Publicado em 25/09/2017, às 12h23 por Ana Guedes
Um dia, um querido colega me disse: mãe é que nem aeromoça, se ela estiver com cara de turbulência gera turbulência!
Penso muito nisso.
Temos a tendência de querer adivinhar como estão nossos filhos, ou porque agem assim ou assado.
É a escola? Os vídeos do YouTube? As ” más companhias” ? A coleguinha que ensinou? A avó que mimou? A falta disso? O excesso daquilo?
Não sei. Sei que todas as fases são lindas e como tudo que é bonito também é difícil. E que nos momentos bons nos sentimos realizados, e nos ruins procuramos explicações. E geralmente fora de nós. E geralmente nenhuma faz sentido.
Agimos assim conosco. “Não fui por que quis, era um compromisso.” “Não tenho vontade de estar aqui, mas estou pois afinal de contas domingo é dia de estar”
Desculpas.
Trabalhamos com desculpas que falam sobre nossas culpas. E não sobre assumir a responsabilidade de estar, fazer, ser, continuar, desistir, escolher porque se quer, ou porque não se quer.
Simples assim. No sábio linguajar dos 16, 17 anos de hoje.
Seu filho ainda faz escolhas e por enquanto sabe disso. A culpa e a procura pelos culpados é processo da moral, não da infância.
Nunca ouviu?
Sim, as crianças e os jovens são simples assim. Sofrem como nós, têm fases ruins, por um, dois ou mais motivos, estão aí vivendo.
Mas por enquanto conosco.
Aí que entra a cara da aeromoça.
Meu filho pequeno, e o seu também, ainda não se vêem no espelho, como muitos de nós podemos, e outros não queremos ver.
Eu sou o espelho que ele alcança.
O meu rosto, o meu gesto, o meu grito em um momento de stress no trânsito, o meu preconceito (desculpe, todos temos algum por mais que achemos ruim ter), a minha discussão com uma amiga no telefone e o modo como trato o garçom estão sendo observados.
Sim! Surpresa! Você tem um mini voyeur em casa! E como disse um grande artista: os melhores fotógrafos são grandes voyeurs.
Sua alma está sendo fotografada, escaneada, por trás da porta do quarto de estudos, de olhinhos abertos no meio do escuro, de ouvidos em pé atrás do iPad e do banco do carro.
Sim. Você é um exemplo! E deve aprender a se comportar!
Não, não se culpe por ter dito um palavrão ou matado o banho. Ele viu sim, ouviu sim. Não se culpe por ter falado mal da vovó, ele ouviu sim e, provavelmente, em sua honestidade, vai avisá-la.
Não se culpe por ser humano. Por derramar leite na mesa, por xingar o goleiro do time. Lembrou?
Não foi nada. É melhor ele saber que você é humano como ele.
E pode se babar quando come.
E invariavelmente vai, no fim da sua vida. E se ele vai ajudar seu asseio; depende de você.
Mas se responsabilize se quer que ele seja gentil, generoso, honesto, justo, que também de limites com carinho aos amigos.
Se responsabilize por ser um espelho com falhas, que pede desculpas como exige dele.
Um espelho daqueles que faz a gente engordar, se ver torto, ou magro demais.
Um espelho comun.
Não ideal. Real.
Mas um espelho do que você deseja para seu pequeno. Comece por aí. Como diz um velho sábio: se cuidando pra cuidar. E cuidando pra não atrapalhar 😉
Espelho, espelho meu, que cara faço eu?!
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