pratica alienação parental pode se aproveitar dessa situação para impedir a convivência da mãe ou pai com o filho. Talvez seja o pretexto que ele tenha para não cumprir o regime. Eu vejo isso como abuso. Se a criança está na outra casa e o pai ou a mãe não deixa nem fazer uma ligação por Skype, é uma situação que pode ser levada ao judiciário”, explica o advogado. 

O pai ou mãe que for prejudicado vai ter que recorrer ao judiciário para comprovar que não oferece risco ao filho. “Nessas situações extremas, a prova pode ser complicada, mas o caminho seria demonstrar ao juiz a inexistência de prejuízo. ‘Estou bem de saúde, trabalhando em esquema home office, não ofereço nenhum risco’, por exemplo. O pai ou mãe afastado pode apresentar um atestado à Justiça para confirmar que não tem sintomas do coronavírus para tentar a visita ao filho”, explica.

Agora, você pode receber notícias da Pais&Filhos direto no seu WhatsApp. Para fazer parte do nosso canal CLIQUE AQUI!


Leia também

Imagem Mãe que procurava bebê gêmea diz que filha foi encontrada m0rta nas enchentes do RS

Família

Mãe que procurava bebê gêmea diz que filha foi encontrada m0rta nas enchentes do RS

Nadja Haddad - (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Família

M0rre filho recém-nascido da apresentadora Nadja Haddad: "Deus o recolheu e o poupou da dor"

Mensagens e frases para o Dia das Mães

Especiais / Dia das mães

Dia das Mães: mensagens, frases e legendas especiais para emocionar

Monatagem Endrick e Lara - Foto: Reprodução/ Instagram

Família

Pressão familiar fez Endrick terminar o seu primeiro namoro

Foto: Reprodução/Instagram

Família

Bebê de 2 meses é resgatado no RS por motociclista: "Achei que era um brinquedo de tão pequeno"

(Foto: Silvio Avila/AFP)

Família

Doações para o Rio Grande do Sul: veja onde e como doar às vítimas de forma segura

Dia dasmães, mensagens para avó - Créditos: Reprodução

Especiais / Dia das mães

Frases e mensagens de Dia das Mães para vó: veja inspirações especiais para a sua

Rafa Kalimann - (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Família

Rafa Kalimann conta que perdeu bebê após abort0 espontâneo: "Essa dor não é normal"