Publicado em 31/08/2023, às 07h11 por Dr. Rodrigo Rosa Filho
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente um relatório sobre a infertilidade mundial que mostra que 17,5% da população global é infértil, o que corresponde a uma em cada seis pessoas. Infertilidade, vale lembrar, não é o mesmo que esterilidade. Enquanto a primeira é tratável, a esterilidade é irreversível.
Infertilidade refere-se ao fato de um casal não conseguir engravidar após um ano de relação sexual regular e desprotegida. A condição pode ser causada por diversos fatores com causas femininas e masculinas. De maneira geral, nas mulheres, a principal causa de infertilidade é a idade, pois, devido ao processo de envelhecimento, há uma diminuição natural da quantidade e qualidade dos óvulos. Já nos homens, a infertilidade está relacionada principalmente a condições como varicocele, que é a dilatação das veias dos testículos, infecções urogenitais e hipogonadismo, ou seja, quando os testículos não produzem quantidades adequadas de testosterona.
Quanto antes um médico for consultado, maiores as chances de tratar o problema. Muitos dos casais que lutam contra infertilidade experimentam ansiedade, depressão e sentimentos de estar fora de controle ou isolados. Mas a orientação especializada consegue minimizar esses impactos. A estratégia usada para tratar a infertilidade depende da causa, da idade dos parceiros, há quanto tempo o casal não consegue engravidar e das preferências pessoais.
O médico poderá, por exemplo, orientar o casal a tentar o coito programado. Esse método consiste na utilização de medicamentos para estimular a produção de óvulos na mulher, fazendo com que seja possível prever o período da ovulação. O casal, então, deve ter relações sexuais nesse ciclo para que haja sucesso na concepção.
Alguns quadros de infertilidade são causados por obstrução ou cicatrizes nas trompas de falópio, que podem ocorrer como resultado de uma doença inflamatória pélvica. Aqui a indicação é cirúrgica. Mas em muitos casos os tratamentos de reprodução assistida são a solução. Uma das possibilidades é a Inseminação Intrauterina (IIU), na qual o esperma é colocado diretamente no útero usando um tubo de plástico fino. O procedimento é programado para coincidir com a ovulação.
Já na Fertilização In Vitro (FIV), o óvulo da mulher é fertilizado com o espermatozoide fora do corpo. A medicação é usada para estimular ovulação e os óvulos são coletados e fertilizados em laboratório. O embrião é então transferido de volta ao útero. A taxa de sucesso da FIV é de cerca de 60% para cada ciclo de tratamento entre mulheres com menos de 35 anos, mas essa taxa de sucesso diminui com o aumento da idade.
Por fim, em casos de ausência de óvulos ou espermatozoides, há a opção pela doação de óvulos ou sêmen, que são usados em um procedimento de fertilização in vitro. Mas o mais importante sempre é buscar ajuda médica especializada.
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